Thursday, November 28, 2024

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O COLESTEROL

Dr. Stanley Baptista de Oliveira CRM-MG 3.323

GERIATRIA E CARDIOLOGIA

Av. Wilson Alvarenga-1047-João Monlevade-MG (31) 3852.1677


 O colesterol é uma substância fabricada no fígado e tem várias utilidades no organismo, uma delas a fabricação de hormônios sexuais. O colesterol é transportado no sangue através de uma proteína chamada lipoproteína. A lipoproteína de baixa densidade -o LDL-transporta o colesterol do fígado para o sangue; o colesterol de alta densidade - o HDL-transporta o colesterol do sangue para o fígado, onde é transformado em outras substâncias e eliminado do organismo.

O HDL colesterol é chamado "colesterol BOM", pois ele se desloca do sangue para o fígado. Já o LDL colesterol é chamado de "colesterol RUIM", pois ele, quando está acima dos valores normais, fixa-se na parede interna das artérias, podendo, com o passar dos anos, provocar entupimento nestas artérias, provocando doenças graves.

As gorduras ricas em ácidos graxos saturados aumentam o colesterol no sangue: gordura de coco, gordura do leite, gordura da carne. Já as gorduras ricas em ácidos graxos não saturados, monoinsaturados e polinsaturados oferecem menor risco de aumentar o colesterol total e, além disso, reduzem o nível do colesterol LDL (o "colesterol ruim") no sangue: óleo de canola, de milho, de soja, de girassol, azeite de oliva, margarina cremosa, azeitona, abacate, amendoim.

Existem outros fatores que, quando associados ao colesterol aumentado, aumentam o risco de entupimento de artérias: tendência familiar, ser fumante, hipertensão arterial não tratada, diabetes, obesidade, stress prolongado, falta de atividades físicas.


ORIENTAÇÕES PARA MANTER O COLESTEROL SOB CONTROLE:


1) Evitar o consumo de: pele de aves, leite integral, manteiga, queijo amare- lo, requeijão, maionese, chocolate, fígado, moela, coração, língua, bacon, "dobradinha", feijoada, carnes vermelhas, gordura de boi e de porco, frituras (principalmente batatas), camarão, lagosta, leite de coco.

2) Preparar os alimentos com óleos vegetais canola, milho, soja, girassol.

3) Aumentar o consumo de: azeite de oliva, fibras vegetais (farelo de trigo e de aveia), feijão, ervilhas, grão de bico, alho, ameixa preta, figo seco, nozes, castanha do Pará, frutas (principalmente maçă Fuji e uvas), verduras, legumes, pão integral, peixes (salmão, atum, sardinha, truta, bacalhau, cavala).

4) Uso moderado de bebidas alcoólicas: 1 a 2 taças de vinho tinto por dia ou suco de uvas ou 1 latinha de cerveja ou 45 ml de uísque.

5) Uso de remédios, receitados por médicos (estatinas), após avaliação da função hepática.

6) Praticar atividades físicas: caminhadas, nadar, andar de bicicleta, dançar - durante 45 a 60 minutos por dia, pelo menos 3 vezes por semana.

7) Manter o peso dentro dos valores normais, através de atividades físicas e alimentação correta, ou seja, evitar doces, açúcar, mel, frituras (batatinha, pastel, mandioca, rosquinhas), alimentos gordurosos, sorvetes, pudins, refrigerantes, massas.

8) Reduzir as causas de tensão nervosa (stress), praticar esportes ou atividades física compatíveis com sua idade, participar de grupo de amigos para bater papo, jogar baralho passear e outras atividade recreativas. Ter bom humor, rir.

9) Orientações para quem está com os TRIGLICERIDES aumentados no sangue:

a) Para valores abaixo de 400 mg%: dieta = evitar bebidas alcoólicas, doces, açúcar, massas (pão, bolos, biscoitos, macarrão e outras), reduzir muito o uso de arroz.

b) Para valores acima de 400 mg%: fazer a dieta e usar remédios adequados, que deverão ser receitados por médicos.

Wednesday, November 27, 2024

RIO DOCE

 

“Diário do campo escrito ás margens do rio Doce em 1818”

 

“O rio Doce corria majestoso entre as escuras florestas que o margeiam. Completa calma reinava em toda natureza e o silêncio do ermo era apenas perturbado pelo canto de umas pequenas cigarras e pelo barulho dos remos de que se serviam meus canoeiros. Solidões vastas assim têm qualquer coisa de importante e eu me sentia humilhado diante desta natureza tão possante e austera; Minha imaginação se assustava, quando eu pensava que as matas imensas que me cercavam se estendiam para o norte, muito além do rio Jequitinhonha, que elas ocupam toda a parte leste da província de MINAS GERAIS; que cobrem, sem qualquer interrupção ,as do ESPIRITO SANTO, e do RIO DE JANEIRO ,parte do oeste da província de SÃO PAULO , completamente a de SANTA CATARINA ,o norte e o oeste da província do RIO GRANDE DO SUL e que além das missões ,irão , possivelmente, unir-se ás do PARAGUAI SETENTRIONAL”.

 

 

 

 

 

Autor: Auguste Saint -Hilaire (1779-1853), naturalista e escritor francês que fez inúmeras imagens de estudo do Brasil no século XIX.

Tuesday, November 26, 2024

SÃO DOMINGOS DO PRATA NA VISÃO DO “ANUÁRIO DE MINAS GERAIS ‟, ANO DE 1918, PÁGINAS 1360 A 1361.

 Situado no formoso vale do Piracicaba, na bacia do Rio Doce, entre Caratinga, Ponte Nova, Itabira, Antônio Dias e Ferros, SÃO DOMINGOS DO PRATA, município agrícola e pastoril, que grandes riquezas naturais possui, é um dos maiores do Estado, pois conta com mais de 4.000 quilômetros quadrados, dos quais 756 em terras devolutas. 

Seu território é muito afamado pela fertilidade de seu solo, pois, notadamente, nas margens do Rio Doce, todas as culturas florescem admiravelmente, contando-se mesmo extensos cafezais e grandes canaviais.

 É banhado por numerosos cursos d’água, entre os quais se contam, além do rio Doce, os rios Piracicaba, Prata, São Bartholomeo e Santa Bárbara, e se acha quase todo coberto de matas virgens, onde se encontram muitas madeiras de lei.

 É o seu subsolo riquíssimo em minerais, contando-se ricas e variadas jazidas de ouro, ferro, mica e de manganês em seu território um tanto montanhoso.

FONTE: “São Domingos do Prata: Fragmentos de sua história”, disponível no google na galeria Edelberto.

Teoria da Estupidez...

Dietrich Bonhoeffer foi um intelectual alemão que se opôs ao nazismo e foi preso por esse motivo. 

Na prisão meditou muito tentando explicar como era possível que os seus compatriotas alemães apoiassem tão fervorosamente Hitler e as suas políticas irracionais e criminosas, sendo o povo alemão um dos mais cultos e avançados da Europa e do mundo, cientificamente, o tecnológico, o cultural, etc. 

Ele chegou a uma conclusão: o povo alemão foi vítima de estupidez coletiva. 

E então Bonhoeffer escreveu um ensaio sobre a estupidez que vale a pena lembrar hoje.

Segundo Bonhoeffer, a estupidez não tem causa psicológica, mas sim sociológica, ou seja, é contagiosa: a estupidez de um precisa da estupidez do outro. 

É como um feitiço feito de slogans que toma conta das pessoas. É por isso que você verá pessoas muito inteligentes que em um determinado momento se comportam de maneira estúpida, porque é uma recaída de sua personalidade que nada tem a ver com suas capacidades mentais, que podem ser muitas.

Quando as pessoas estão passando por um período de estupidez, elas nunca acreditarão nos argumentos contra a sua estupidez, simplesmente os ignorarão. 

Ele é absolutamente imune a avisos sobre as consequências catastróficas que sua estupidez pode trazer para ele e outras pessoas estúpidas, e sempre se sente orgulhoso de si mesmo e de sua estupidez. 

Além disso, muitas vezes é perigoso tentar persuadir uma pessoa estúpida com razões, porque ela se sentirá atacada, ficará facilmente irritada e até tentará atacar.

Há momentos na vida das sociedades em que não há defesa contra a estupidez. 

A partir daí nascem as ditaduras, assim como o declínio dos países. 

Cuba com o castrismo e a Argentina com o peronismo são exemplos.

Depois de Bonhoeffer, o historiador e economista italiano Carlo Cipolla, seguindo a mesma lógica do alemão, condensou a sua teoria da estupidez em cinco leis. 

1) O número de estúpidos em circulação é sempre subestimado. 

2) A probabilidade de uma pessoa ser estúpida independe de sua escolaridade, riqueza, inteligência, etc., ou seja, está distribuída igualmente entre todos os segmentos da população. 

3) O estúpido causa danos a outras pessoas e a si mesmo, sem obter nenhum benefício. 

4) Eles são imprevisíveis. 

Os estúpidos NÃO sempre subestimam o poder prejudicial das pessoas estúpidas. 

5) Pessoas estúpidas são mais perigosas que bandidos e pessoas más. 

Não há nada mais perigoso do que uma pessoa estúpida com poder.

Segundo Bonhoeffer, somente quando o governo ou o regime social que produz a estupidez coletiva cair ou entrar em crise, as pessoas poderão se libertar dela e da dor que a contradição entre seus pensamentos e suas ações começa a gerar. 

Na Venezuela, felizmente, muitas pessoas começaram a abrir os olhos e com dor e arrependimento, silenciosos ou não, começam a cair em si e a deixar de apoiar um governo eleito num momento de estupidez coletiva.

Por Edelberto Augusto Gomes Lima. Cadeira n. 56 do IHGMG.

QUANDO SE INICIOU OFICIALMENTE O REGISTRO CIVIL DOS NASCIMENTOS, CASAMENTOS E ÓBITOS NO BRASIL, AINDA NO PERIODO DO IMPÉRIO. 

Em 1874, ainda em fase muito embrionária, começou a ser feito, fora das igrejas, os registros dos nascimentos, casamentos e óbitos. Eles deveriam ser realizados pelo Juizado de Paz, sob a inspeção do Juiz de Paz. Posteriormente, quando completados os livros de registros, deveriam ser enviados à Câmara de Vereadores do município a fim de ali ficarem arquivados. Havia uma limitação, eis que os funcionários dos Juizados, responsáveis pelos registros, só podiam fazer constar o que os interessados declaravam. Ademais, eles não saiam a campo, como atualmente ocorre com os recenseadores do IBGE, para colherem as informações e, na época, à esmagadora maioria da população, inclusive a escrava, vivia na área rural. Em linhas gerais, são essas as informações mais relevantes. Mas o tema está detalhado no Decreto nº 5604, de 25 de abril de 1874, que regulamentou o artigo 2º da lei nº 1829, de 9 de setembro de 1870. Esta lei dispunha em seu caput e artigo 1º (Ortografia atual): aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Fazemos saber a todos os nossos súditos que a Assembleia Geral Legislativa decretou, e Nós queremos a lei seguinte: Art. 1º - De dez em dez anos proceder-se-á ao recenseamento da população do Imperio.” O primeiro depois desta lei, ocorreu em 1872. O JIIZ DE PAZ ANTES DE 1874. Uma lei imperial, sancionada por Dom Pedro I, datada de 15.10.1827, criou e regulamentou a figura do Juiz de Paz, mencionado nos artigos 161 e 162 da Constituição do Império de 1824. Em cada povoado havia um Juiz de Paz e um suplente. Essa lei dava diversas atribuições ao Juiz de Paz, mas em nenhum de seus artigos tornou obrigatório o dever de cadastrar os nascimentos e óbitos de seus habitantes. Havia um cadastramento rudimentar, sem método ou obrigatoriedade, de modo que seus registros, além de muito imprecisos, não eram confiáveis. Eram dezenas as atividades atribuídas ao Juiz de Paz que, até mesmo aos mais meticulosos, tornava difícil fazer um cadastramento de todos. Essa atividade, segundo penso, por ser a instituição mais organizada na época, era mais eficiente quando feita pelos párocos, através do documento denominado batistério, por ocasião do batismo e do óbito do habitante e também por ocasião do casamento, eis que, como já disse acima, naquela época, os católicos formavam praticamente 100%. Ainda que posteriormente, tenha sido dado uma atribuição mais específica ao Juiz de Paz, as suas dezenas de atribuições dificultavam um trabalho mais criterioso. Nos Censos do período do Império, acredito, por dedução que considero lógica, embora não tenha encontrado registro afirmando, “Dom Pedro Segundo, por Graça de Deus e unânime ter sido os dados se baseado principalmente nos batistérios, ainda que, de forma suplementar, tenham recorrido aos arquivos dos Juízes de Paz. Veja esta notícia transcrita na página 29 deste livro: “Por intermédio dos respectivos Bispos, a Diretoria de Estatísticas requisitou de todas as paróquias dados sobre batizados, casamentos e óbitos em 1907. Nesta paróquia da cidade são estes os dados fornecidos: 126 batizados, 28 casamentos e 80 óbitos.” Jornal “O Piracicaba”, edição do dia 1º de março de 1908. A religião católica na época, aliada à crença inoculada nas mentes dos cristãos, a de que quem não fosse batizado estaria em pecado venal e, em consequência, não alcançaria “o reino de Deus”, fazia com que praticamente toda a população, incluindo a escrava, procurasse a igreja para o batismo, casamento e óbitos, daí ser os registros paroquianos daquela fase os mais confiáveis. Os escravos, inclusive, como forma de encontrarem uma maior proteção, escolhiam padrinhos entre os homens livres, quando não o próprio Senhor, para batizarem seus filhos. Como diz Luzia Henrique da Cruz em sua tese de mestrado “A freguesia de São Domingos do Prata, batismo e compadrio de escravos no século XIX”: “Através do batismo os cativos não só se inseriam no universo religioso do branco como também, por meio de seleção de padrinhos, devido ao compadrio, ampliaram os laços sociais, inclusive com grupos de maior prestigio social”. Conta ainda a referida autora, em relação ao pratiano *FRANCISCO VIEIRA MARQUES: “...Em 21 de março de 1877, Caridade, filha de Pio e Águeda, escravos de Francisco Vieira Marques, foi batizada e teve como padrinhos João Vieira Marques Filho e D. Maria José da Fonseca. Interessante é o caso de João Vieira Marques Filho que, no período de 27 anos (1858 a 1885), assistiu ao batismo de 23 crianças de sua propriedade...” (Veja na página 115/116 o que tenho em meus arquivos sobre Francisco Vieira Marques) Ainda da mesma autora: “A Igreja Católica determinava que as crianças fossem batizadas imediatamente após o nascimento, para garantir a salvação da alma...” Citando Vera Alice Cardoso Silva, a autora ressalta: “O registro oficial do batismo era o documento inicial e essencial para a aquisição de dois tipos de ‘cidadania’, a civil e religiosa...” Agora citando Maria Luiza Marcílio, declarava: “Pobres e ricos, plebeus e nobres, brancos, negros e índios, homens e mulheres, todos sem exceção, quando batizados, casados ou falecidos tinham esses fatos vitais registrados em livros especiais, que eram conservados pela Igreja...” Enfim, foi inculcado no povo daquela quadra da existência (e em muitas outras quadras), que o batismo era a porta de entrada para a salvação da alma. Com isto, os registros paroquiais se tornaram nos dias de hoje, os principais documentos para se conhecer um pouco da história dos povos antigos. O povo, em geral, com medo de não se encontrar com Deus, procuravam os párocos e, ao contrário dos Juízes de Paz com os seus mapas, eles não necessitavam sair a campo. FONTE: “Retalhos da história antiga de São Domingos do Prata”, disponível no google na galeria Edelberto.