Thursday, December 13, 2018

A NOSSA CALVÍCIE


Estávamos fazendo uma reforma na casa de nossos pais, Nô Barbeiro e Da. Analita e conosco vieram trabalhar o Luciano e Ditinho da Cerâmica (a quem eu chamava de meio oficial de ajudante de servente de pedreiro), brincadeira com ele já que o mesmo é muito alegre, gozador e espirituoso.

Como se sabe, nós, os cinco filhos de Nô Barbeiro, dele herdamos a calvície genética.

Durante o período das obras,  a chave da casa ficava com o Ditinho, já que ele chegava cedo e ficava de papo no Bar do Raimundo, aguardando 7h da manhã para iniciarem o serviço.

Pois bem, o mano Vanderlei, que mora em Timóteo, chegou no Prata numa quinta-feira a noite, com sua esposa e como tem a chave da casa, alojou-se tranquilamente. Pela manhã estava Ele na cozinha, justamente às 7h da manhã, preparando o café quando o Ditinho (nosso amigo brincalhão e muito zombeteiro), chegou, abriu a porta que dá para a área do terreiro e viu o Vanderlei na cozinha. Em princípio achou que era o João Bosco (ou João Gato), mas depois reparou bem, viu que não era, desceu a escada e eu estava chegando no Bar do Raimundo e me chamou:

_ “Oh Petrônio, faz favor!”

E eu prontamente:

_”Pois não Ditinho”.

E ele:

_ ”Tem um camarada lá em cima na cozinha, que eu nunca vi. Pensei que era o João Gato, até que parece, mas fiquei na dúvida.”

E eu:

_ ”Deve ser o nosso irmão Vanderlei, que mora em Timóteo e chegou ontem a noite”.

_ “Ah bão, bem que eu reparei que o “penteado” dele é igual ao do João e o seu”. 

O Raimundo e eu não pudemos deixar de rir com a “sutileza” da observação do zoador Ditinho, na realidade somos carecas e os poucos cabelos que temos, já estão embranquecidos.