O Gol
Há alguns anos houve um jogo entre um time do Prata e de Rio Casca, na zona rural, perto da ponte sobre o Rio Doce, que faz a divisa entre os dois Municípios.
Campo cheio, moças casadoiras à beira do campo, limonada para refrescar, crianças brincando; todos aguardando a contenda. O jogo começa, a disposição dos jogadores é grande. Termina o primeiro tempo, sem gols. Inicia-se o segundo tempo, e um beque raçudo deu uma espanada que a bola nova foi longe, caiu num riacho e foi embora. Arranjaram uma outra bola, já meio sofrida de tantas bicudas, mas era o jeito para terminar o jogo. Quase ao final, o placar ainda perdurava 0x0 e o juiz apitou um penalty para o time da casa. Zé Pereirinha foi lá, colocou a bola na marca e mandou brasa.... a bola quando saiu em direção ao gol rebentou a costura, o couro ficou no chão e a câmara de ar entrou no gol adversário... Gol. Gol. Gol...
Formou-se a confusão, o couro que revestia a bola não entrou no gol, entrou apenas câmara de ar... E o juiz... o que fazer ? A discussão pegou fogo.
Discute-se dali, fala daqui, ninguém sabia como resolver, o fato era inédito. O Sô Zé Nacleto, Juiz de Paz, homem experiente, tava na beira do campo e foi chamado. Não entendia nada de futebol ,mas sugeriu que fosse considerado "meio gol".
Aí o capitão do time visitante perguntou: "mas e o resultado, como fica ?"
O Juiz de Paz solenemente arbitrou : "meio a zero..."