Há alguns anos meus tios Jarbas e
Jair tinham uma barbearia na velha casa que era do Sr. Argental Drummond e Da.
Cininha, onde hoje funciona a Lumar Móveis.
Gosto de contar “causos”, mas
evito palavrões para não ser deselegante, mas contar um caso do meu tio Jair
(conhecido como Pinguela) sem ter um palavrão é impossível.
Era um dos irmãos de meu pai, barbeiro
como o pai e os demais irmãos. Torcedor do América Mineiro, Botafogo e
ex-jogador do Clube Atlético Pratiano (era o que o Vanderlei Luxemburgo chamava
de Zagueiro Zagueiro). Pescador contumaz (levava meu irmão Reinaldo, ainda menino, para pescaria, tanto que o Reinaldo logrou herdar dele o apelido de Pinguela também), gozador inveterado, tinha um espírito
jocoso e levava tudo para o lado da brincadeira, na realidade era uma pessoa
de gênio suave e calmo. Brincalhão, famoso tirador de sarro das pessoas,
sempre bem humorado, piadista de primeira mão.
Certa vez, descia eu a Rua Padre
Pedro Domingues pelo passeio, e após ter passado frente a barbearia, vi que Ele
estava com um freguês na cadeira e falei cumprimentando-o:
_”Oh Tio Jair !”.
Ele respondeu:
_”Opa !”
Depois que eu já havia andado uns
doze metros, Ele assomou à porta e gritou:
_”Oh Petrônio, faz favor !”
Ao ouvi-lo, retornei até a porta
da barbearia e Ele perguntou-me:
_”Oh Petrônio, escuta aqui, cê já
cagou hoje?”
E claro que apenas ri do espírito moleque e jocoso como Ele levava a vida, mesmo porque
como que eu iria responder a um tio meu com palavrão ? Risos...