Wednesday, August 30, 2017

ECLESIASTES

“Debaixo do sol”, a expressão que caracteriza a mensagem de Eclesiastes sobre a experiência terrestre, aparece mais de 25 vezes no livro. Alguns exemplos ilustram o pensamento do autor: “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade. Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Eclesiastes 1:2-3). “Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento” (Eclesiastes 1:14). “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos . . . e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (Eclesiastes 2:11).

Salomão procurou a felicidade no seu trabalho, nas suas grandes obras, no vinho, nas riquezas, na música e nas mulheres, e não a achou (Eclesiastes 2:1-11). Reconheceu e até recomendou que o homem aproveitasse alguns prazeres bons nesta vida, frutos do seu trabalho (Eclesiastes 5:18; 8:15). Também viu a bênção da alegria do casamento e o prazer de compartilhar a vida com a pessoa amada (Eclesiastes 9:9).

Ele viu o valor da sabedoria (Eclesiastes 9:13-18), mas percebeu que a sabedoria “debaixo do sol”, ou seja, o conhecimento que vem somente da experiência humana, também não era satisfatória (Eclesiastes 2:12-17).

Neste livro, ele trata de uma sequência de considerações:

Capítulos 1 a 6 falam da busca frustrada pela alegria nesta vida debaixo do sol.

Capítulos 7 a 10 ainda comentam sobre estas frustrações, mas destacam o valor da sabedoria para livrar o homem das consequências da loucura.

Capítulos 11 e 12 olham para além das experiências debaixo do sol para orientar o leitor a buscar o Criador, aquele que está acima do sol e que dá sentido para a vida do homem.

As conclusões mais importantes de Salomão não se limitavam às experiências debaixo do sol, pois ele percebeu a importância de olhar para cima para achar sentido e satisfação na vida. E, mesmo nisso, o homem encara suas próprias limitações. O objetivo não é compreender Deus, pois nem o homem mais sábio do mundo seria capaz disso: “então, contemplei toda a obra de Deus e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a entenderá; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá achar” (Eclesiastes 8:17). O único objetivo digno da dedicação e do esforço do homem, concluiu Salomão, é temer e obedecer ao Criador: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (Eclesiastes 12:13). Tenhamos a sabedoria para chegar à mesma conclusão!