O Sô Jeremias e Da. Zefa viviam num pequeno sítio na zona rural entre o Prata e Jaguaraçu, e tinham como vizinho o compadre Adão de Nita, que havia ficado viúvo há pouco tempo.
Sô Jeremias queria vender um burro, animal já mais velho e colocou o preço de Duzentos Reais. Da. Zefa, uma morena de ancas bem feitas, ainda bonita, pernas bem torneadas, enfim uma senhora bem viçosa, ralhou com o Sô Jeremias, por duzentos reais não deixava vender.
Pois bem, dias depois, aparece na casa deles o compadre Adão, com desculpa de querer comprar o burro, mas tava de olho mesmo é na comadre. Como o Sô Jeremias estava pra roça, Da. Zefa serviu um café para o compadre Adão e conversaram sobre o preço do burro, mas tinham que esperar o compadre Jeremias chegar.
Neste espaço de tempo o compadre Adão resolveu engraçar-se para cima da comadre e foi conduzindo a conversa até insinuar-se para ela. Da. Zefa entre surpresa e ofendida ficou brava e falou com ele que ia contar o desrespeito para o marido Jeremias. O Adão ficou no "mato sem cachorro" e pediu a ela pelo amor de Deus que o desculpasse, tinha medo do compadre Jeremias até matá-lo.
Da. Zefa não atendeu seu pedido e em pé na porta da casa avistou o marido chegando e gritou:
"Oh Jeremias! Vem cá que eu preciso de contá uma coisa."
O Jeremias respondeu:
"Tô chegando muié!"
O Adão ficou inerte, gelado dos pés à cabeça.
Então quando o marido aproximou-se, ela disse a ele:
"Jeremias, cê acredita que o compadre Adão ofereceu Mil Reais no burro, no dinheiro?
__ Negócio fechado, claro.