Thursday, April 17, 2008

MUDANÇA

Dias desses em meio ás dificuldades de me colocar de forma adequada entre o que ocorre na vida de hoje e como era há trinta anos aproximadamente, senti-me literalmente encurralado.
Notório está o conflito de gerações, embora a década de 60 tenha produzido no mundo um movimento de grande abertura no tocante ao comportamento e liberdade.
Evidente está que “Viver é mudar”, mas que seja fácil não o é. O conflito de gerações hoje é grande. Lembro-me bem que não o tive, principalmente com meu pai. Algumas vezes tentei ser moderno, contestador com ele e até com seus pensamentos políticos. Venceu-me fácil, tentou argumentar comigo, mas quando percebeu que minhas colocações eram simples arroubos da juventude, calou-se e deixou-me com minha pretensa vaidade a querer ser dono da verdade. Apenas silenciou. Rapidamente percebi que eu estava enganado, ele era bem informado, lia muito e conversava com pessoas que abasteciam a qualidade de suas opiniões. Ouvia o Dr. José Olímpio, Dr. Matheus Vasconcelos, Zaga de Nono Padeiro, Pe. Martins, Dr. Geraldo Guerra, Sr. Benjamin Gomes Torres, apesar de ter estudado apenas até ao antigo 4º ano primário.
A verdade é que há uma grande diferença entre a teoria e a prática. Não há um compêndio normatizado sobre qual a melhor forma de se viver ( sobretudo em família). Há princípios que não devem nunca ( sob a desculpa da modernidade) serem deixados de lado. O respeito e a dignidade são dois princípios elementares na relação pais e filhos.
O livre arbítrio hoje é uma conquista do homem, principalmente numa democracia. “Quando começamos a vida, a cada um foi dado, segundo Richard Bach, um bloco de mármore e as ferramentas necessárias para transformá-lo em uma escultura. Podemos arrastá-lo intacto, atrás de nós, podemos reduzí-lo a pó ou podemos lhe dar uma forma gloriosa”.
Então podemos concluir que o timão é dado à pessoa em sua frágil embarcação, não para que vá à mercê das ondas, mas para que siga os ditados de sua vontade dirigida pela inteligência e principalmente pelo bom senso.


Ailton Petrônio de Castro