Cada um tem o seu temperamento, no meu caso eu adorava
passar mais tempo com meu pai e pude ouvi-lo contar as coisas dele, por isso
conheci melhor a vida dele, sobre a sua infância e a juventude, sobre seus
sonhos. Eu sempre me importei com Ele. Não me lembro de um desentendimento que tivéssemos
tido, ao contrário, tínhamos pensamentos parecidos. Tinha certeza de que o que
Ele falava tinha um motivo justo. Isto chama-se CONFIANÇA. Raramente irritava-se
com algo, era diferenciado, extremamente simples e generoso.
Certa feita eu queria conversar com Ele mais particularmente,
chamei-o, entramos no carro e saímos da cidade e no Posto Agropecuário, paramos e
nos assentamos em alguns troncos de madeira, ficamos conversando. Percebia Ele
tão perto de mim, algo quase indescritível.
Naquela época nós, filhos do sexo masculino, tínhamos um
certo receio em demonstrar afeto; hoje, no mundo atual, é bem diferente.
Eu não precisei ouvir conselhos, eu o conhecia pelo
exemplo. Nunca mentia, admitia um erro se fosse o caso.
A opinião
dele era comedida, nunca o ouvi discutir com alguém e tinha um comportamento de
não insistir com nenhum dos filhos ou estranhos. Não nos obrigava a fazer o que
não queríamos. Isto nele eu achava sensacional, uma vez que eu nunca gostei de
convites insistentes, repetitivos e certamente maçantes, ou seja, na realidade nunca fui muito festivo ( barulho dói). Nunca gostei que
escolhessem ou decidissem por mim, achava e continuo achando uma deselegância. Não
se deve confundir insistência com persistência.
Existe
o ditado popular: “você pode ser evangélico, católico, flamenguista, politiqueiro;
mas por favor, não seja chato.”
Você
que ainda tem seu pai, surpreenda-o com um abraço, ajude-o a resolver alguma
dificuldade pendente. Tome um café com Ele.
E,
finalmente, nunca faça contas para Ele pagar ou proceda de modo a vir envergonhá-lo
e mais, o faz um pai estar feliz é sentir que os seus filhos se
amam e se cuidam uns do outros nas dificuldades da vida.