Domingo passado fui visitar Sá
Mundica. Encontrei-a sentada em seu sofá, do alto de seus noventa e seis anos,
um pouco mais magra, agora apoiando-se numa bengala, mas com uma cabeça e uma
memória de causar inveja e sempre disposta a agradar a todos. Boa prosa, broa
de fubá, sorriso fácil, muito afeto e alegria de viver. Com imensa simplicidade
e uma sabedoria ímpar, amor sem inveja, sem medo, amor de abraçar e de segurar
as mãos da gente, amor disponível.
Conversamos sobre política, lembrou o
Papa João XXIII e outras coisas. Contou-me que quando a elogiavam dizendo que
ela ainda tinha uma “esperteza danada”; não gostava, acha o termo negativo no
mundo de hoje, prefere a aprendizagem que nos leva à “sabedoria”.
E
não é que de repente ela comenta sobre a Martha Medeiros, Mário Sérgio Cortella
e principalmente o Dr. Augusto Cury (seu escritor predileto). Aí não conseguiu segurar o pensamento aprendido nos livros do seu escritor preferido,
mencionando com propriedade a nossa costumeira preocupação com o amanhã, já que
ele inexiste. Comentou que remoer o passado é serrar serragem. Falou da
brevidade da vida e que a infância e a velhice se encontram numa rapidez
surpreendente. É dessa sabedoria que gosta de falar, das derrotas que adubam as
vitórias e das falhas que irrigam a aprendizagem.
Finalmente, fez-me uma pergunta :
__ Meu filho, seja sincero, você está
mais conectado às redes sociais ou ainda consegue manter-se conectado ao seu
coração?
Boquiaberto, surpreso, fiquei sem resposta,
e até finalizar este texto, a pergunta dela continuava a martelar em minha mente.
Fonte de Pesquisa : Revolucione Sua
Qualidade de
Vida –
Augusto Cury