Tuesday, December 11, 2018

ZÉ COELHO, O CUMADE

O amigo Evandro Morais, Bacharel em Direito, pratiano radicado em Porciúncula, norte fluminense, com uma população equivalente ao nosso Prata, conhecida como o paraíso do voo livre, município vizinho a Antônio Prado de Minas, Faria Lemos e Natividade.

Pois bem, o Evandro que é filho do nosso poeta mor Chiquito Morais, alertou-me para fazer referência ao "Zé Coelho", personagem da nossa história e do nosso folclore. Ocorre que eu, embora tenha conhecido o Zé Coelho, eu era bem menino e não tinha nenhum fato  dele,  ou "causo " para  relatar, mas como quem tem padrinho não morre pagão, obtive esta história.
Conta-nos o Evandro Morais e o Mauro :

"O Zé Coelho era empregado do Sô Felix de Castro, ex-Prefeito do Prata e Marliéria, trabalhava num prédio onde funcionava uma máquina de beneficiar café,  na rua que desce para o Lava-Pés (onde hoje é uma área de estoque do  Depósito Duleo), a direita, antes da ponte. 

 Ele falava tudo com rima e tratava a todos por "Comadre", ou melhor "Cumade". Era ele um negro forte, daqueles que o tórax tinha um metro e a cintura cinquenta cm (s), físico forte adquirido no longo período em que carregava saco (s) de café, que Ele, a título de demonstração, fazia com uma mão. Veio de Marliéria para o Prata pelas mãos do Sô Feliz de Castro. Andava com as "asas abertas" como os lutadores de MMA atuais.

Longe de ser valentão, era um cara sempre bem humorado e brincalhão.

Tinha de bíceps uns 50 cm(s) e era invencível na "queda de braço". Entretanto, teve seu dia de "Mané". Zé do Bar Semião, que era gerente do Bar Semião, de físico frágil, um metro e sessenta e poucos centímetros, corpo mais para jogador de porrinha do que de atleta, mas era um fenômeno na queda de braço. E o Zé  desafiou-o, e o assunto tomou conta da Cidade. As apostas eram dez a zero (10 x 0) para o Zé Coelho.

Bar Semião ( nossa rodoviária à época ) lotado e ao centro os dois assentados em uma mesa, frente um ao outro.

Iniciou-se "a batalha". Começaram os murmúrios, " o quá,quá,quá" tradicional com a música afinando até acabar. Foi o que aconteceu : o Zé do Bar, do famoso "picolé queimadinho pratiano" dobrou o braço do Zé Coelho para surpresa e aplauso geral.

Para terminar,  o Hermínio  Mendes ( o saudense mais pratiano que conheço ) conta-nos que o Zé Coelho tinha uma atenção especial com as menininhas da época. Chamava-as de "minha namorada", "minha querida", "minha flor de margarida";  foi morador do Bairro Cutucum por um tempo, sendo portanto nosso vizinho.

Isso é um pouco da história de vida do Zé Coelho, um gigante na força física, mas um coração puro e um caráter que deixou admiração em nossa Comunidade

Um suave abraço espiritual para o "Cumade".