Monday, October 18, 2010

O VALOR DA VIDA

Quanto vale a vida. Alguém saberia responder? Difícil.
Com o tempo a gente vai conhecendo a realidade e sentindo-a mais de perto, podendo garantir que tudo passa, é efêmero e transitório, inclusive a própria vida. Estas preocupações tomam maior espaço em nosso íntimo quando vamos perdendo pessoas que estão muito próximas da gente (um pai, uma tia muito querida, um amigo muito especial); e se avolumam, quando assistimos a atos terroristas em escolas, invasões unilaterais a outros países, catástrofes provocadas por fenômenos da natureza, a violência urbana numa escalada crescente, quase inacreditável (matou para roubar um celular, R$ 30,00), assassinatos arquitetados por filhos contra os próprios pais ou avós.
E o valor da vida, qual é?
Temos mais: atitudes absurdas, desumanas, frutos da gana pelo dinheiro levando pessoas ao raciocínio de que para se ganhar, ficar rico, vale tudoér, incluisve manchar o seu caráter. Vale corromper e ser corrompido, pisar no próximo, humilhar os seus empregados, mostrar-se “esperto” (na verdade, fraudulento e matreiro); tudo para estar na crista da onda e mais tarde ser o mais rico habitante de uma bem florida e ajardinada necrópole (cemitério); quem sabe até o luxo de obter comentários de algum visitante dizendo assim (e apontando para o seu túmulo): “Este é o habitante mais rico deste cemitério.”
Há poucos dias ouvi uma entrevista na TV em que um Psicanalista afirmava que “a maior incompetência do homem é morrer rico”; isto porque para ele estava claro que o mesmo não soube, em vida, repartir com seus filhos ou familiares ou ainda foi totalmente insensível às diferenças e sofrimentos dos outros; deixando de adotar um Asilo, um Hospital, uma Creche, uma Escola e tantas outras possibilidades de aplicar o seu dinheiro em favor da humanidade (como em pesquisas científicas para a cura de tantas doenças).
É, caro leitor, por tudo isso que “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.” Ser educado, bom ouvinte, humilde, modesto é o caminho certo. O grande jurista Sobral Pinto ao impetrar “hábeas corpus” contra a injusta prisão do Ex-Presidente Juscelino Kubstchek escreveu: “a roda da fortuna é versátil, os perseguidores de hoje poderão ser os perseguidos de amanhã”. Evidente está, que ele, àquela época, chamava atenção dos comandantes da Ditadura que se instalara no Brasil para o excesso de autoritarismo, para a arbitrariedade, o absolutismo, o caciquismo, o despotismo, a opressão e até mesmo para o exercício de uma velada violência.
E voltamos à pergunta: Quanto vale a vida? O que é melhor, o carinho, a afabilidade, o diálogo ou o poder passageiro de dispor pela força do impulso, movido pelo repente ou pela precipitação?
Assim, imbuído pelo sentimento religioso que envolve a espiritualidade, é que resolvi fazer esta análise comigo mesmo, para descobrir se vivo de acordo com a verdade que é comum a todos, desde os mais poderosos até o mais infeliz dos mendigos, ou se estou enganando a mim mesmo, esquecendo-me de estender a mão ao próximo, de abrir um sorriso ao vizinho, ou seja; se estou tendo a sabedoria de reconhecer que SER GENTE é uma aprendizagem constante.
Finalizo, consciente, que descobri ter muito a aprender. Tomara que Deus me proporcione esse tempo.


Obs. Façamos nossas escolhas cientes de que elas tem consequencias positivas ou negativas.