Monday, May 29, 2006

A BELEZA E O ENVELHECIMENTO


A nossa sociedade é extremamente narcisista. Valoriza excessivamente a aparência. Como o ser humano está sempre buscando a juventude eterna, a beleza física, o valor dos atributos crescem de forma tão exagerada que o corpo supera a alma, levando-nos à idéia de que o culto ao corpo, como fator de atração, é que faz perseverar o amor.
Na verdade a vida é transitória e, o envelhecimento e a morte são provas inequívocas desta verdade absoluta.
O medo de ser feio tem conduzido aos exercícios físicos (o que aliás é saudável) e às cirurgias plásticas.
Há um pensamento em ser como determinado artista ou tal modelo.
Os nossos padrões culturais são miscigenados: o negro, o índio e o português, e os padrões que a sociedade considera são mais europeus e norte-americanos (louro, alto, olhos azuis).
Acreditar que a relação amorosa se mantém apenas com a superficialidade da estética é desvalorizar o companheirismo, a ternura, a capacidade de dialogar, o apoio e o respeito pela felicidade do outro. Ater-se apenas ao físico é não entender o processo inexorável da vida, que mastiga o tempo com dentes afiados, conduzindo a todos, indistintamente, à velhice.
Viver é envelhecer.
É importante cuidar do corpo, da higiene, da graciosidade e da flexibilidade. O que não devemos é reduzir uma pessoa humana apenas à sua apresentação física.
Valorizar a beleza física como a única forma de aproximação entre as pessoas é desconsiderar a alegria, o bom humor; astral para cima, pessoas entusiasmadas, simpáticas, espontâneas e felizes. E, ao contrário, fugimos de gente carrancuda, queixosa e de mau humor.
Um importante fator de admiração entre as pessoas é a “autonomia”. Apreciamos quem tem opinião própria e que se mostra determinado. Outro fator é a amabilidade (pessoas afetuosas e acolhedoras). A delicadeza e o carinho são virtudes que um também está procurando no outro em qualquer tipo de relação.


Conclusão: O aspecto físico pode gerar um relacionamento e até sustentá-lo por algum tempo, mas é insuficiente para a construção da vida, pois carece da energia do amor que é a expressão da alma.

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