Não quero estar em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.
Thursday, September 19, 2024
ILUSTRAÇÃO DE BETTINA BALDASSARI
Quantas vezes achei que fosse o fim, e a vida me surpreendeu, alargando
minha estrada, me mostrando outra direção, me dando um novo fôlego para
caminhar mais um tanto...
Quantas vezes me julguei frágil demais, mas percebi a força que tinha,
quando a única opção era secar as lágrimas e continuar.
Quantas vezes me senti perdida, até descobrir que estava, finalmente, no
caminho certo, e todos os passos errados que dei, foram ponte para que eu
chegasse até aqui.
E, quantas e quantas vezes ainda me surpreenderei com as voltas que o
mundo dá, com os desfechos mais improváveis, com a terra seca, rachada,
ganhando um canteiro de flor!
Não somos donos de nada e, de nada sabemos.
Às vezes, somos escolhidos, quando pensamos escolher. E, por mais que a
gente teime em desacreditar, tem sempre um sonho novo, esperando pra nascer.
Eunice Ramos em VOU TE Contar.
Tuesday, September 17, 2024
SOBRE ESTAR SOZINHO
Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o
início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas
transformações, revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma
relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade,
respeito, alegria e prazer de estar junto e não mais uma relação de
dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa
felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início
de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma
fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de
despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona
suas características para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa
raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo e assim por
diante. Uma ideia prática de sobrevivência e pouco romântica, por sinal...
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos
trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a
companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo
individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas e aprendendo a
conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem
fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se
sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um
companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo e
depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que
não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se
alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição
e significado. Visa a aproximação de dois inteiros e não a união de duas
metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua
individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho,
mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao
contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito
parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir
não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma
gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em
quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a
paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo e não a partir do
outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto
às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais
saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o
respeito pelo ser amado. Carinho e Ternura.
Monday, September 02, 2024
POR MAIS...
"Por mais que uma pessoa seja conhecida, por mais diplomas que ela adquira ao longo de sua vida, por mais culta que ela seja, o que faz dela gente honrada mesmo, é a humildade, é o jeito que ela trata as pessoas, é a forma como ela expõe a sua opinião em relação a determinado assunto sem ferir o outro, é o respeito. Não há outro caminho."
O IPÊ E O AMIGO
Não há florestas de Ipês...Há Ipês nas florestas. Um aqui, outro lá...Como não há multidão de amigos. Há amigos na multidão. Raros, consistentes, mas poucos. O Ipê marca sua presença na paisagem, como o amigo marca sua presença na memória. No Ipê, a flor é frágil e passageira. O tronco é sólido e resistente. O tronco é a alma. A flor é a palavra. No amigo, mais que na palavra, é na alma que se apoia o coração que busca. Mais importante que aquilo que se diz, é aquilo que se é. ... O Ipê chama atenção, mas não se exibe. É assim com o amigo. Presente na hora exata. Não alardeia a amizade que oferece. O Ipê nada pede. Nasce espontâneo e não fica a exigir cuidados. Como o amigo, que não é interesseiro. Entre tantas lições que nos dá o Ipê, esta, da amizade, é das mais preciosas. Não é rico, porque não tem frutos. Consegue ser amado por aquilo que é. Ele vem dizer, todos os anos, que a amizade é um tesouro. Como o ouro da cor que o reveste. Cultive a amizade, ela é forte como o tronco.
(Padre
Zecchin)
Monday, August 26, 2024
QUAL A NACIONALIDADE DE ADAO E EVA ?
MUITO BOA ESSA!*
Um alemão, um francês, um inglês e um brasileiro
apreciam o quadro de Adão e Eva no Paraíso.
O alemão comenta:
- Olhem que perfeição de corpos:
Ela, esbelta e espigada;
Ele, com este corpo atlético, os músculos perfilados.
Devem ser alemães.
Imediatamente, o francês contesta:
- Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende
das figuras…
Ela, tão feminina…
Ele, tão masculino…
Sabem que em breve chegará a tentação…
Devem ser franceses.
Movendo negativamente a cabeça o inglês comenta:
- Que nada! Notem a serenidade dos seus rostos, a
delicadeza da pose, a sobriedade dos gestos. Só podem
ser ingleses.
Depois de alguns segundos mais de contemplação
silenciosa, o brasileiro declara:
- Não concordo. Olhem bem:
não têm roupa,
não têm sapatos,
não têm casa,
tão na merda…
Só têm uma única maçã para comer.
Mas não protestam, estão pensando em sacanagem
e pior ainda, acreditam que estão no Paraíso.
Só podem ser brasileiros e petistas.
Friday, August 23, 2024
ENERGIAS DO CORAÇÃO (verídico)
Existe uma história que aconteceu de fato com o criador do Pequeno Príncipe, o escritor francês Antoine de St. Exupéry.
Poucas pessoas sabem que ele lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte.
Nervoso, procurou em sua bolsa um cigarro... e achou um, mas suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas não tinha, porque os soldados haviam tirado-lhe todos. Ele olhou então para o carcereiro e arriscou:
- "Por favor, usted tiene fosforo?"
O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de segundo, seus olhos se encontraram, e St. Exupéry sorriu - depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir.
Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e então gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de St. Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, continuando a sorrir.
St. Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro. Parece que o carcereiro também começou a olhar St. Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou:
- "Você tem filhos?"
- "Sim", St. Exupéry respondeu, e tirou da bolsa fotos de seus filhos. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles.
Os olhos de St. Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo. Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também.
E de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou St. Exupéry para fora do cárcere, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e enfim o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retornou por onde veio.
St. Exupéry disse: - "Minha vida foi salva por um sorriso do coração".
O que foi aquela "chama" que pulou entre o coração desses dois homens?
Isso tem sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em que os cientistas estão se dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um sofisticado sistema para receber e processar informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia ao coração. Como disse o filósofo francês Blaise Pascal:
- "O coração tem razões que a própria razão desconhece".
Estados emocionais negativos (como raiva ou frustração) geram ondas eletromagnéticas totalmente caóticas ao coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no freio simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de "incoerência cardíaca" e está ligado a doença cardíaca, envelhecimento precoce, câncer e morte prematura.
Em estados de amor ou gratidão, nosso batimento cardíaco torna-se "coerente". Isso diminui a secreção dos hormônios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e insônia, melhora o sistema imunológico e aumenta a clareza mental. Essa é uma das razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão associadas à boa saúde física e mental - e à longevidade. Essa irradiação coerente do coração - essa "chama" de genuína afeição - pode afetar pessoas a uma distância de até 5 metros!
Logo, na próxima vez em que estiver numa situação difícil, respire profundamente e irradie a energia de seu coração. Como o Pequeno Príncipe nos lembrou:
"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos. "
Antoine de Saint Exupèry
se vc leu até aqui, por um tempo seu sorriso salvou o meu coração.
Thursday, August 22, 2024
O NOIVO ESCREVEU UM POEMA PARA NOIVA UM POUCO ANTES DO CASAMENTO
Tuesday, August 20, 2024
COMENTÁRIO DE SANDRA PUJOL
Se observamos com cuidado, podemos detectar a aparição de uma nova faixa social que não existia antes: pessoas que hoje têm entre sessenta e oitenta anos.
A esse grupo, pertence uma geração que expulsou da terminologia a palavra envelhecer, porque simplesmente não tem em seus planos atuais a possibilidade de fazê-lo.
É uma verdadeira novidade demográfica, semelhante ao surgimento da adolescência; na época, que também era uma nova faixa social, que surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças desabrochando, em corpos adultos, que não sabiam, até então, para onde ir ou como se vestir.
Este novo grupo humano, que hoje tem cerca de sessenta, setenta ou oitenta anos, levou uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes que trabalharam durante muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio que tanta literatura latino-americana deu por décadas ao conceito de trabalho.
Longe dos tristes escritórios, muitos deles procuraram e encontraram, há muito tempo, a atividade que mais gostavam e na qual ganham a vida.
Supostamente é por isso que eles se sentem plenos; alguns nem sonham em se aposentar.
Aqueles que já se aposentaram desfrutam plenamente de seus dias, sem medo do ócio ou solidão, crescem internamente.
Eles desfrutam do tempo livre, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, carências, esforços e eventos fortuitos, vale bem a pena contemplar o mar, a serra e o céu.
Mas algumas coisas já sabemos que, por exemplo, não são pessoas paradas no tempo; pessoas de sessenta, setenta ou oitenta, homens e mulheres, operam o computador como se tivessem feito isso durante toda a vida.
Eles escrevem e veem os filhos que estão longe e até esquecem o antigo telefone para entrar em contato com seus amigos para os quais escrevem e-mails ou mandam whatsapps.
Hoje, pessoas de 60, 70 ou 80 anos, como é seu costume, estão lançando uma idade que AINDA NÃO TEM NOME.
Antes, os que tinham essa idade, eram velhos e hoje não são mais...
Hoje, estão física e intelectualmente plenos, lembram-se da sua juventude , mas sem nostalgia, porque a juventude também é cheia de quedas e nostalgias e eles bem sabem disso.
Hoje, as pessoas de 60, 70 e 80 anos celebram o Sol (☀️) todas as manhãs e sorriem para si mesmas com muita frequência...
Elas fazem planos para suas próprias vidas, não com as vidas dos demais.
Talvez, por algum motivo secreto que apenas os do século XXI conheçam e saberão, a juventude é carregada internamente.
A diferença entre uma criança e um adulto é, simplesmente, o preço de seus brinquedos.
Nota:
Por favor, não guarde, passe adiante.
Sei que você tem uma juventude acumulada, não importa se são 60s, 70s, 80s ou mais...
*A VIDA É PRA QUEM SABE VIVER!!!
Monday, August 12, 2024
IGREJA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO
No
dia 25 de setembro de 1948, sendo Pio XII o Pontífice máximo da Igreja e Dom
Helvécio Gomes de Oliveira o Arcebispo Metropolitano de Mariana, foi
solenemente instalada a Paróquia de São José de Monlevade, exatamente três
meses antes da promulgação da Lei Estadual nº 336, de 27 de dezembro de 1948,
que criou o Distrito de João Monlevade.
O
povoado estava em festa. Era o último dia de um Tríduo Regional, programado
pelo Capelão-Cura, Pe. Dr. José Higino de Freitas, em preparação ao V Congresso
Eucarístico Nacional, prestigiado pela presença do Arcebispo Dom Helvécio Gomes
de Oliveira. Naquele dia, terminada a Conferência, o Pe. Dr. José Alves
Trindade, Secretário Geral do Arcebispado de Mariana, procedeu, do púlpito, à
leitura do documento de ereção canônica da nova Paróquia. Nos termos do
decreto, datado de 24 de setembro, o território da nova paróquia compreendia o
núcleo populacional de João Monlevade, incluindo a chamada Vila Tanque e Baú, e
os povoados de Carneirinhos e Jacuí de Cima (atual Cruzeiro Celeste). No mesmo
dia, o Arcebispo anuncia e proclama o nome do primeiro Pároco: Pe. Dr. José
Higino de Freitas.
Esse, o marco histórico, formal, oficial, testemunhado pelo Arcebispo, pelo jovem Pároco, por outros sacerdotes que aqui vieram para a solenidade, pelos Engenheiros Louis Jacques Ensch, Joseph Hein, Albert Sharlé e Geraldo Parreiras, Diretores da então Belgo-Mineira, e por uma parcela expressiva da população, já organizada em florescentes associações religiosas.
O cenário da solenidade era magnífico: “o Santuário de São José, construído em forma de V, verdadeira fortaleza sagrada, suspensa entre a folhagem da verdejante colina que domina as duas margens do Rio Piracicaba”, como se expressou o Pe. Pedro Sarneel, grande latinista, professor do Colégio do Caraça, autor dos versos latinos inscritos na pedra do altar, nos sinos e no nicho onde se encontra a esultura de Santo Elói. Concepção originalíssima do arquiteto Dr. Yaro Burian, a Matriz de São José, única do mundo em forma de V – de Vereda, Verdade e Vida – ganhava, na brancura de suas linhas arquitetônicas, recortadas no verde da vegetação, o status de sede da primeira paróquia operária do Vale do Aço.
A data, a festa, o marco histórico e o templo – ícone que se eternizaria como imagem-símbolo do futuro município de João Monlevade… E a história? Essa se vinha desenhando em outras veredas, construídas pelo ardor de uns tantos missionários que construíram com sua fé e seus trabalhos os fundamentos de uma cristandade já com dez anos de caminhada.
Poucos devem ser os monlevadenses que sabem da disputa acirrada que foi para se escolher o nome da Igreja Matriz, construída pela Belgo-Mineira ma década de 1940, sob a mata nativa, ali à Rua Tapajós. Na época, a Belgo havia contratado o arquiteto Yaro Burian, natural da Tchecoslováquia, para planejar a construção da cidade. Nasciam as ruas Siderúrgica, Beira-Rio, Cidade Alta, Aimorés, Tocantins, Tapajós, Tupis, Guarani, Tamoios, Tabajaras, Tieté e os bairros Vila Tanque, Jacuí, Pedreira. Junto à construção da cidade, e pela fé cristã dos primeiros moradores do antigo distrito e pioneiros da Usina de Monlevade, a empresa achava interessante a construção de uma Igreja. Afinal, toda cidade que se preza, tem a sua Igreja Católica, uma cadeia e uma praça. E até aquela época as missas eram celebradas pelo Padre Levi, de Rio Piracicaba, no gramado em frente à Fazenda Solar. Pode-se assim dizer que era como uma missa campal.
Pois bem, mas vamos voltar ao caso em pauta, que era a escolha do nome da Igreja. Inaugurada em 25 de setembro de 1948, projetada também por Yaro Burian em forma de “V”, de Vereda, Verdade e Vida. A construção teve início em 1942 e, em 1946 (dois anos antes da inauguração oficial), surgiu a polêmica para escolha do nome da Paróquia. Yaro Burian, católico praticante, era devoto de Santo Eloi, padroeiro de sua cidade natal, e decidiu requerer o nome do “conterrâneo” para batizar a Igreja. Por sua vez, o arcebispo de Mariana, Dom Helvécio, sugeriu o nome de Matriz Santa Bárbara. No entanto, após muita discussão, prevaleceu a voz do pároco do distrito de João Monlevade, Cônego Higino de Freitas que, objetivando prestar uma homenagem às famílias monlevadenses – que na sua grande maioria eram formadas de metalúrgicos -, apresentou como opção o nome de São José Operário. E ele saiu vitorioso.
No entanto, para agradar as partes, vem a explicação do motivo pelo qual há uma imagem de Santo Eloi nas escadarias da Igreja Matriz. Enquanto isso, a imagem de Santa Bárbara ocupou um lugar nos altares do templo, ficando São José em local de destaque, no hall da entrada principal. E a primeira festa do Padroeiro São José realizou-se no dia 19 de março de 1946, com uma grande missa, sendo também comemorado o Dia do Trabalhador.
Começava ali uma bonita história!
GOSTARIA DE IMAGINAR UM INGLÊS, UM FRANCÊS OU UM TCHECOSLOVACO A TRADUZIR ISTO...: — ESTE TEXTO DE MAFALDA SARAIVA MOSTRA O QUÃO MARAVILHOSA É A NOSSA LÍNGUA:
Antes de ir desta para melhor, vou dar com a língua nos dentes e lavar roupa suja. Com a faca e o queijo na mão, com uma perna às costas e de olhos fechados, vou sacudir a água do capote. Ainda tirei o cavalinho da chuva, tentei riscar este assunto do mapa, mas eu sou uma troca-tintas, uma vira casacas e vou voltar à vaca fria.
Andava eu a brincar aqui com os meus
botões, a chorar sobre o leite derramado, com bicho carpinteiro e macaquinhos
na cabeça, quando decidi procurar uma agulha no palheiro. Eu sei, eu não bato
bem da bola, mas sentia-me pior que uma lesma e tinha uma pedra no sapato. O
problema é que andava a bater com a cabeça nas paredes há algum tempo, com um
aperto no coração e uma enorme vontade de arrancar cabelos.
Passei muitos dias com cara de caso e
com a cabeça nas nuvens como uma barata tonta. Mas eu, que sou armada até aos
dentes, arregacei as mangas e procurei o arquivo a eito. Acontece que uma vez
em conversa com um amigo ele disse-me «Tiras-me do sério» e eu, sem papas na
língua, respondi «Se te tiro do sério, deixo-te a rir, é isso?».
Ele, de trombas e com os azeites,
gritou em plenos pulmões «Esquece Mafalda, escreves belissimamente mas não
conheces nem 1/4 das expressões portuguesas.»
Só faltou trepar paredes. É preciso
ter lata! O primeiro milho é dos pardais. Primeiro pensei ter posto a pata na
poça, depois achei que ele tinha acordado com os pés de fora e que estava a
fazer uma tempestade num copo d´água e trinta por uma linha. Fiz vista grossa,
mas depressa disse Ó tio! Ó tio!
Abri-lhe o coração, o jogo e os olhos
na esperança de acertar agulhas e pôr os pontos nos is. Não lhe ia prometer
mundos e fundos nem pregar uma peta, eu estava mesmo a brincar. Era um
trocadilho. Pão, pão, queijo, queijo. Rebeubéu, pardais ao ninho, fiquei com os
pés para a cova, só me apeteceu pendurar as botas e mandá-lo pentear macacos,
dar uma volta ao bilhar grande ou chatear o Camões.
Que balde de água fria! Caraças,
levei a peito, aquela resposta era tão sem pés nem cabeça que fui aos arames.
Eu sei que dou muitas calinadas, meto os pés pelas mãos e faço tudo à balda.
Posso até ser uma cabeça de alho chocho e andar sempre com a cabeça nas nuvens
mas não ia meter o rabo entre as pernas nem que a vaca tossisse.
Pus a cabeça em água e fiquei a
pensar na morte da bezerra. Caí das nuvens e com paninhos quentes passei a
conversa a pente fino, não fosse bater as botas. Percebi que ele tinha trocado
alhos por bugalhos, apeteceu-me cortar-lhe as asas, mas estava de mãos atadas
e baixei a bola. Engoli o sapo, agarrei com unhas e dentes, dei o braço a
torcer e dei-lhe troco com o intuito de descalçar a bota.
Não gosto muito do vira o disco e
toca o mesmo, mas isto já são muitos anos a virar frangos e pus as barbas de
molho. Uma mão lava à outra e as duas lavam as orelhas, mas ele está-se nas
tintas, à sombra da bananeira. Não deu uma mãozinha nem deixou-se comprar gato
por lebre. Ficou com a pulga atrás da orelha, pôs-se a pau antes de estar feito
ao bife.
Pus mãos à obra, tentei fazer um
negócio da China e bati na mesma tecla. Dados lançados, cartas na mesa, coisas
do arco da velha. Claro que dei com o nariz na porta, o gato comeu-lhe e língua
e saiu com pés de lã. Água pela barba! Devia aproveitar a boleia antes de ficar
para tia de pedra e cal onde Judas perdeu as botas.
É que isto pode estar giro e estar
fixo, mas não me apetece segurar a vela com dor de corno e dor de cotovelo só
porque não conheço 1/4 das expressões portuguesas.
MAFALDA SARAIVA
Foto: José Coelho/Lusa.
Partilhado por: «O SALOIO» – Mafra. |
25/01/2024.
ELZA SOARES
'Um dia descobri que cantava.
O meu filho mais velho João Carlos
estava morrendo e eu já tinha perdido 2 filhos e não queria perder mais um.
Eu não tinha dinheiro pra cuidar do
meu filho e ouvi no rádio que o programa do Ary Barroso de calouros Nota 5,
estava com o prêmio acumulado. Não sei como, mas eu sabia que ia buscar esse
prêmio!
Fiz a inscrição e me avisaram que eu
precisava ir bonita. Mas eu não tinha roupa nem sapatos, não tinha nada! Então,
eu peguei uma roupa da minha mãe, que pesava 60kg e vesti, só que eu pesava
32kg, já viu né? Ajustei com alfinetes. Tudo bem que agora é moda ne? Hoje até
a Madonna usa, mas essa moda aí fui eu que comecei viu? Alfinetes na roupa é
muito meu, é coisa de Elza!
No pé coloquei uma sandália que a
gente chamava de “mamãe tô na merda”, e fui!
Quando me chamaram, levantei e entrei
no palco do auditório. O auditório tava lotado, todo mundo começou a rir alto
debochando de mim
Seu Ary me chamou e perguntou:
_ O que você veio fazer aqui?
_ Eu vim Cantar!
_ Me diz uma coisa, de que planeta
você veio?
_ Do mesmo planeta seu Seu Ary.
_ E qual é o meu planeta?
_ PLANETA FOME!
Ali, todo mundo que estava rindo viu
que a coisa era séria e sentaram bem quietinhos.
Cantei a música Lama.
O Gongo não soou e eu ganhei, levei o
prêmio e meu filho está vivo até hoje, graças a Deus!
De lá pra cá, sempre levo comigo um
Alfinete.
Naquela época eu achava que se
tivesse alimentos pros meus filhos, não teria mais fome. O tempo passou e eu
continuei com fome, fome de cultura, de dignidade, de educação, de igualdade e
muito mais, percebo que a fome só muda de cara, mas não tem fim.
Há sempre um vazio que a gente não
consegue preencher e talvez seja essa mesma a razão da nossa existência.'
Elza Soares (1930-2022)
JUDEU RUSSO
Um judeu russo foi autorizado a viajar para Israel. No aeroporto de Moscou, funcionários encontraram uma estátua de Lenin dentro de sua bagagem.
-"O que é isso?" perguntou o funcionário.
- "Ele é o camarada Lenin, que lançou as bases do socialismo e criou o futuro próspero do povo russo. Eu o levo comigo como uma memória permanente de nosso herói.
O oficial deixou-o passar sem problemas e com alguma admiração pelo seu patriotismo.
==============
No aeroporto de Tel Aviv, perguntaram-lhe:
- O que é isso?
- Responde: é Lenin, o filho da puta bastardo que lançou as bases do socialismo que me fez deixar a Rússia. Trago esta estátua para poder cuspir nela todos os dias da minha vida.
O oficial israelense o deixou passar sem mais perguntas.
================
Ao se instalar em sua nova casa, colocou a estátua no meio da sala e convidou todos os amigos para jantar.
Um deles, apontando para a estátua, perguntou: "Quem é esse?"
Respondeu: - "são dez quilos de ouro maciço que eu trouxe da Rússia sem pagar imposto..."
NOTA : A política é a capacidade de dizer a mesma merda, de uma maneira diferente, para enganar diferentes otários, que não enxergam além de seu fanatismo...
Tuesday, August 06, 2024
TUDO PASSA
Tudo vai passar.
Eles vão crescer e dispensar nosso
colo.
Vai chegar a fase em que os amigos
serão mais importantes que os pais.
Que nossas demonstrações de afeto
serão consideradas um grande mico.
Que em vez de torcemos para que eles
durmam, torceremos pra que cheguem logo em casa.
Que não se interessarão pelos velhos
brinquedos.
Que o alvoroço na hora do almoço,
dará lugar a calmaria.
Que os programas em família serão
menos atrativos que o churrasco com a turma.
Que dirão coisas tão maduras que
nosso coração irá se apertar.
Que começaremos a rezar com muito
mais freqüência.
Que morreremos de saudade de nossos
bebês crescidos.
Por isso...
Viva o agora.
Releve as birras.
Conte até 10.
Faça cosquinhas.
Conte histórias.
Dê abraços de urso.
Deite ao lado deles na cama.
Abrace-os quando tiverem medo.
Beije os machucados.
Solte pipa.
Brinque de boneca.
Faça gols.
Comemorem.
Divirtam-se.
Acorde cedo aos domingos pra
aproveitar mais o dia.
Rezem juntos.
Estimule-os a cultivar amizades.
Faça bolos.
Carregue-os no colo.
Faça com que saibam o quanto são
amados.
Passem o máximo de tempo juntos...
...assim quando eles decidirem partir
para seus próprios voôs, você ainda terá tudo isso guardado no coração!"
SE
"Se eu pudesse viver a minha vida outra vez,
Eu teria ido para a cama para
descansar quando me sentia doente em vez de fingir que a terra pararia se eu
não estivesse no trabalho por um dia...
Eu teria queimado a vela rosa
esculpida como uma rosa em vez de deixá-la derreter na despensa...
Eu teria falado menos e ouvido
mais...
Teria convidado amigos para a mesa
mesmo que o tapete tivesse mancha e o sofá precise ser limpo.
Eu teria comido pipocas no quarto
"bom" e não teria me preocupado tanto com pó quando alguém queria
acender uma fogueira na lareira.
Eu teria tirado tempo para ouvir meu
avô contando histórias da sua juventude.
Eu nunca teria insistido em dirigir
com os vidros do carro abertos num lindo dia de verão, só porque o meu cabelo
estava recém penteado e arranjado.
Eu estaria deitado no prado com a
cabeça na relva.
Eu teria chorado e rido menos
assistindo TV e mais assistindo a vida.
Mas, acima de tudo, para ter uma
segunda chance na vida, eu valorizaria cada momento, eu olharia mesmo para
ela... Eu viveria isso...
Eu não ficaria mais tão nervoso com
coisas mesquinhas e mesquinhas...
Não se preocupe com quem não gosta de
você, ou melhor, você não deve se importar com quem faz o quê...
Em vez disso, vamos valorizar os
amigos que temos e as pessoas que nos amam...
E ao que fazemos todos os dias para
melhorar nossa mente, corpo, alma, emoções. "
Escrito por Erma Bombeck 1979.
Monday, August 05, 2024
FILHOS
Tudo vai passar.
ADVOGADOS
Os advogados nunca devem fazer uma pergunta a uma avó se não estiverem preparados para a resposta.
Durante um julgamento em uma
pequena cidade, o advogado acusador chamou sua primeira testemunha, uma mulher
idosa, para o stand.
O advogado se aproxima e, para verificar seu
estado mental, ele pergunta:
- Sra. Antônia, sabe quem eu
sou?
Ela, com a calma que os anos dão, respondeu:
- Sim, dr. Vargas. Eu o
conheço desde criança, e francamente, lhe digo que você acabou sendo uma grande
decepção para os seus pais . Você sempre
mente, acha que sabe de tudo, é muito arrogante, abusivo, trai sua esposa e,
pior de tudo, é que manipula as pessoas, você acha que é o melhor de todos
quando na verdade não é ninguém. Sim senhor, eu o conheço muito bem.
Um pesado silêncio invadiu a sala... O
advogado ficou perplexo, sem saber exatamente o que fazer. Reagindo depois de
um momento, ele apontou para a sala e perguntou à velha:
- A Sra. conhece o advogado de
defesa?
Novamente e com a mesma calma, ela respondeu:
- Claro que conheço o dr.
Carvalho, desde criança. A mãe dele, que ficou viúva recentemente, também não
se orgulha dele; ele se parece muito com você, além de ser um escroque,
trapaceiro e corrupto. Desde menino ele era fraco e, para sua infelicidade, tem
problemas com a bebida, com meia dúzia de tragos o degenerado cai. Ele não pode
ter um relacionamento normal com ninguém e, junto com você, são os piores advogados da região, sem contar
que ele trai a esposa com três mulheres, uma das quais é sua esposa. Sim
senhor, eu conheço o Sr. Carvalho.
O advogado de defesa quase
caiu morto.
Então, o juiz chama os dois
advogados para irem a banca e diz:
- _Se algum de vocês, filhos
da put@, perguntar a esta velha se ela me conhece, eu mando prender os dois!