Estou sempre a cobrar de mim umas
palavras em homenagem ao Prof. Guido Mota ou Sô Guido (na intimidade).
Algumas pessoas são merecedoras
de nosso reconhecimento por serem imprescindíveis em nossa comunidade. Lembro-me agora que tive
dificuldades em homenagear ao Dr. Matheus, Dr. Paulino Cícero, a Profa. Maria
Auxiliadora Perdigão e a também Profa. Nilza Rolla Perdigão, devido aos
incontáveis atributos dessas pessoas, temeroso de falhas na enumeração dos
mesmos.
Mas vamos lá ao amigo Guido
Motta, Motta com dois “tês” ou com um não muda o exemplo dado pelo nosso
homenageado.
Quando estudante revezava no gol
do time dos estudantes com Hilário Correa, e usava a camisa de goleiro de cor
preta, que me fazia lembrar o grande goleiro da seleção russa da década de 50 e
60, de nome Lev Ivanovich Yashin, apelidado de o “Aranha Negra”. Neste time de
estudantes da década de 50, brilhavam Paulino Cícero, seus irmãos Paulão, Chico
(ou Beto), Zé Chico Nunes, Antônio João de Sô Benjamim, Zé Paulo de Zinho
Drumond, Josué Monteiro, Odilon de Tavico, Pedro Roberto Rolla, Haroldo e Célio
de Sô Juquita Mendes e Pedrinho de Sô Marinho Mendes.
Bacharelado e Pós-graduado em Bioquímica pela Universidade Federal de
Ouro Preto retornou a nossa Terra.
Uma dúvida :
Eu não sei se escrevo Guido, Sô
Guido, Prof. Guido ou Dr. Guido Fontgalland Martins Mota ou nosso querido
Mestre, mas sei que foi Vereador, Prefeito, mas sobretudo uma referência
regional como Professor de Física, Química, Biologia; aliás poderia lecionar
qualquer matéria, principalmente História e Filosofia, um verdadeiro Mestre (o
filho do Prof. Zeca e Da Nazinha ). Fui aluno dele, um dos piores claro, não
era minha praia, depois fui seu colega como professor na Escola Estadual Marques Afonso.
Antoine Galland foi um escritor
francês especialista em manuscritos antigos, outro Galland foi um general
alemão.
Falar do Guido (agora com certa
liberdade de tratamento) é falar de educação, humanismo e saúde.
Como educador foi e ainda é um
incentivador dos estudantes, tendo sempre uma relação de afetividade com seus
alunos, prezando sempre pela autonomia do educando. Como humanista valorizou a
essência do ser humano. Sua preocupação com o conhecimento beirava à
generosidade e foi ardoroso defensor da humanização de cultura. Na área da
saúde foi Bioquímico do Hospital Nossa Senhora das Dores seguramente por
cinquenta anos e seu Diretor .
Como Prefeito valorizou a arte e
incentivou-a dando todo apoio, além de atuar como um agente defensor da
sustentabilidade ambiental. Exerceu seu mandato de forma serena, com uma
administração onde valorizou a competência e a qualidade do cidadão sempre
agindo com bom senso e de forma consensual com o povo de nossa Terra.
Quanto ao ser humano, uma pessoa humilde,
(pudera filho do Prof. Zeca e da Da. Nazinha), prestativo e sobretudo pratiano da gema, tanto que ao
formar-se fez a opção por retornar à cidade natal, sendo o primeiro profissional em Análises Clínicas de nossa Cidade e adjacências.
Esteve presente em todas
atividades de nosso Município que incluíam melhorias para a Cidade, sempre
imprescindível nos setores de Saúde e Educação. Recordo-me que quando fui
vice-prefeito, o então Prefeito Dr. Antônio Roberto Lopes de Carvalho,
convocou-nos para uma reunião que foi realizada na residência do casal João
Bosco e Luiza Rolla, com o objetivo de analisar um substituto para a Profa.
Maria Auxiliadora Perdigão, Diretora da Escola Estadual Marques Afonso, que
acabara de receber a publicação de sua aposentadoria. Lembro-me que nesta
reunião ,sugeri ao DD. Prefeito a indicação do Prof. Guido Mota para a Diretoria
da Escola, e os Professores Suzana Rolla Guerra, Amália Rolla Braga e o Prof. Arthur
Fernando Furtado Gomes para Vice-Diretores. A idéia foi unanimemente aceita e um ofício indicativo foi
enviado à Secretaria Estadual da Educação do Estado. Lembramos que à época, não
existia eleição para Diretores Escolares.
Pessoa de inteligência rara que
continua a brindar-nos com sua criatividade e insuperável senso de cidadania.
Espero que meu abraço seja uma
mensagem de todos nós, que tivemos e temos a felicidade de usufruir de uma
convivência tão benéfica.
Em tempo: Em 1963 cursávamos a 3ª
série ginasial (nomenclatura usada à época). Era Diretor da Escola o Pe. José
Martins Teixeira, pessoa de imensa cultura e um disciplinador nato. O Prof. Guido Mota apelidou a nossa turma
(classe apenas masculina) de III exército. O oficialato era composto por
Sebastião Albeny, Verinho de Zinho Drumond, João Braz, Clidinho Drumond e
Sininho irmão de Bolão. Como Sargento de instrução e treinamento atuava Chico
de Zinho. Os demais, João Lana, Adão Azevedo, Ronio de Zé Pintinho, Elcio de
Guta, Ilo Lana, Derly de Vicente Deró, Palmyos de Nezinho Gomes, Chico de Da.
Ica, Agnaldo de Camilo, Robledo Morais, Geraldo Ferreira, Nivaldo Mosqueira, Aroldo de
Tó, Bruno Guimarães, Valfrido Perdigão e eu, entre outros. No meu caso era soldado raso, pois
havia saído do internato há pouco tempo e não possuía a criatividade dos
demais.
Era uma turma quase indomável...
risos.
Aproveito para registrar que
foram nossos professores: Dr. Sergio Lellis Santiago, Egydio Zanetti, Dr.
Bernardo Mascarenhas Cançado, Dr. Joaquim Gomes Lima, Dr. Luiz Gonzaga Lima
(Zaga), Profa. Conceição Santiago, Profa. Da. Filinha (Francês), Prof. Tacinho,
Prof. Arthur Fernando Furtado Gomes, salvo alguma falha deste autor. A eles nossos
eternos agradecimentos pela dedicação e paciência que tiveram conosco, já que o
III Exército era uma turma de gozadores, brincalhões, humoristas diferente dos
demais, segundo sempre lembra o Prof. Guido.