Tuesday, October 24, 2006

O PRATA É NOSSA RESPONSABILIDADE

Sempre que terminavam as eleições de um ano, um pensamento teimava em minha mente. Interrogativo, ansioso, insistia em questionar: “O que aprendemos?” “Crescemos em discernimento?”. E aí, sem perceber, retrocedi a 1966, quando, ainda nem eleitor, saía com Nonô Lelé (pai do nosso amigo Manuelito), de jipe, à procura de votos para vereador nas eleições municipais daquele ano. Tive, pois, quando menino, oportunidade de, como engraxate na barbearia do meu pai, ouvir os adultos conversarem sobre política.Por lá passavam adversários e correligionários, como Dr. Matheus, Zinho Drumond, Dr. José Olímpio, Sô Gico, Nonô Juca Martins, Zé Recreio, Sô Inhô Gomes, Elcy Rolla, Pedro Padeiro (de Santa Isabel), Osvaldo do Alfié, Raimundo Eloy (de Teixeiras), Sô Miro, Sô Lúcio Monteiro, Vicente Sales, Sô Manoel Fraga, Zeca de Euclides, Jair Perdigão, Sô Tonico Totoni, Sô Zé Teófilo, Zé Morais, Felix de Castro, Sr. Geraldo Santiago, meu Tio Olínto (da Vargem Linda) e a conversa era sempre amena e saudável. O Zequinha Brigadeiro, flamenguista roxo e udenista declarado, às vezes discursava com mais veemência. O tempo passou, e em 1970, já com a maioridade pude participar mais de perto da política exercendo o sagrado direito do voto. Foi em 1970 (Dr. Antônio Roberto) que houve um acordo político, com o apoio do deputado Paulino Cícero, lançando-se candidato único a Prefeito, fato que se repetiu em 1972 (Dr. Antônio Guido) e 1976 (Dr. Antônio Roberto). Foi neste período que se conseguiu a ligação asfáltica com a BR 262, o que realmente era o sonho de todo pratiano, pois a estrada de terra para João Monlevade, via Morro do Pião, era uma dificuldade que só reconhece quem a vivenciou. Também neste período veio a COPASA, contestada a princípio, e hoje sabemos que se não houvesse ocorrido, estaríamos em apuros; uma vez que naquela época não existiam o Bairro Da. Julieta, Boa Vista, a Cerâmica estava iniciando, o Caparaó não passava de duas ou três casas e o êxodo do homem do campo para a cidade ainda não era preocupante. Foi também nesta época que veio a Agência do Banco do Brasil e também foram construídas a sede da Prefeitura e a Praça da Matriz. Pois bem, quero simplificar para poder ser objetivo: o que precisamos é de UNIÃO. Não se constrói nada neste mundo se não houver o somatório de forças. É importante visitar outros Municípios e verificar como estão atuando. O mundo hoje é competitivo e exige organização, planejamento e principalmente desprendimento e dedicação. A Cidade possui pessoas que aqui nasceram ou que para aqui vieram e montaram suas empresas, são empreendedores vitoriosos e como tal têm uma experiência preciosa a oferecer. As propostas partidárias e as discussões de programas administrativos, como nos países desenvolvidos devem ter a sua duração no período eleitoral. Vencida a etapa da escolha deve-se respeitar democraticamente o resultado e não fazer oposição pelo simples fato de manter-se em evidência. Existe o período próprio para as proposições e o tempo reservado para a execução e para as realizações planejadas. Necessário se faz estudar as nossas reais potencialidades econômicas, vestir a mesma camisa, fazer força na mesma direção, colocar mais cadeiras ao redor da mesa e juntos, unidos de verdade, repensarmos nossas ações em prol da Cidade. Somos definitivamente responsáveis pelo ambiente que vivemos e pelo futuro que estamos elaborando, pois isto se refletirá em nossos filhos, nossos netos, nas gerações futuras. Temos que lutar juntos por nossa Terra, porque é nela que estamos aplicando nossas economias, quer seja em construções, quer seja em empreendimentos comerciais. Precisamos criar opções para a juventude, ser mais bairristas; temos que ter um comportamento altaneiro e não devemos nos deixar influenciar por paixões exacerbadas, assim como críticas levadas ao extremo não constroem uma Cidade ou uma vida melhor. Abrir a cabeça, os corações, abrir as portas, os sorrisos e vislumbrar que é para frente que se anda, e uma Cidade do porte da nossa, precisa de empregos, é pela dignidade do trabalho que o homem cresce, que a economia se fortalece. Então questionamos o que o Município tem feito para  incentivar a iniciativa privada, com microempresas, doando áreas, elaborando um projeto sério como prioridade de ação gestora ? 

É por isso que estou convidando o eleitor a uma reflexão, com cada um começando a fazer a sua parte, pois o tempo urge e já nos ensinou que não se deve interromper o diálogo, pois o silêncio prolongado envenena as relações entre as pessoas.