Thursday, November 22, 2018

CACHORRO QUENTE

Há alguns anos, o saudoso amigo João Batista Miranda Rolla ( a quem chamávamos Batista e o Chico de Zinho atribuiu-lhe o apelido de Zulu) chamou-me para ir com ele a Manhuaçu, onde comprava produtos para a sua loja Rollagrícola no Prata, que vendia produtos para a agricultura, pecuária e veterinária.

Partimos pela BR - 262 na sua Brasília VW rumo à cidade do Leste Mineiro.

O Batista era uma pessoa espirituosa, gozador, daqueles que conseguia transformar um momento de tensão em piada, risos e relaxamento, além de ser um "grande coração" como ser humano.

Em Manhuaçu após passarmos a tarde indo a empresas com as quais mantinha relações comerciais, caiu a tarde e nós nos preparávamos para o retorno ao Prata, por volta de 18h quando, quase na saída da cidade eu lhe disse :

__ Oh Batista, precisamos tomar um café, um lanche antes de cair definitivamente na BR 262.

Ele respondeu-me :

__ "Pararemos numa lanchonete logo ali na frente."

Assim fizemos. Do lado de fora havia um pequeno quadro destes que usam para marcar pontos do jogo de sinuca, usando-se giz branco; onde estava escrito :"CACHORRO QUENTE" era a forma de propaganda encontrada pelo dono da lanchonete.

Ao sairmos, o Batista viu um pedaço de giz branco no chão; e, silenciosamente o apanhou e escreveu abaixo do aviso :

" E BRABO".

E aí a placa de propaganda ficou assim :

"CACHORRO QUENTE E BRABO"

Não tive outra alternativa senão rir da sua atitude, embora soubesse que ser gozador e criativo eram características marcantes dele, não perdia nenhuma oportunidade.