Monday, August 17, 2015

SOMBRAS QUE SE FORAM...

Ao caro amigo e colega José Matheus de Vasconcellos.

Prisioneiro nas grades de um passado
mais horrendo, talvez, que a própria morte,
já não posso clamar a triste sorte,
pois me vejo liberto, sublimado.

Era tal o terror e o meu cuidado, 
nas sendas do destino trêdo e forte,
que não existe dor que eu não suporte
agradecido, em vez de revoltado.

Das sombras que se foram para longe,
não mais sinto o temor do velho monge,
perdido nas areais do deserto

Posso agora seguir o meu caminho,
alegre como livre passarinho,
para a fonte de luz que nasce perto.

Dr. Geraldo Guerra