Monday, October 18, 2010

A CRÍTICA

Nós, seres humanos, somos sempre compelidos ao uso excessivo da crítica ao próximo. Invariavelmente surpreendemo-nos fazendo promessas íntimas de evitá-la, mas não é fácil. Apesar de saber que para se obter o mel não se deve espantar a colméia, não nos apercebemos da loucura que é a crítica. Normalmente temos dificuldades em vencer as nossas próprias limitações, e certamente o homem não tem o costume de analisar se está certo ou errado.
A critica é fútil, coloca o outro na defensiva e faz com que ele se esforce para justificar-se. É perigosa porque fere o orgulho do indivíduo, gerando ressentimentos. Através da crítica não operamos mudanças duradouras e isto tem sido difícil de ser compreendido pelo homem, apesar do dom da inteligência.
O homem tem uma grande ânsia pela aprovação e na mesma medida teme a condenação.
Há algum tempo tivemos como exemplo o escândalo sexual “Bill Clinton”. O fato manteve jornais e revistas vibrando. A nação americana sendo constantemente consultada a respeito da popularidade do Presidente. Os adversários políticos de Clinton a apregoarem que o escândalo era o pior fato na memória da vida pública americana. É assim a natureza humana, os culpados culpando a todos, menos a si próprios. Somos todos assim. Por isso é que, quando criticarmos alguém, devemos lembrar-nos que as críticas são como os pombos, sempre voltam aos pombais. Tenhamos em mente que a pessoa a quem vamos criticar, provavelmente se justificará e, por sua vez, nos condenará.
O grande presidente americano Abraham Lincoln em sua juventude era um crítico mordaz e contumaz, mas um incidente pessoal deu-lhe uma valiosa lição na arte de tratar as pessoas. Nunca mais escreveu algo insultuoso ou ridicularizou alguém. E, desde então, jamais criticou qualquer pessoa por coisa alguma. É dele a frase: “Não os critiquem; são eles exatamente o que nós seríamos sob idênticas condições”. É a própria comprovação do “Não julgueis, se não quiserdes ser julgados”.
Assim, se quisermos evitar amanhã um ressentimento que poderá prolongar-se até a morte, sejamos indulgentes e não critiquemos, pois assunto nenhum justifica a crítica. Tenhamos em nosso espírito o seguinte: “Não falarei mal de nenhum homem” e “falarei tudo de bom que souber de cada pessoa”.
Concluindo, qualquer idiota pode criticar, condenar, queixar-se e a maioria faz isso. Mas é preciso ser complacente e saber perdoar. Um grande homem demonstra sua grandeza pelo modo como trata os pequenos. O próprio Deus, Senhor do Universo, não se propõe a julgar o homem antes o final de seus dias.
Por que o faríamos, você e eu?
Ailton Petrônio de Castro