Ao caro amigo e colega José Matheus de Vasconcellos.
Prisioneiro nas grades de um passado
mais horrendo, talvez, que a própria morte,
já não posso clamar a triste sorte,
pois me vejo liberto, sublimado.
Era tal o terror e o meu cuidado,
nas sendas do destino trêdo e forte,
que não existe dor que eu não suporte
agradecido, em vez de revoltado.
Das sombras que se foram para longe,
não mais sinto o temor do velho monge,
perdido nas areais do deserto
Posso agora seguir o meu caminho,
alegre como livre passarinho,
para a fonte de luz que nasce perto.
Dr. Geraldo Guerra