Thursday, September 01, 2022

EDUCAÇÃO E RESPEITO

 

             Nada me constrange, ou machuca mesmo mais do que um gesto deselegante por parte das pessoas que amo. Fico bem ferido no meu íntimo. Ás vezes até ouço a expressão: “você está sensível demais”, num tom meio irônico. Não é esta a questão, é como fui educado para respeitar não só os mais velhos, mas também os pais, avós e tios.

            Cada um tem o seu temperamento, no meu caso eu adorava passar mais tempo com meu pai e pude ouvi-lo contar as coisas dele, por isso conheci melhor a vida dele, sobre a sua infância e a juventude, sobre seus sonhos. Eu sempre me importei com Ele. Não me lembro de um desentendimento que tivéssemos tido, ao contrário, tínhamos pensamentos parecidos. Tinha certeza de que o que Ele falava tinha um motivo justo. Isto chama-se CONFIANÇA. Raramente irritava-se com algo, era diferenciado, extremamente simples e generoso.

            Certa feita eu queria conversar com Ele mais particularmente, chamei-o, entramos no carro e saímos da cidade e no Posto Agropecuário, paramos e nos assentamos em alguns troncos de madeira, ficamos conversando. Percebia Ele tão perto de mim, algo quase indescritível.

            Naquela época nós, filhos do sexo masculino, tínhamos um certo receio em demonstrar afeto; hoje, no mundo atual, é bem diferente.

            Eu não precisei ouvir conselhos, eu o conhecia pelo exemplo. Nunca mentia, admitia um erro se fosse o caso.

A opinião dele era comedida, nunca o ouvi discutir com alguém e tinha um comportamento de não insistir com nenhum dos filhos ou estranhos. Não nos obrigava a fazer o que não queríamos. Isto nele eu achava sensacional, uma vez que eu nunca gostei de convites insistentes, repetitivos e certamente maçantes, ou seja, na realidade nunca fui muito festivo ( barulho dói). Nunca gostei que escolhessem ou decidissem por mim, achava e continuo achando uma deselegância. Não se deve confundir insistência com persistência.         

Existe o ditado popular: “você pode ser evangélico, católico, flamenguista, politiqueiro; mas por favor, não seja chato.”

Você que ainda tem seu pai, surpreenda-o com um abraço, ajude-o a resolver alguma dificuldade pendente. Tome um café com Ele.

E, finalmente, nunca faça contas para Ele pagar ou proceda de modo a vir envergonhá-lo e mais, o faz um pai estar feliz é sentir que os seus filhos se amam e se cuidam uns do outros nas dificuldades da vida.