Monday, August 11, 2025

 Análise Psicanalítica de um Poderoso em Rota de Colapso

Por Dom Léo Assis
Psicanalista e Bispo.
Muitos me perguntam: como explicar o comportamento de um homem que, mesmo sob severas sanções internacionais — como a Lei Magnitsky —, continua agindo como se nada tivesse acontecido? Vai a estádios, debocha com gestos obscenos, afronta o bom senso e o espírito de Justiça. Seria arrogância? Loucura? Uma estratégia? Hoje vamos entender tecnicamente.
Na psicanálise, não julgamos moralmente.
O que fazemos é compreender a estrutura interna que sustenta o comportamento.
No caso desse sujeito público, temos indícios claros de Transtorno de Personalidade Antissocial com traços psicopáticos e narcisistas malignos. Traduzindo: trata-se de alguém cuja mente opera sem empatia, sem culpa, com prazer em manipular e ferir.
🔹 H. Cleckley, psiquiatra pioneiro no estudo da psicopatia, dizia que o psicopata pode parecer encantador, cordial e até culto — mas por trás há um vácuo moral absoluto.
🔹 Robert Hare, criador da Escala de Psicopatia, mostra que esses sujeitos sabem fingir humanidade, mas não a sentem. É como um lobo vestido de juiz.
Exemplo real: o gesto do dedo do meio
Ao exibir publicamente o dedo do meio em um estádio, não estamos diante de um simples desabafo humano. Não. Ali há um símbolo psíquico profundo:
É o equivalente adulto a uma criança de 5 anos que grita "você não manda em mim", mas com o agravante de estar num corpo de 60 anos e à frente de instituições.
O gesto obsceno, diante de sanções internacionais, não é um erro. É uma tentativa desesperada de afirmar domínio sobre a narrativa.
É uma resposta psíquica à ameaça de castração simbólica: quando o ego percebe que está prestes a perder poder, visibilidade ou adoração, ele contra-ataca
com teatralidade.
Sociopatia e psicopatia: qual a diferença?
Psicopata é aquele que finge empatia. Calcula, manipula, parece frio e superior.
Sociopata, por sua vez, explode. Age com raiva, impulsividade, desprezo emocional pelas regras.
Esse sujeito público apresenta ambos os traços: o cálculo do psicopata (manipula a imprensa, usa narrativa), e os surtos do sociopata (faz gestos agressivos, desafia as autoridades com teatralidade).
Doença ou estratégia?
A pergunta que o leigo faz: "Ele está doente ou está sendo esperto?"
A resposta é: ambos. O sujeito com transtorno de personalidade antissocial usa o seu próprio distúrbio como ferramenta de poder. É como alguém que bebe veneno e convida os outros a brindar com ele.
Ele não é incoerente. Ele vive num mundo psíquico próprio, onde:
A verdade é o que ele diz que é.
A realidade não o atinge diretamente.
Os outros são instrumentos: ou servem, ou atrapalham.
Quais riscos ele corre?
Do ponto de vista clínico, esse tipo de estrutura mental está sempre em risco de
colapso narcisista. Isso acontece quando:
Perde poder de forma irreversível.
É exposto por quem ele não pode controlar.
É punido por algo que jamais esperava.
Nesse momento, ele pode:
Sofrer surtos de agressividade.
Entrar em estado de negação total.
Desenvolver doenças psicossomáticas graves: taquicardia, hipertensão, paranoia, insônia, alucinações, etc.
Um perfil que ameaça o corpo coletivo:
Quando alguém assim está no comando
de decisões, a sociedade corre risco. Porque o sofrimento alheio não o toca, e a Justiça é vista como obstáculo pessoal.
"Não há maior perigo do que um psicopata vestido de estadista." Dom Leo Assis