Thursday, November 29, 2018

MEU TIO NEZINHO GOMES

O meu Tio Nezinho, irmão de minha mãe, foi casado com a tia Nem. Quando morava no Prata era proprietário das fazendas do "Mata-Mata, João Antônio e Colônia Guidoval".

Como era meu padrinho de batismo, convivi com ele, mesmo porque passava com frequência na casa de meus pais, no mesmo lugar até hoje, frente ao hospital. Sempre deixando com a minha mãe alguma coisa que trazia em sua Charrete vermelha, da qual me lembro de um detalhe : na parte de trás tinha uma tampa como se fosse um  bagageiro.

Importante frisar que a minha mãe com doze anos perdeu os pais (Vô Neco e Vó Cota) num período de aproximadamente seis meses. Como o irmão mais velho dela, o tio Osório, havia ficado viúvo, minha mãe saiu dos "Gomes" e foi morar com Tio Osório na "Vargem Linda", até para fazer companhia às filhas dele, por um tempo. Posteriormente veio para a Fazenda do Mata-Mata para morar com com o tio Nezinho e a tia Nem, havendo se casado com meu pai, aos vinte e um anos; sendo tudo realizado pelo irmão Nezinho e a cunhada Nem, que na realidade assumiram a minha mãe como filha.

Quando vinha a cidade, minha mãe ganhava dele : feijão, fubá de moinho d'água, rapadura, laranja (mexerica), mandioca; enfim, um pouco de tudo que ele produzia na Fazenda do Mata-Mata.

Era um homem corretíssimo com suas coisas e negócios, religioso, Congregado Mariano, um dos fundadores da Cooperativa Agropecuária do Prata.  Tinha  grande atenção e zelo  com a sua família, inclusive com a nossa. Hoje, anos depois, quando lembro-me do seu modo de ser, fico pensando na sorte que tive em tê-lo como tio e padrinho de batismo, uma referência como ser humano. Eram onze filhos: Lia, Almira, Helena, Dade, Nezito, Zorico, Soninho, Geraldo, Humberto, Palmyos e Márcio.

O Geraldo, após formar-se como Técnico em Contabilidade no Prata, foi trabalhar em um banco em Curitiba.

Quando vinha ao Prata, de férias, comentava com o pai, como era a agricultura e a pecuária no Paraná, a qualidade das terras; o que fez com que o Tio Nezinho fosse ao Paraná, em 1965, conhecer o Estado. Ao viajar pela região norte do Estado, admirou-se com os terrenos planos e as terras do norte do Estado. Lembro-me dele na cozinha de nossa casa contando que da janela do ônibus viu uma grande placa escrito assim :
AQUI SE TRABALHA !
Governo do Paraná 

Isto deu-lhe um grande entusiasmo, mexeu com seu espírito empreendedor e idealista; tanto que aos 56 anos vendeu duas das três propriedades que tinha no Prata, comprou uma casa na progressista cidade de Campo Mourão-PR e uma fazenda em um  município próximo chamado Iretama-PR.

Assim, iniciou Ele uma nova vida em outro Estado, outra região, criando novas condições de vida para os filhos, netos e bisnetos.

Infelizmente em 1968, dois anos após, sofreu um acidente de carro,  perdemo-lo precocemente, o que causou uma grande consternação em toda nossa Família Gomes Martins (oriunda de Catas Altas e Santa Bárbara), mas que se fixara em Gomes do Prata- São Domingos Prata-MG

Até hoje a gente sente a falta dele, e muita. Suave abraço espiritual.

"BENÇA TIO."