Friday, July 24, 2020

NARRATIVA HISTÓRICA - NACIONAL ESPORTE CLUBE


Nos idos de 1.956 havia em São Domingos do Prata a Escola de Comércio que funcionava a noite no Grupo Escolar Cônego João Pio  e também um time de futebol com o mesmo nome, tendo como dirigente(técnico) o Sr. Mário Felipe dos Santos, que tinha o futebol nas veias. Por uma incompatibilidade futebolística eu (Marcinho do Inhô Gomes), que atuava neste time, passei a não fazer mais parte desse plantel. Com o tempo, resolvi então criar uma nova agremiação. Com ajuda de inúmeros amigos (não citarei nomes por uma questão de ética e também deixar de citar alguns que que foram importantes no árduo trabalho que tivemos). Alimentando a ideia, fomos fazendo rifas, pedindo ajuda daqui e dali, conseguimos comprar o primeiro e único uniforme (12 camisas e 12 meias)  a prestação na casa de retalhos do Sr Helio Mota. O primeiro passo estava dado,  e o nome do time? Diversos foram propostos como: Vasquinho, Flamenguinho, etc. Naquela época o Estrela Vermelha da Iugoslávia havia sido campeão de uma copa (segundo Breno ) e como as camisas compradas, tinham as golas e punhos vermelhos num corpo branco, o nome Estrela Vermelha foi sugerido e aceito pela maioria. Providenciamos então a confecção da Estrela Vermelha que seria pregada nas camisas.      

   
Com ajuda das senhoritas (na época) Ludi e Baica Fraga e também uma  cunhada delas, o bordado foi realizado. Era uma Estrela Vermelha e no centro FC (linda) meio caminho andado. E o técnico? Fizemos então o convite ao Sr Santos Bonfá, se não me engano, mecânico de profissão e conhecedor de futebol,que  logo aceitou, partimos então para os treinos. Campo do lava-pés, único na cidade, cedido pelo Clube Atlético Pratiano, a quem devemos gratidão   e aos diretores daquela época. Após alguns treinos, o esquadrão Estrela Vermelha, meninada de 15 - 18 anos, orgulhosos pela  façanha , marcamos nosso primeiro jogo , contra quem? Escola de Comércio. E no dia 10/04/1956, a  estréia, pernas trêmulas , um pouco de torcida  aos gritos , Estrela Vermelha !!! aquilo nos comovia. Outros Escola de Comercio !!!,  e a batalha foi iniciada, apitou este jogo o Sr Rômulo Gomes Lima (proprietário da Farmácia, pai  da Farmacêutica- Bioquímica Dra Fátima Gomes Lima.



Jogo apertado, duro, a escola de comércio tinha bons jogadores , final Estrela Vermelha 1 x 2 Escola de Comércio , gol de Dito da farmácia e Quinzinho e Eu (Marcinho segundo Breno) para o Estrela. No decorrer outros jogos foram realizados o segundo Estrela Vermelha 5 x1 Gandra . O terceiro Estrela Vermelha 6 x 0, o Cachoeira (time do Sr Expedito de Sô Leandro ), muitos outros jogos foram realizados , contra times de renome como o Minas, Comercial, Viminas (de Nova Era) , Metalúrgico, Belgominas, Vasquinho de Monlevade, Alvinopolense, time de Marliéria (time do Padre bom de bola que jogava de batina),  que a do Sr. Nô Barbeiro ( Presidente) pediu ao treinador Agostinho Santiago para  colocar o  Silvestre para marcá-lo de perto. A noite na procissão o padre  seguia na procissão de CORPUS CHRISTI, seguia  mancando o ofício religioso, pois fora bem vigiado  pelo implacável marcador).

Durante sua curta existência o Estrela Vermelha conseguiu grandes vitórias , tendo uma trajetória de glórias conquistando torcedores por suas façanhas em campo. Em meados de setembro de 1.957  um torneio formado por torcedores dos times do Rio  de Janeiro : Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense , tendo o Botafogo sido campeão. O   futebol pratiano,  Estrela Vermelha e Atlético,  ficou parado neste período. Findo este torneio, em novembro , nós jogadores do Estrela notamos que o time não tinha uma diretoria. 


Eu (Marcinho de Inhô Gomes ) funcionava, como presidente, roupeiro, tesoureiro e pedinte, Luiz Pingota era o secretário (ele que redigia os ofícios) então fomos procurados  por pessoas interessados em criar uma diretoria para o time, porém , com o nome Estrela Vermelha não seria possível, por este nome pertencer  um Jornal  Russo (Comunista) , assim não poderia ser filiado a Federações ou Ligas de futebol. Constrangidos, mas cientes da mudança ora por vir. No dia 11 de Novembro de 1.957, no Clube Recreativo Pratiano em reunião com grandes nomes da sociedade pratiana presente, constou em ata  a extinção do Estrela Vermelha , que doravante teria o galhardo nome de NACIONAL ESPORTE CLUBE. Tendo como seu primeiro presidente o Sr JOSÉ DE CASTRO PERDIGÃO alcunha NÔ BARBEIRO, que durante seu mandato, amou não só o time, mas também seus jogadores e nos tratava como pai (saudades).



 Esta é uma narrativa do que me lembro desse inicio maravilhoso  do nosso querido N.E.C  de grandes vitórias  o no andar da carruagem, não estava mais no Prata, mas seguia , sempre o crescimento do time que principalmente  ter hoje um belo Estádio, foi nesta longa caminhada , administrada por   presidentes e diretoria que lutaram para que e este nome fosse perpetuado. A todos vocês que trabalharam com amor por esta causa. O nosso muito obrigado, e se o pavilhão verde e branco estiver tremulando na janela do meu apartamento na Praça do Hospital da Cidade, podem saber,  o trio está presente.

DA-LHE NAÇA!!!