Monday, November 09, 2009

NÔ E ANALITA

Ficamos às vezes tentados a falar a respeito de nossos pais, não para os outros, para nós mesmos como forma de sentir a saudade positiva que por vezes se nos arrebata.
Nosso amigo, confidente e carinhoso; Nô Barbeiro, na gíria de hoje nosso coração diria que ele foi “O Cara” (para nós). Como todo ser humano, com defeitos e virtudes, já ficamos meio bravos uns com os outros por causa dos defeitos; ou seja, nós ficávamos bravos, porque o senhor sempre foi a flexibilidade em pessoa. Via o mundo com uma naturalidade incomum, e a nós( filhos homens) legou a calvície (como herança física), e a nós todos, o espírito de querer ajudar o próximo (como herança humanística). Nisso o senhor foi PHD, porque mesmo tendo pouco ou quase nada, partia o pouco que tinha com o próximo. Não falamos do que ouvimos, falamos do que vimos. Isto fez do senhor um humanista convicto.
Nossa querida mãe, sincera, verdadeira, exigente, mas cuidadosa com todos os filhos. Guerreira, lutadora, não tinha medo de enfrentar desafios. Costureira, cabeleireira, pasteleira, trabalhou muito. Houve uma época em que a tesoura dela e a de pai que nos alimentava. Tida como rígida, não nos deixava matar aulas, faltar ao catecismo, exigia que pagássemos nossas contas em dia. Perdera os pais aos doze anos, sabia as dificuldades da vida.

Junção do diamante (rígido) com a água (flexível).

Pois bem, em 1945, Deus abençoou a união da rigidez amorosa com a flexibilidade de um coração terno e Nô e Analita viveram um casamento de 59 anos, com problemas, com dificuldades, mas sempre juntos os dois e nós (oito filhos).
É por isto que escrevemos este texto, para agradecer ao SENHOR, os pais e os irmãos que nos deu, o que se estendeu para cunhados(as), tios, sobrinhos, primos e amigos.
É hora de reconhecer, às vezes com lágrimas nos olhos, mas agradecidos porque fomos e somos felizes.

Ailton Petrônio de Castro