O PERDÃO
Por diversas vezes, algumas pessoas comentam comigo assim: "Você deve ser muito equilibrado, sereno, tranquilo, observando pelos temas que você escreve...".
Respondo: Não, ao contrário, preciso fazer isto para a minha manutenção diária. A comunhão para católicos traz em si a necessidade de se alimentar espiritualmente, pois é a forma de agradecer pelos benefícios recebidos, dons e graças; assim como o ferro vai assumindo sua cor no fogo, a comunhão é o remédio da vida para nos mantermos livres e preservados das falhas cotidianas.
Já escrevi várias vezes sobre este tema porque considero-o fundamental em nossa vida, é o gesto mais elevado que o ser humano pode praticar. Se afirmasse que é fácil, estaria mentindo, afirmo que é possível.
Perdoe, insista, ore, ame novamente, perdoe o mais rápido que lhe for possível. Doe o perdão como se fosse sua última oportunidade. Ame como se não houvesse amanhã, e se houver um amanhã, ame novamente. A esperança é uma espécie de sanfona, todos nós já tivemos ou ainda temos estrias na alma, nossas precariedades e tentativas desajeitadas. O mundo tem muitas coisas, grandes, pequenas e algumas até sem nenhuma importância.
Esqueça o acusador, ele pode não conhecer a sua vida desde o princípio. Lembre-se de que todas as riquezas materiais apodrecerão com o tempo.
O perdão é certamente a coisa mais libertadora que alguém pode fazer, a falta dele é como se você caminhasse com uma pesada pedra amarrada à sua perna.
Perdoar não é ser bobo, é ser inteligente. Se não perdoo, não sou perdoado. A nossa ligação com Deus depende disto. A vingança interrompe nossas orações e nossa caminhada com o Senhor. A questão não é merecer ou não a ofensa, lembre-se que Jesus Cristo também não mereceu.
Ore em favor do ofensor, quando menos você esperar esta atitude o levará a amar aquela pessoa, mesmo porque nada na vida é entre nós e o nosso próximo, mas sim entre nós e Deus (consciência e ética).