Sunday, February 28, 2021

A TERRÍVEL VIDA DOS ESCRAVIZADOS QUE ERAM OBRIGADOS A CARREGAR FEZES DOS SENHORES

 Conhecidos como escravos tigre, eles transportavam tonéis repletos de excrementos

ANDRÉ NOGUEIRA PUBLICADO EM 26/02/2021, ÀS 09H00

Charge sobre o apelido "tigre", de Henrique Fleiuss
Charge sobre o apelido "tigre", de Henrique Fleiuss - Domínio Público

Antes do saneamento básico e dos programas de higiene do governo, os grandes centros do Brasil, ainda a latrina, tinham como base do despejo de dejetos sanitários. Sem privadas, até os mais ricos defecavam e urinavam numa insólita casinha ou em penicos, que eram esvaziados diariamente e preenchiam nojentos tonéis ou valas presentes no lado de fora da casa.

Todavia, por trás desse sistema pouco higiênico, uma figura intimamente associada ao escravismo urbano era obrigada a desempenhar o papel: era o escravo responsável pela recolha dos dejetos, apelidado de “tigre”. Por mais de trezentos anos, eles recolheram as fezes dos senhores e despejavam no mar ou num rio próximo.

Os escravizados tinham que carregar nas costas grandes tonéis repletos de cocô, sendo que muitos deles, geralmente, eram sujos ou não suportavam a quantidade depositada, fazendo com que o explorado fosse atingido pelo excremento. Como consequência,  muitos deles eram marcados por gotas ou lastros de fezes na pele, resultando em listras (que podiam até marcar por conta da acidez). Assim nasceu o apelido "tigre". 

Ou seja, muitos dos escravos, agredidos com a sujeira e a amônia dos dejetos, ficavam com marcas brancas permanentes na pele. Os “tigrados” receberam o nome de maneira pejorativa. Para se ter ideia, as pessoas se afastavam desses prisioneiros nas ruas, por conta do mau cheiro e da reputação, causando forte impotência e isolamento, e prováveis abalos psicológicos.

Reprodução do despejo por Henrique Fleiuss / Crédito: Domínio Público

 

Ao mesmo tempo, existem teorias onde é afirmado que, apesar da indigna função, os escravos tigre ainda não estavam no final das hierarquias mentais criadas entre os negros em cativeiro. Na situação de refém, os explorados muitas vezes buscavam refúgios em superioridades, mesmo que quase nulas, em relação a outros. Os tigres estavam mal, mas para muitos deles, estavam melhor que os escravizados que catavam o cocô e os colocavam nos tonéis.

Isso dava uma ideia de "maior dignidade". Era melhor carregar do que lidar com o bruto e, pelo menos, junto às fezes dos senhores, estavam seus próprios excrementos. Ele carregava o próprio dejeto, também, argumento que era usado para manter o mínimo de sanidade. Porém, essa teoria está ligada a um circuito informal de hipóteses romantizadas sobre o período, sendo difícil atestar em uma pesquisa documental.

Segundo o historiador Luiz Felipe de Alencastro, em fala à BBC, esse “eram escravos ou escravos de aluguel que, geralmente, eram destacados para esse tipo de trabalho”. Como eram proibidas as fossas no Rio de Janeiro, capital imperial, muitas famílias endinheiradas tinham ao menos um desses trabalhadores, que eram usados nesse oficio unicamente até a década de 1860. Para o estudioso, por mais que seja a impressão, dada a pobreza desses trabalhadores, o escravo  “não era uma mão de obra barata”.

Inclusive, já nos estudos de Gilberto Freyre, revelados em Casa Grande & Senzala, se entendia que o trabalho dos escravos tigre era usado de forma extensiva numa rede de dominação que pleiteava todas as esferas da vida na sociedade senhorial, até a vida íntima sanitária. Segundo o sociólogo, a extensão do uso desse modo de trabalho retardou a criação de redes mais higiênicas de sanitarismo nas cidades.

Escravo tigre em pintura de Debret / Crédito: Domínio Público

 

A presença desses escravizados começou a se diluir na capital a partir dos anos 1860: a cidade passou a receber grandes obras de saneamento por iniciativa de Dom Pedro II, que trazia novas tecnologias de fora. Muitas dessas práticas sanitaristas eram, inclusive, novas na Europa, pois cidades como Londres e Paris também eram bem pouco higiênicas até o fim do século 19.

Cidades, mesmo capitais, mais periféricas mantiveram esse ofício por um longo tempo. É o caso de São Paulo e Recife, que tiveram tigres até os anos 1880. A partir do início das campanhas pelo saneamento básico, começou-se a atrelar o emprego dos escravos ao atraso, como se fossem eles e não a escravidão (apesar de as políticas abolicionistas estarem em auge na época) um obstáculo ao interesse público.


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Friday, February 26, 2021

CONTA DA VIDA

 "Quando a vida traz a conta você paga caro todo o mal que fez ao outro".

- Lembra daquele boicote que vc fez no trabalho para puxar o tapete de um colega?
- lembra da mentira que vc inventou e trouxe discórdia?
- lembra daquela traição consciente a um grande amigo?
- as injúrias ? ( as da internet tb)
- e este dinheiro sujo que vc conseguiu?
- arruinou uma reputação?
A conta vai chegar.
Quem sofreu: libere perdão.
Quem fez mal: ARREPENDE TE.
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Achei cabível para o momento, a beleza desse poema escrito há 2 séculos.


Quando a tempestade passar,

as estradas se amansarem,

E formos sobreviventes

de um naufrágio coletivo,

Com o coração choroso

e o destino abençoado

Nós nos sentiremos bem-aventurados

Só por estarmos vivos.


E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido

E elogiaremos a sorte de manter um amigo.


E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.


Não teremos mais inveja pois todos sofreram.

Não teremos mais o coração endurecido 

Seremos todos mais compassivos.


Valerá mais o que é de todos do  que o que eu nunca consegui.

Seremos mais generosos

E muito mais comprometidos


Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que 

significa estarmos vivos!

Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi.


Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado, que nós nunca  soubemos o nome e sempre esteve ao nosso lado.


E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado...

Mas você nunca perguntou o nome dele 

Porque  estava com pressa...


E tudo será milagre! 

E tudo será um legado

E a vida que ganhamos será respeitada!


Quando a tempestade passar

Eu te peço Deus, com tristeza.

Que você nos torne melhores.

como você "nos" sonhou.


(K. O ' Meara - Poema escrito durante a epidemia de peste em 1800)

Thursday, February 25, 2021

ULTIMA ENTREGA

Na última entrega do dia, um motoboy, o Léo, acabou batendo em um carro. Eis que ele se surpreendeu com a atitude do motorista. Leia o relato

Era o seu primeiro dia de trabalho. O dia inteiro debaixo de um sol escaldante, pilotando uma moto de lá pra cá.

Léo é mais um dos milhares de desempregados nessa pandemia defendendo o pão de cada dia. O cansaço fez ele se descuidar e invadir meu carro, rs.

Atravessei o carro na pista na hora e minha única preocupação era... "Você está bem?".

Léo choroso dizia: era minha última entrega, preciso fazer minha última entrega.

Passado o susto encostamos a moto, coloquei ele no meu carro e fui fazer a entrega. Tivemos então a chance de conversar e eu descobri não só o Léo moto-boy, mas o pai do Ryan. Casado, esforçado, honesto.

Um preto maneiro que ainda paga uma graninha pro irmão tomar conta do filho dele enquanto ele e a mulher trabalham.

Não, ele não pode e nem vai pagar o meu prejuízo. Mas e daí? Coisas vem e vão. E eu ainda me prontifiquei a consertar o que se quebrou na moto dele.

Eu não tenho muito (pra falar a verdade tenho é beeeemmmm pouquinho) mas ele não pode parar. Se ele parar o Ryan não come, o irmão padece e a vida empaca.

Comecei o dia sambando de felicidade e termino igualmente feliz. Feliz pq ele não quebrou nada, feliz pq vamos consertar a moto e o Ryan não vai ficar desamparado, feliz pq minha mãe me deu coragem e eu não sou basculho (Gil vigor feelings) pra ir embora sem prestar socorro.

É isso que significa ninguém soltar a mão de ninguém ou nas palavras de Jesus: quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma

E no final fiz um amigo. Registramos a foto pq depois queremos voltar e rir dessa situação. Ame as pessoas, use as coisas.

Tuesday, February 16, 2021

ÁRVORES DAS NOSSAS PRAÇAS...

 





PAISAGENS MG 120 PRATA x NOVA ERA

 













ALFIÉ ANTIGO

 Dr. Matheus (médico e ex prefeito de  São Domingos do Prata) enviou para o avô do Hélio de Caux, José Borges de Moraes, que morava no Rio.  Essa imagem foi guardada pela tia  do Hélio, Alice -106 anos, que mora no Rio. 

O  desenho é de Dr. Raul de Caux.



O AMOR COMO OBRA DE ARTE

 


QUANDO VOCÊ MORRER, NÃO SE PREOCUPE


Não se preocupe com o seu corpo porque os seus parentes, cuidarão do que for necessário.
Eles:
Vão tirar suas roupas.
Vão te lavar.
Vão te vestir.
Vão te tirar da sua casa.
Vão te levar para a sua nova morada...
Muitos virão se "despedir" de você no seu funeral.
Alguns cancelarão seus compromissos e até faltarão ao trabalho e compromissos por causa do seu enterro.
Embora a maioria deles nunca o tenha feito enquanto estavas em vida.
🔷 Seus pertences, até aqueles, que você não gostava nem de emprestar, serão queimados, jogados fora sem a menor cerimônia. Alguns de um pouco mais valor, alguém até irá ficar com eles ou talvez doá-los.
🔷 Suas chaves
🔷 Seus livros
🔷 Seus CDS
🔷 Suas malas
🔷 Seus sapatos
🔷 Suas roupas...
- Se sua família for inteligente e solidária os doarão em caridade para que possam obter para alguém algum benefício.
E tenha certeza:
O Mundo não vai parar para chorar por ti.
🔹 A economia vai continuar.
🔹Em seu trabalho, serás substituido(a) outra pessoa com as mesmas capacidades assumirá seu lugar.
🔹Seus " Bens" irão para seus herdeiros.
Considerando que você continuará a ser: Citado, julgado, questionado...
sobre todas as pequenas e grandes ações em vida.
Haverá 3 tipos de "LUTO" sobre ti:
- As pessoas que te conheciam apenas pelo valor da face dirão :
"Pobre Homem! / Mulher!"
Seus amigos vão chorar por dias, ou no máximo horas, mas depois retornarão ao riso.
Aqueles "amigos" que te encorajavam a pecar vão esquecer de ti mais rápido.
Seus animais serão doados, se apegarão ao novo dono, e aos poucos sua lembrança será apagada.
Suas fotos:
"por algum tempo" ficarão penduradas numa parede, ou sobre algum móvel.
Mas logo serão guardadas/ esquecidas, em caixas, ou no fundo de uma gaveta.
Seu sofá, mesa, ou cadeira preferidos, certamente serão doadas.
Ou... Queimadas.
A dor "profunda" na sua casa durará uma semana, duas,
um mês, dois...
E depois disso sua família vai te adicionar apenas
às memórias deles.
E então, sua história aqui, terminou...
Terminou para este mundo, entre as pessoas.
Mas a sua história com a sua nova realidade, começa.
E essa realidade, é a vida (após a morte.)
E estas coisas ficarão para trás:
🔷 Corpo
🔷 Beleza
🔷 Aparência
🔷 Sobrenome
🔷 Conforto
🔷 Crédito
🔷 Status
🔷 Posição
🔷 Conta bancária
🔷 Casa
🔷 Carro
🔷 Profissão
🔷 Carreira
🔷 Títulos
🔷 Diplomas
🔷 Medalhas
🔷 Troféus
🔷 Amigos
🔷 Lugares
🔷 Cônjuge
🔷 Família...
E lá, do outro lado, nenhuma destas coisas lhe fará falta ou terá valor algum, de nada, lhe servirá.
Por isto, guarde o seu ❤
Cuide:
🔷 Do seu Espírito.
🔷 Da sua vida com Deus.
Da sua alma.
É ela, que sofre e sente dores.
🔷 preserve em si a essência dele.
🔷 Faça o bem.
🔷 Perdoe.
🔷 Seja justo.
🔷 Busque-o.
🔷 Siga-o.
🔷 Ore, fale com ele.
🔷 Aprenda sobre ele.
🔷 Pratique o que ele ensinou.
🔷 E afaste-se de qualquer ato que desagrade a ele, ao nosso Senhor
Breve ele virá
E tudo aqui para trás ficará.
Se você leu até o final repense os seus conceitos, ainda há tempo de mudança ...