Wednesday, March 19, 2025

DEDICAÇÃO

 Dedico o que me resta de vida, não sei se será muito ou pouco, mas quero me oferecer presentes preciosos como a fidelidade a mim mesmo, sem permitir que ninguém corrompa a tranquilidade que minhas decisões me proporcionam.

Quero me dar o prazer de passar por uma vitrine, ver que os anos, que antes me incomodavam, agora me caem bem, pois cada um deles deixou em mim olheiras escuras causadas por noites sem dormir, que ninguém nunca percebeu enquanto eu, sozinho, procurava a razão de tantas coisas que, no final, deviam acontecer simplesmente porque sim... E de tudo isso, aprendi. — com Vanessa K Escobar.
Dedico a mim as canções que me fizeram lembrar de alguém, mas agora não choro pelas ausências nem há aquela longa fila de arrependimentos por não saber se ganharia ou perderia.
*Me dou permissão para abrir uma garrafa de vinho sem um motivo especial para brindar, pois às vezes só preciso da minha própria companhia.*
Olhar-me, dizer a mim mesmo que vou ficar bem e que nada é para sempre, porque estamos de passagem e tudo é aceitável, exceto me deixar para depois.
Quero me presentear com flores, pois em algum momento não soube apreciá-las e as despetalei esperando que a última pétala me dissesse que era amado, enquanto aqueles que deveriam faze-lo se foram em silêncio e eu fiquei sem nenhuma flor.
*É por isso que quero dedicar-me o que resta da vida.*
Caminhar pelas ruas sem esperar, encontrar alguém do meu passado e me perguntar por que não está no meu presente.
Tomar um café onde tive que ir para não cruzar com pessoas que diziam ser eternas para mim, mas o esquecimento que deixaram foi eterno sem saber o quanto eu tinha ficado quebrado quando as portas do meu coração estavam abertas e seus braços fechados para minha tristeza ou sucesso, caso um dia acontecesse.
*Quero me entregar a chave da felicidade que conquistei quando perdi meus medos.*
Pendurar quadros novos naquela parede onde me apoiei todos os dias e noites, olhando fotografias que me deixavam à beira da solidão e feridas abertas, porque sentir saudade era para os fracos, e superar era para os valentes, e eu tive que aprender a ser valente.
Então dei um passo, e depois outro, e assim consegui chegar ao espelho mais próximo, e foi quando me vi depois de muito tempo.
Observei-me, conversei comigo mesmo como quem fala com um amigo que passou por muitas coisas e me perguntei... O que você vai fazer pelo resto da sua vida?
E a última decisão foi... VIVÊ-LA, AFINAL É MINHA VIDA E NÃO SE REPETIRÁ DUAS VEZES.