Wednesday, November 26, 2025
MENSAGEM DE AMOR
Minha mãe cortava o frango, picava os ovos e passava manteiga no pão com a mesma
faca. Na mesma tábua. Sem água sanitária para cada tarefa. E sabe o que
aconteceu?
Nada.
Eu não lembro de ter tido intoxicação alimentar uma vez sequer.
Todo domingo era "frango com batata frita".
Não precisava de McDonald's pra ter refeição em família.
Eram nossas tradições. Simples. Mas preciosas.
Nosso lanche da escola ia embrulhado em saquinho de pão.
Não tinha lancheira térmica. Não tinha compartimento refrigerado.
E o lanche? Pão com manteiga e uns pedaços de chocolate.
Surpreendentemente, nenhuma bactéria nos derrubou.
No verão, a gente mergulhava em rio, lago, praia.
Ninguém sonhava em pagar pra se espremer numa piscina cheia de cloro.
As praias nunca fechavam.
E a gente nadava sem medo.
Na escola, fazíamos educação física com tênis simples.
Sem amortecedor. Sem tecnologia de mil reais.
A gente caía? Sim. E levantava.
E aquelas quedas viravam histórias.
Fez algo errado? Levava castigo.
Isso se chamava disciplina.
E a gente cresceu respeitando regras e honrando os mais velhos.
Éramos às vezes cinquenta por sala.
E mesmo assim, todo mundo aprendeu a ler, escrever e fazer conta.
Tabuada? A gente sabia de cor.
Dever de casa? Fazia à noite, na mesa da cozinha.
E conseguíamos escrever uma carta sem erro de português.
No fim do ano, tinha festa junina.
Bolo feito pelas mães. Rifa. Quadro de honra com os nomes dos melhores
alunos.
Que orgulho!
Não importava de onde a gente vinha.
Cantávamos o hino nacional juntos. Respeitávamos a bandeira.
E ninguém achava isso opressão.
A gente brincava na rua até os pais chamarem.
E eles sempre sabiam onde a gente tava.
Porque todo mundo se conhecia. Todo mundo cuidava.
E sim, dava pra andar na rua de noite sem medo.
Picada de abelha? Não ia pro hospital. Não tomava antibiótico.
Era iodo, alho ou vinagre. E passava.
Briga na escola? Resolvia no soco.
Nunca com faca. Nunca com arma.
E no dia seguinte, a gente já tava jogando bola junto de novo.
E sabe o mais importante?
A gente não conhecia o termo "família disfuncional".
Resolvia as coisas naturalmente.
Sem terapia em grupo. Sem remédio controlado.
Só a vida. Simples. Verdadeira.
Como a gente sobreviveu?
Talvez justamente por causa dessa simplicidade.
Amor a todos que viveram essa época.
E aos que não viveram...
Sinto muito pelo que vocês perderam.
Porque hoje:
A faca tem que ser uma pra cada coisa.
O lanche tem que ir em marmita térmica com gelinho.
A criança não pode cair porque "vai traumatizar".
A disciplina virou abuso.
Cantar o hino virou "doutrinação".
Brincar na rua virou perigo.
Resolver no soco virou crime.
E no meio de tanta proteção...
As crianças ficaram mais frágeis.
Mais ansiosas.
Mais perdidas.
Porque a gente trocou simplicidade por paranoia.
Trocou liberdade por controle.
Trocou resiliência por fragilidade.
E agora a gente tem:
Crianças que não sabem lidar com frustração.
Adolescentes que não sabem escrever uma frase.
Adultos que não sabem resolver conflito sem processar alguém.
Não estou dizendo que tudo era perfeito.
Não estou romantizando pobreza.
Não estou defendendo violência.
Mas tem algo que a gente perdeu no meio do caminho:
A capacidade de ser simples. De ser forte. De ser gente.
Porque hoje:
A gente tem mil informações. Mas nenhuma sabedoria.
Mil redes sociais. Mas nenhuma conexão real.
Mil terapias. Mas nenhuma paz.
E às vezes eu olho pra trás e penso:
A gente não tinha nada. Mas tinha tudo.
Tinha vizinho que cuidava.
Tinha rua pra brincar.
Tinha simplicidade pra ser feliz.
E hoje?
Hoje a gente tem tudo.
Mas parece que não tem nada.
Wednesday, November 19, 2025
AMADURECER ENTRE AMIGOS
Chega uma fase da vida em que o querer se transforma.
AMOR NÃO TEM IDADE: A HISTÓRIA DE VERA
— Dona Vera, a senhora não tem vergonha? — a voz de dona Lourdes ecoou pelo corredor do prédio, carregada de veneno. Eu estava com as mãos trêmulas, tentando abrir a porta do meu apartamento no terceiro andar, quando ouvi o sussurro alto o suficiente para todos ouvirem. — Namorar nessa idade… e ainda com um homem mais novo! — completou ela, olhando para mim como se eu fosse um escândalo ambulante.
Meu coração disparou. Senti o rosto arder, mas ergui o queixo. — Vergonha? Vergonha é viver sem amor, Lourdes — respondi, tentando manter a dignidade. Entrei em casa e fechei a porta com força, mas as palavras dela ficaram martelando na minha cabeça.
Meu nome é Vera Lúcia, tenho 67 anos e moro há mais de quarenta anos no mesmo prédio, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Fui professora de português a vida toda, casei cedo com o Antônio — um homem bom, mas que nunca me olhou de verdade. Fui mãe dedicada de dois filhos: Gustavo e Paula. Viúva há dez anos, achei que meu tempo de sentir borboletas no estômago tinha passado. Até conhecer o Rafael.
Rafael apareceu na minha vida como um raio em tarde nublada. Ele era filho da dona Maria do 202, tinha 49 anos e voltara para casa da mãe depois de um divórcio complicado. Nos esbarramos no elevador, conversamos sobre livros, música mineira, política… Em pouco tempo, estávamos rindo juntos na padaria da esquina, dividindo pão de queijo e confidências.
No começo, achei que era amizade. Mas quando ele segurou minha mão no cinema do shopping Boulevard e olhou nos meus olhos como se eu fosse a única mulher do mundo, senti algo que não sentia desde os vinte anos. O medo veio junto: medo do julgamento, da solidão, do abandono dos meus filhos.
Não demorou para as fofocas começarem. No salão de beleza da dona Cida, ouvi meu nome sussurrado entre escovas e tinturas:
— Você viu a Vera? — cochichava uma.
— Dizem que tá saindo com o Rafael! — respondia outra.
— Ele tem quase vinte anos a menos! —
Eu fingia não ouvir, mas cada palavra era uma facada. O pior foi quando Gustavo veio me visitar num domingo à tarde.
— Mãe, a senhora tá ficando com aquele cara? — ele perguntou, sem rodeios.
— Estou, Gustavo. E não é “aquele cara”. É o Rafael. Ele me faz bem — respondi, sentindo o chão sumir sob meus pés.
— A senhora não pensa nos netos? No que os outros vão falar? —
— Eu penso em mim também, filho. Pela primeira vez em muitos anos.
Ele saiu batendo a porta. Paula me ligou chorando:
— Mãe, você tá se expondo! O bairro inteiro comenta!
— Eu não sou uma vergonha pra vocês — respondi, mas minha voz falhou.
As semanas seguintes foram um inferno. Rafael queria sair comigo na praça, tomar sorvete na Savassi, mas eu sentia vergonha. Comecei a recusar os convites. Ele percebeu.
— Vera, você vai deixar o medo vencer? — ele perguntou numa noite chuvosa.
— Não sei se aguento… perdi meus filhos por sua causa — chorei.
Ele me abraçou forte:
— Você não perdeu ninguém. Eles só precisam de tempo pra entender que você merece ser feliz.
Mas será que mereço mesmo? Passei noites em claro pensando nisso. Lembrei das vezes em que abri mão dos meus sonhos para cuidar da família: deixei de fazer mestrado porque Antônio não queria; nunca viajei sozinha porque “não era coisa de mulher casada”; suportei traições caladas porque “mulher tem que aguentar”.
Agora que finalmente sentia vontade de viver de novo, parecia que o mundo inteiro queria me punir por isso.
A solidão foi se tornando insuportável. Rafael insistia:
— Vamos viajar pra Tiradentes? Só nós dois!
Eu hesitava:
— E se alguém ver?
Ele sorria:
— Que vejam! Que falem! Eles não pagam nossas contas nem conhecem nosso coração.
Um dia acordei e me olhei no espelho: cabelos brancos bem cuidados, rugas profundas ao redor dos olhos, mas um brilho novo no olhar. Vesti meu melhor vestido azul e liguei para Rafael:
— Me busca às dez. Quero tomar café na rua e andar de mãos dadas sem medo.
Naquele sábado ensolarado, caminhamos pela Feira Hippie da Afonso Pena como dois adolescentes apaixonados. Senti olhares, ouvi cochichos — mas também vi sorrisos cúmplices de mulheres mais velhas. Uma delas até me parou:
— Parabéns pela coragem! Queria ter metade da sua ousadia…
Voltei pra casa leve como nunca. Mas a paz durou pouco: naquela noite recebi uma mensagem da Paula:
“Mãe, não quero mais que você veja meus filhos enquanto estiver com esse homem.”
Meu mundo desabou. Chorei até dormir. Rafael tentou consolar:
— Eles vão voltar atrás…
Mas eu sabia: talvez nunca voltassem. Passei dias sem comer direito, evitando sair de casa. O telefone tocava e eu não atendia. Até que recebi uma carta do Gustavo:
“Mãe,
Sei que fui duro com você. Mas estou tentando entender seu lado. Só quero que saiba que te amo e quero te ver feliz.”
Chorei de alívio e esperança. Liguei para ele:
— Filho…
Ele chorou comigo do outro lado da linha:
— Desculpa por tudo, mãe.
Aos poucos, Paula também amoleceu. Um dia apareceu na minha porta com os netos:
— Vim trazer as crianças pra ver a vovó… — disse baixinho.
Eu abracei todos com força.
Hoje ainda enfrento olhares tortos no elevador e comentários maldosos no grupo do WhatsApp do prédio. Mas aprendi a ignorar. Rafael continua ao meu lado: viajamos juntos pelo interior de Minas, dançamos forró nas festas juninas da cidade e rimos como dois jovens apaixonados.
Às vezes ainda sinto medo: medo de perder meus filhos de novo, medo da solidão se Rafael partir antes de mim… Mas aprendi que viver com medo é morrer aos poucos.
Sei que muita gente vai me julgar até o fim dos meus dias. Mas pergunto: quantas mulheres vivem presas ao passado por medo do que os outros vão dizer? Quantas deixam de amar por vergonha?
Será mesmo justo abrir mão da própria felicidade para agradar quem nunca vai entender nosso coração?
Monday, November 10, 2025
NÃO QUERO SER UM FARDO NA MINHA VELHICE
CONSELHOS PARA VIDA ADULTA
1- NÃO EMPRESTE SEU NOME;
2- NÃO CONSTRUA NO TERRENO DA SOGRA;
3- NÃO SEJA FIADOR;
4- NÃO GASTE MAIS QUE 90% DO QUE VOCÊ GANHA;
5- NÃO SE ENDIVIDE PARA COMPRAR UM CARRO;
6- NÃO COLOQUE SUAS EXPECTATVIAS EM OUTRAS PESSOAS;
7- NÃO SE DIMINUA PARA CABER EM LUGAR NENHUM.
Tuesday, November 04, 2025
A TERCEIRA IDADE
As pessoas costumam usar “velha” como ofensa, como se envelhecer fosse algo feio ou um erro.
AMOR UNIVERSAL
DONA MARCELA
— Desculpe… para onde está me levando? — perguntou a mulher baixinho, olhando confusa pela janela do carro.
— Dona Marcela, chegamos. Este é o lar de idosos “Santa Ana”. A partir de hoje, a senhora vai ficar aqui.
— Ficar aqui? — a voz dela tremia. — E a minha filha? Ela não vem?
— Disse que vai telefonar, — respondeu o motorista, colocando no chão uma pequena bolsa: um casaco, uma escova, uma fotografia antiga.
— Muita saúde, dona Marcela. A senhora vai se sentir bem aqui.
O carro partiu.
Marcela ficou sozinha, com o vento frio acariciando-lhe o rosto úmido.
Na porta, uma mulher de bata azul a esperava.
— Seja bem-vinda, dona Marcela. Eu sou a Nicoleta, enfermeira aqui. Venha, vou levá-la para o seu quarto.
— Quarto? Eu tinha uma casa… um jardim… e flores…
— Aqui também vai ter flores, vai ver, — respondeu Nicoleta com doçura.
O quarto era pequeno, mas limpo. Na cama ao lado dormia uma senhora idosa.
— O nome dela é tia Ileana, — explicou Nicoleta. — Fala pouco.
— Tudo bem, — sorriu Marcela. — Eu nunca fui boa em ficar calada.
Os dias passavam devagar.
Os moradores eram silenciosos, cansados, cada um com suas lembranças.
Alguns esperavam visitas que nunca chegavam, outros viviam apenas do passado.
Mas Marcela não sabia ficar parada.
Certa manhã, pediu uma pá.
— O que vai fazer, dona Marcela? — perguntou o porteiro.
— Preciso de um pedaço de terra. Quero plantar flores.
E plantou — hortelã, manjericão, calêndulas.
— Aqui vai ser a nossa primavera, — dizia às outras. — Se não temos o que esperar, vamos esperar florescer.
Algumas semanas depois, o pátio cheirava a vida.
Um dia, tia Ileana sussurrou:
— Cheira à infância…
— Sim, minha querida. À infância e a Deus, — respondeu Marcela.
Daquele dia em diante, Ileana voltou a falar.
Marcela foi falar com a diretora:
— Deixe-nos fazer uma pequena oficina de costura e histórias. Todo mundo tem uma história. Se a gente não contar, ela morre com a gente.
A diretora sorriu.
— Está bem, dona Marcela. Se conseguir reunir o pessoal, eu arranjo os materiais.
E conseguiu.
Poucos dias depois, a sala de jantar estava cheia de vozes, risos e linhas coloridas.
— Eu fui costureira em Iași! — dizia uma.
— Eu fazia roupas para artistas! — acrescentava outra.
Marcela ria:
— Viram? Ainda estamos vivas. Temos mãos, temos coração. Só faltava vontade.
A primavera verdadeira chegou.
O lar estava diferente: flores por toda parte, paredes pintadas, rostos sorridentes.
Na porta, um poema de Marcela dizia:
“Não importa onde é a tua casa,
importa ter alguém que te escute,
e um pedaço de céu onde possas dizer ‘obrigado’.”
Num domingo, um carro elegante parou em frente ao portão.
Dele saiu uma mulher jovem, elegante.
— A minha mãe está aqui. Marcela Ioniță.
Marcela estava no jardim, regando as flores.
— Irina…
— Mamãe… vim te levar para casa.
— Para casa? — sorriu. — Eu já estou em casa.
— Mamãe, me perdoa… achei que estava fazendo o melhor.
— Você fez o que sabia, minha filha. Mas veja — essas pessoas não têm mais ninguém. Se eu for embora, quem vai regar as flores delas?
— Mas você não é obrigada a cuidar delas, mamãe.
— O amor não é obrigação, Irina. É presente.
Irina olhou ao redor — flores, paz, sorrisos.
— É bonito aqui, mamãe.
— É. E o mais bonito é que eu achava que a vida tinha acabado… e ela só estava começando.
Desde então, Irina vinha todos os fins de semana.
Trazia frutas, doces, roupas.
Marcela a apresentava com orgulho:
— Esta é a minha filha. Ela me ensinou que não devemos ficar magoados com quem nos deixou. Devemos apenas mostrar que ainda sabemos ser felizes.
Com o tempo, a diretora lhe disse:
— Dona Marcela, todos aqui a amam. Queremos que seja coordenadora das atividades.
— Eu? Com setenta e três anos? — riu ela.
— Sim. A senhora é a alma deste lugar.
E assim, ela se tornou “dona Marcela” — a mulher que trazia esperança.
Escrevia poemas, preparava chá de hortelã, organizava noites de canções.
— De onde vem tanta força? — perguntou Nicoleta.
— Das lágrimas que decidi não chorar. Transformei-as em sorrisos.
Três anos depois, o lar “Santa Ana” não era mais um lugar de solidão, mas de vida.
Os jornais escreveram: “Os idosos que renasceram graças a uma mulher simples.”
Marcela recebeu uma homenagem da prefeitura.
Ao subir ao palco, disse apenas:
— Obrigada. O maior prêmio é saber que ainda temos um propósito. A felicidade não vai embora com a juventude — vai embora quando deixamos de amar.
Numa manhã, Marcela partiu serenamente, enquanto dormia.
Na mesinha de cabeceira, um bilhete:
“Não chorem.
Fui apenas regar as flores do outro lado.
Cuidem uns dos outros.
O amor nunca se aposenta.”
Irina encontrou o bilhete e chorou — não de tristeza, mas de gratidão.
Continuou o que a mãe havia começado: visitava, ajudava, trazia flores e histórias.
E assim, uma mulher simples, esquecida, tornou-se o início de uma nova vida para muitas almas.
Porque às vezes não é preciso mudar o mundo inteiro.
Basta regar uma flor.
E um coração.
Repassem, por gentileza!
Histórias como estas, não podem ficar somente no seu celular!
Monday, November 03, 2025
POR QUE OS IRMÃOS SE AFASTAM NA VELHICE?
É estranho como o tempo, esse escultor silencioso da vida pode afastar até mesmo aqueles que um dia dormiram no mesmo quarto, dividiram brinquedos e partilharam os medos da infância. Os irmãos, que um dia foram cúmplices de travessuras e testemunhas dos segredos da casa dos pais, muitas vezes se tornam distantes, quase estranhos, na velhice.
Monday, October 27, 2025
MULHER DE VERDADE
ALUGO-ME PARA NÃO FAZER NADA
Shoji Morimoto tinha um mestrado em física, morava em Tóquio e era, segundo suas próprias palavras, um tipo comum, calado, sem talentos especiais.
Mas
um dia, cansado de trabalhos que não o satisfaziam, publicou um tweet que mudou
tudo:
«Alugo-me
para não fazer nada. Posso estar contigo, ouvir-te, acompanhar-te. Não cozinho,
não limpo, não dou conselhos. Apenas existo contigo. Preço: transporte e
comida”.
Ele
fez isso por brincadeira.
Mas,
no dia seguinte, tinha mais de 500 mensagens.
Uma
mulher pediu-lhe para acompanhá-la para assinar os papéis do divórcio. Ela não
queria fazer isso sozinha.
Um
jovem que saía do hospital após uma operação pediu-lhe para caminhar com ele
até sua casa, em silêncio.
Uma
senhora idosa convidou-o para comer, só para não mastigar sozinha.
—E
o que faz exatamente? —perguntou-lhe um jornalista.
—Nada.
Só estou lá. Mas, às vezes, estar... é tudo.
Shoji
foi contratado para ver um pôr do sol. Para segurar um guarda-chuva. Para ouvir
alguém chorar durante uma hora sem julgar.
Certa
vez, uma rapariga disse-lhe:
—Só
quero que alguém me veja subir ao palco. Ninguém da minha família quis vir.
Shoji
foi. Aplaudiu. E depois foi-se embora, sem pedir nada mais.
Ele
não dá conselhos. Não pretende mudar vidas. Apenas se torna um testemunha
silenciosa das pequenas batalhas que ninguém vê.
Hoje,
ele tem mais de 4.000 clientes. E escreveu livros sobre a sua experiência.
Chamam-no
de «o homem que não faz nada». Mas, no fundo, Shoji faz o que muitos não sabem
fazer: estar presente.
Quando
lhe perguntaram se isso o fazia sentir-se sozinho, ele respondeu:
—Não.
Eu também precisava de companhia. Mas sem máscaras. Sem expectativas. Apenas
dois seres humanos a partilhar o mesmo tempo, sem querer mudar um ao outro.
Às
vezes, o que mais cura... é o mais simples.
Alguém
que não vem para te salvar.
Mas
para se sentar ao teu lado enquanto atravessas a tempestade.
Monday, October 20, 2025
MEU AMADO IRMAO DECO
CARMEM, diga aos meus sobrinhos que eles tiveram a presença de uma pessoa, que sempre cuidou da família. Uma pessoa do bem. Minha mãe dizia que casara com meu pai porque vira que ele era bom. Quando ouvi isto dela, fiquei orgulhoso,.
Quatro anos no seminário de Itaúna devo a Deco. É claro que voces pensarão que estou falando porque era meu irmao. No colégio, lembro q me corrigia bravo , e nunca me ressenti, sabia que era bom , não podia chorar comigo.
Depois que voltamos para o Prata, ele continuou a ser minha referência, convivemos bem.
Mas ele era franco comigo. Nunca me deu um conselho errado, no final ele estava certo. Fui o que mais brincou com ele, nossa diferença era de dois anos. Talvez ele tenha sido o meu diálogo. Lada saiu cedo. Digo a voces a vida continua mas o caráter de Deco era inquebrantável. Tinha moral, não se envolvia em nada que ele não pudesse contar para mim. Ensinou honestidade e limites, claro que Lada foi fundamental. O Vanderlei faz falta. Há pouco tempo confessei a um psiquiatra que não consegui assimilar a perda. Sou um velho e nós na meninice não nos separávamos. Vivemos 14 anos agarrados um ao outro. Deus deu a ele o bom senso, apesar nosso pai ser muito bom, Deco era a sensatez. Digo que sinto falta de todos, mas foi ele que me direcionou, por isso o Natal ainda dói.
MINEIRIN
Um mineirin,
cansado da vida na roça, foi pra cidade
e candidatou-se a um emprego numa grande loja de departamentos. Na verdade, era
a maior loja de departamentos do mundo, tudo podia ser comprado ali.
O
gerente perguntou ao mineirin:
—
Você já trabalhou alguma vez?
—
Sim, eu fazia uns trem na roça.
O
gerente gostou do jeitão simples do mineirin e disse:
—
Pode começar amanhã. No fim da tarde, venho ver como se saiu.
O
dia foi longo e árduo para o mineirin, tinha que usar sapato, camisa fechada,
não podia sentar num toco depois da boia e pensar na vida. Às 17h30, o gerente
se aproximou do novo empregado para verificar sua produtividade e perguntou:
—
Quantas vendas você fez hoje?
—
Uma!
— Só
uma? A maioria dos meus vendedores faz de 30 a 40 vendas por dia. De quanto foi
a sua venda?
—
Dois milhões e meio de reais.
—
COMO CONSEGUIU ISSO???
—
Bem, o cliente entrou na loja e eu lhe vendi um anzol pequeno, depois um anzol
médio e finalmente um anzol bem grande. Depois vendi uma linha fina de pescar,
uma de resistência média e uma bem grossa para pescaria pesada. Perguntei onde
ele ia pescar e ele me disse que ia fazer pesca oceânica. Eu sugeri que talvez
fosse precisar de um barco, então o acompanhei até a seção de náutica e lhe vendi
uma lancha importada, de primeira linha.
Aí
eu disse a ele que talvez um carro pequeno não fosse capaz de puxar a lancha, e
o levei à seção de carros e lhe vendi uma caminhonete com tração nas quatro
rodas.
Perplexo,
o gerente perguntou:
—
Você vendeu tudo isso a um cliente que veio aqui para comprar um pequeno anzol?
—
Não, senhor. Ele entrou aqui para comprar um pacote de absorventes para a
mulher, e eu disse: “Já que o seu fim de semana está perdido, por que o senhor
não vai pescar?”.
Vai
ser bom de lábia assim, lá em Minas sô!!!
😂😂😂😂😂😂
🤣🤣🤣🤣🤣🤣
MUITO PROFUNDO ... E TÃO VERDADEIRO! PENSAMENTO DO DIA
Quando a televisão entrou em minha casa, esqueci-me de como ler um livro.
Quando
o carro parou à minha porta, esqueci-me de como caminhar.
Quando
segurei um celular, esqueci-me de como se escreve uma carta.
Quando
o computador chegou, esqueci-me da ortografia.
Quando
o ar condicionado se instalou, deixei de procurar a sombra e a brisa de uma
árvore.
Vivendo
na cidade, me esqueci do cheiro da terra molhada.
Manuseando
cartões e contas bancárias, esqueci-me do verdadeiro valor do dinheiro.
Com
os perfumes artificiais, esqueci-me do das flores frescas.
Com
os lanches rápidos, esqueci-me dos sabores dos pratos tradicionais.
Sempre
com pressa, esqueci-me de como parar.
E
desde o WhatsApp, esqueci-me de como falar verdadeiramente.
Quando
morremos, o nosso dinheiro fica no banco.
E no
entanto, em vida, falta-nos frequentemente.
Ironia
cruel: após a nossa partida, ficam muitas vezes quantias importantes, não
utilizadas.
Um
grande empresário chinês morreu, deixando 1,9 bilhão de dólares à sua viúva.
Ela
casou… com o motorista dele.
O
motorista disse:
- Durante anos, pensei que trabalhava para o
meu patrão… e hoje percebo que era ele que trabalhava para mim.
A
realidade é dura:
É
melhor viver muito tempo do que possuir muito.
Devemos portanto proteger o que temos de mais precioso: a nossa saúde.
Num
celular top de linha, 70% das funções não são utilizadas.
Num
carro de luxo, 70% das performances e gadgets não servem para nada.
Numa
moradia suntuosa, 70% do espaço não está ocupado.
Nos
nossos armários, 70% das roupas nunca são usadas.
Numa
vida inteira de trabalho, 70% dos rendimentos beneficiam… os outros.
Então,
aprendamos a acarinhar os nossos 30% restantes:
•
_Façam check-ups de saúde, mesmo que se sintam bem.
•
Bebam água, mesmo sem sede.
•
Deixem passar, mesmo perante grandes problemas.
•
Saibam ceder, mesmo que tenham razão.
•
Mantenham-se humildes, mesmo no sucesso.
•
Contentem-se com o que têm, mesmo que não seja muito.
•
_Cuidem do vosso corpo e da vossa mente, mesmo que estejam muito ocupados.
• E sobretudo… arranjem tempo para aqueles que
amam.
-
Cuidem dos amigos.
Transmitam
esta mensagem àqueles que são importantes para você.

