A esta interrogação pode-se responder, ainda que se pareça aparentemente absurdo, afirmativamente e negativamente.
Quais razões levar-nos-iam ao sim ou ao não?
Vejamos. A ciência e a técnica realmente estão destruindo o homem, sobrepujando a alma humana, escravizando a liberdade que o homem sempre teve, desde os primórdios da civilização.
O momento que vivemos é marcado pela artificialidade e superficialidade, o tempo é menor, os minutos são cronometrados, não se pode atrasar, a máquina não pode parar, os riscos comerciais são maiores e os perigos que nos conduzem à morte são constantes.
Enquanto isto acontece, você cumprimenta o outro por relações comerciais, não humanas. Quando você dá um “bom dia”, você deseja realmente um bom dia para o outro? E o egoísmo? Sempre que um amigo lamenta sua ausência, a resposta vem imediata, automática, e corriqueira “falta de tempo”; se não se pode oferecer um pouco de seu tempo para um ser humano, por quê oferecer seu corpo ao trabalho dez horas por dia para depois transformar-se em pó? ... As horas tornaram-se minutos, os minutos tornaram-se segundos, e os segundos tornaram-se em agressão passiva, agressão espiritual, porque não sabemos sorrir ou ouvir, erramos por não praticar a filosofia do rei FAIÇAL: “Se temos dois ouvidos e uma boca, sinal de que devemos ouvir mais e falar menos”. No trabalho um atraso de cinco minutos é motivo de preocupação extremada, porque a produção não pode baixar, os lucros não podem diminuir, a tendência das linhas gráficas é sempre atingir o máximo, o dinheiro é sumamente importante. A constante busca, a necessidade da rapidez na solução dos problemas, os planos comerciais, as realizações industriais levam-nos a riscos arrojados no campo das finanças e da economia. A velocidade, o transporte, a falta de amor a si próprio ou aos outros derramam o sangue pelas estradas.
Por outro ângulo diríamos que a ciência e a técnica não estão destruindo o homem. Isto porque o próprio homem é o condutor, é o cérebro que dirige a progressão vertical da ciência e a ampliação horizontal da técnica. Assim sendo, se abordarmos o campo da saúde, perceberemos que a ciência medicinal é algo de fantástico, estamos em era de transplantes, os homens resolvem quase todos os seus problemas de aparência, de ordem estética, a plástica, a cura de doenças temerosa em outros tempos. A prestação de serviços, atualmente, é eficiente. Os meios de transportes para cargas ou passageiros são rápidos. No plano das comunicações, o telex, o fax, a Internet, a TV, jornais, revistas e telefones solucionam problemas com presteza e rapidez.
Porém, a máquina que impulsiona o progresso é o homem, o cérebro, a mente lúcida, preparada, dedicada, ansiosa pelo saber.
Por estas razões, concluímos assim as duas posições; solucionar, questionar, optar ou conferenciar não dará uma resposta exata, mesmo porque parar seria estagnar o mundo, continuar seria caminhar para a autodestruição. O que fazer?
_ Viver, apenas; SEM JAMAIS ESQUECER O AMOR PELO PRÓXIMO.
