Wednesday, January 11, 2012

CONFISSÃO EM SETEMBRO

Acho que não posso ser considerado um “tipo sorridente”. Sou ciente da minha justa parcela de sorte. Amo meus filhos e gosto do meu trabalho. Tenho um cotidiano que, como outros, sobrevive às dificuldades naturais, e é geralmente tranqüilo, embora não alcance a vivência de uma ligação completa, até pelas diferenças inerentes a cada ser humano.
Pode-se dizer que não fui uma criança inteiramente despreocupada, uma vez que tive responsabilidades precocemente, o que de certa forma inibe uma passagem satisfatória para a idade adulta.
Com uma temperatura emocional mais para um comportamento contido, digladio hoje com o chegar aos sessenta anos. A marcha para a mortalidade ocorre a qualquer ser humano ( ordem  natural )uma  vez que estamos sujeitos a estas sinalizações, e não é difícil sentir que aos poucos a cortina está se levantando para o ato final. Não há como evitar. Baixar o colesterol e vigiar outras mazelas juntam-se à perspectiva do declínio, mas o coração ainda não tem o indefinível fragmento da felicidade que vem se esquivando de mim há quase sessenta anos.