Monday, March 21, 2022

REFLEXÃO

Sou um saudosista inveterado. Sinto saudades até do que não aconteceu.Mas já não me dói, ao contrário me dá alegria. Alegria por que ! Sempre tive muitos conhecidos, poucos amigos. Ao me confessar recentemente senti um pouco de leveza, pedi a Deus que me absolvesse do meu descumprimento de algum mandamento ou dos sete pecados capitais.

 Li muito nos últimos meses, bons livros e achei na humildade, na simplicidade, na generosidade um reencontro daquele menino ingênuo da infância. Despedi - me dá ambição, da dificuldade em ouvir, e da importância que normalmente nós damos ao sexo. Consegui entender a importância sublime e necessária do perdão em nossas vidas. Entendi que meu bem estar depende de mim e que não posso exigir ou esperar atenção, carinho, colo e apoio do meu próximo, isto é tarefa minha, e não pode ser terceirizada. Compreendi que a vida  é cíclica e que tinha que aceitar que o ninho está vazio, e que eles partiram para viver as suas vidas e que não deveria lamentar e sim orar para que fossem felizes. Aceitei que tenho limites e que tinha que viver apenas e simplesmente com minhas possibilidades.

Pedi que me ajudasse no sentimento de culpa e que me desse chance ajudar o necessitado sem nenhuma compensação.

Com isto, obtive um pouco mais de paz, já que não me conformava com as perdas familiares que tivemos. 

Lembrei muito do meu pai que tinha uma visão de vida com uma naturalidade serena e que não reclamava de nada. Quanta sabedoria!

Assim, incluí a gratidão e retirei o inconformismo com certos acontecimentos e mais, defini que não deveria culpar o outro por algo que me acontecera, se aconteceu é porque de certa forma permiti ou porque estava acima da minha capacidade de evitar. E mais, que nada posso fazer com relação as ações alheias, pois não me pertencem, posso sim determinar como reagir ou não, a tais fatos.