Antes
de tudo, gostaria de expressar minha profunda gratidão à Comissão da Casa de
Cultura pela honrosa indicação para receber a Medalha Dr. Matheus de Vasconcelos,
Edição 2025. Certamente fruto da bondade e gentileza, do que realmente por
mérito deste agraciado que vos fala.
Na
cultura dos Estados Unidos, é comum vermos nos filmes uma cena emblemática: ao
reconhecer um veterano de guerra, um cidadão se aproxima, o abraça e diz, com
emoção, um sincero “muito obrigado”.
Esse gesto de reconhecimento me faz pensar nas muitas pessoas, aqui mesmo em nossa cidade, que se dedicaram e ainda se dedicam ao bem comum. Faço referência a Zé Tacinho, Dr. Laércio Maciel, ( aqui me permito abrir um momento para o Laércio, pela amizade tao sincera e leal que recebi dele) , Dona Ester (parteira), a Professora Da. Nenem Rolla, Padre Antônio, Dona Aparecida Rolla, Prof. Guido Motta, Dona Cidinha Mendes, Sr. Pelágio Domingues. Aqui expresso minha reverencia, confessando ter ficado emocionado pela homenagem ao Paulino Cícero, pois nao se trata apenas da honraria e sim do reconhecimento que veio se expressar a público, a sociedade transborda esta justa homenagem a voce e seus familiares, ÉS UM LEGÍTIMO GUERREIRO PRATIANO, QUE LUTA INTEMERATO O BOM COMBATE, QUE NUNCA SE ESQUECE DE SUAS RAÍZES E DE SUA FÉ. É hora de colher prazeirosamente os frutos da sua incansável semeadura! que DEUS continue abençoando a sua vida e a dos seus entes queridos. Entretanto temos tantos outros a agradecer que, se fôssemos listar todos, certamente correríamos o risco de cometer alguma injustiça por omissão.
Nosso abraço aqueles que lutaram e lutam por
esta Comunidade se igualam a deferência que os veteranos nos Estados Unidos
através da GRATIDÃO.
Não tem como estar aqui,
neste momento, e não falar sobre o Dr. Matheus. Por isso, compartilho com vocês
um texto que escrevi em sua homenagem, intitulado: “O Operário do Bem”.
“Há algum tempo a BBC
de Londres quis saber, através do SBT, quem foi o maior brasileiro de todos os
tempos (?). Este tema remeteu-me à nossa Terra e seus construtores.
Tivemos muitas
pessoas que se dedicaram ao Prata e muito fizeram para que fôssemos "um
povo fácil de ser amado", que na verdade é o que Dr. Geraldo Guerra queria
dizer.
Evidentemente que não
tenho um minucioso conhecimento de nossa história porque já se vão muitos anos.
Contudo, do que pude depreender quando ouvi a pergunta pela primeira vez,
lembrei-me do Dr. Matheus.
Juquita para os
familiares era o "nosso Dr. Matheus", pessoa que me fez entender o
sentimento exato da modéstia, da credibilidade, do respeito, da simplicidade e
da honestidade; metaforicamente estou "tirando o chapéu".
Sempre que leio algo
do filósofo francês Voltaire, lembro-me do nosso Dr. Matheus, em razão de que
ele, embora até não concordasse com o que alguém dizia, defendia ardorosamente
o direito daquela pessoa de fazê-lo. Sabia perfeitamente que as ideias estavam
acima do campo pessoal e deixava que elas brigassem, sem que as pessoas se
metessem.
Imprimiu em seu modo
de viver o que posso denominar como "operário do bem"; e jamais
deixou de atender as pessoas do Prata, Dionísio e Goiabal; sendo quase que o
único médico desta região de 1936 a 1968. Em suas ações políticas ficava bem
claro que ele acreditava em sí, mas não duvidava da capacidade dos outros.
Sou sincero, conheci
poucas pessoas com o senso humanístico do Dr. Matheus, pois atribuía grande
importância à dignidade humana, com uma postura ética inigualável em sua vida
profissional e política, deixando bem claro o princípio de que: " nada
acima do ser humano e nenhum humano abaixo dos outros".”
Por isso, sempre que me refiro a ele, faço-o com o título “O OPERÁRIO DO
BEM”.
Muitas das suas ações me foram relatadas pelo meu pai, outras menino
ainda, quando fui nomeado “o seu oficial abridor de porteiras”, quando ia em
seu jeep ou rural atender pessoas doentes na Zona Rural, já que na época não
havia mata-burros para facilitar as viagens.
Foi o protetor dos menos favorecidos em nossa região, incluindo as
cidades de Marliéria, Jaguaraçu, Dionísio e São José do Goiabal.
Todo e qualquer ato para demostrarmos a nossa GRATIDÃO ainda será pouco
perante o bem que ele fez às nossas famílias.
Muito
obrigado!