Estávamos fazendo uma reforma na casa de nossos pais, Nô
Barbeiro e Da. Analita e conosco vieram trabalhar o Luciano e Ditinho da
Cerâmica (a quem eu chamava de meio oficial de ajudante de servente de
pedreiro), brincadeira com ele já que o mesmo é muito alegre, gozador e
espirituoso.
Como se
sabe, nós, os cinco filhos de Nô Barbeiro, dele herdamos a calvície genética.
Durante
o período das obras, a chave da casa ficava com o Ditinho, já que ele chegava
cedo e ficava de papo no Bar do Raimundo, aguardando 7h da manhã para iniciarem
o serviço.
Pois
bem, o mano Vanderlei, que mora em Timóteo, chegou no Prata numa quinta-feira a
noite, com sua esposa e como tem a chave da casa, alojou-se tranquilamente.
Pela manhã estava Ele na cozinha, justamente às 7h da manhã, preparando o café
quando o Ditinho (nosso amigo brincalhão e muito zombeteiro), chegou, abriu a
porta que dá para a área do terreiro e viu o Vanderlei na cozinha. Em princípio
achou que era o João Bosco (ou João Gato), mas depois reparou bem, viu que não
era, desceu a escada e eu estava chegando no Bar do Raimundo e me chamou:
_ “Oh Petrônio, faz favor!”
E eu prontamente:
_”Pois não Ditinho”.
E ele:
_ ”Tem um camarada lá em cima na cozinha, que eu nunca vi.
Pensei que era o João Gato, até que parece, mas fiquei na dúvida.”
E eu:
_ ”Deve ser o nosso irmão Vanderlei, que mora em Timóteo e
chegou ontem a noite”.
_ “Ah bão, bem que eu reparei que o “penteado” dele é igual
ao do João e o seu”.
O Raimundo e eu não pudemos deixar de rir com a “sutileza”
da observação do zoador Ditinho, na realidade somos carecas e os poucos cabelos
que temos, já estão embranquecidos.