Monday, June 23, 2025

BOM DIA A TODOS

Bom dia a todos,

Antes de tudo, gostaria de expressar minha profunda gratidão à Comissão da Casa de Cultura pela honrosa indicação para receber a Medalha Dr. Matheus de Vasconcelos, Edição 2025. Certamente fruto da bondade e gentileza, do que realmente por mérito deste agraciado que vos fala.

Na cultura dos Estados Unidos, é comum vermos nos filmes uma cena emblemática: ao reconhecer um veterano de guerra, um cidadão se aproxima, o abraça e diz, com emoção, um sincero “muito obrigado”.

Esse gesto de reconhecimento me faz pensar nas muitas pessoas, aqui mesmo em nossa cidade, que se dedicaram e ainda se dedicam  ao bem comum. Faço referência a Zé Tacinho, Dr. Laércio Maciel, Dona Ester (parteira), Padre Antônio, Dona Aparecida Rolla, Dona Cidinha Mendes, Sr. Pelágio Domingues , profa. Fátima Araujo,  entre tantos outros que, se fôssemos listar todos, certamente correríamos o risco de cometer alguma injustiça por omissão.

Este nosso abraço aqueles que lutaram e lutam por esta Comunidade se iguala a deferência que os veteranos nos Estados Unidos através da GRATIDÃO.

Não tem como estar aqui, neste momento, e não falar sobre o Dr. Matheus. Por isso, compartilho com vocês um texto que escrevi em sua homenagem, intitulado: “O Operário do Bem”.

“Há algum tempo a BBC de Londres quis saber, através do SBT, quem foi o maior brasileiro de todos os tempos (?). Este tema remeteu-me à nossa Terra e seus construtores.

Tivemos muitas pessoas que se dedicaram ao Prata e muito fizeram para que fôssemos "um povo fácil de ser amado", que na verdade é o que Dr. Geraldo Guerra queria dizer.

Evidentemente que não tenho um minucioso conhecimento de nossa história porque já se vão muitos anos. Contudo, do que pude depreender quando ouvi a pergunta pela primeira vez, lembrei-me do Dr. Matheus.

Juquita para os familiares era o "nosso Dr. Matheus", pessoa que me fez entender o sentimento exato da modéstia, da credibilidade, do respeito, da simplicidade e da honestidade; metaforicamente estou "tirando o chapéu".

Sempre que leio algo do filósofo francês Voltaire, lembro-me do nosso Dr. Matheus, em razão de que ele, embora até não concordasse com o que alguém dizia, defendia ardorosamente o direito daquela pessoa de fazê-lo. Sabia perfeitamente que as ideias estavam acima do campo pessoal e deixava que elas brigassem, sem que as pessoas se metessem.

Imprimiu em seu modo de viver o que posso denominar como "operário do bem"; e jamais deixou de atender as pessoas do Prata, Dionísio e Goiabal; sendo quase que o único médico desta região de 1936 a 1968. Em suas ações políticas ficava bem claro que ele acreditava em sí, mas não duvidava da capacidade dos outros.

Sou sincero, conheci poucas pessoas com o senso humanístico do Dr. Matheus, pois atribuía grande importância à dignidade humana, com uma postura ética inigualável em sua vida profissional e política, deixando bem claro o princípio de que: " nada acima do ser humano e nenhum humano abaixo dos outros".”

Por isso, sempre que me refiro a ele, faço-o com o título “O OPERÁRIO DO BEM”.

Muitas das suas ações me foram relatadas pelo meu pai, outras menino ainda, quando fui nomeado “o seu oficial abridor de porteiras”, quando ia em seu jeep ou rural atender pessoas doentes na Zona Rural, já que na época não havia mata-burros para facilitar as viagens.

Foi o protetor dos menos favorecidos em nossa região, incluindo as cidades de Marliéria, Jaguaraçu, Dionísio e São José do Goiabal.

Todo e qualquer ato para demostrarmos a nossa GRATIDÃO ainda será pouco perante o bem que ele fez às nossas famílias.

 

 

Muito obrigado!