Thursday, December 13, 2018

A NOSSA CALVÍCIE


Estávamos fazendo uma reforma na casa de nossos pais, Nô Barbeiro e Da. Analita e conosco vieram trabalhar o Luciano e Ditinho da Cerâmica (a quem eu chamava de meio oficial de ajudante de servente de pedreiro), brincadeira com ele já que o mesmo é muito alegre, gozador e espirituoso.

Como se sabe, nós, os cinco filhos de Nô Barbeiro, dele herdamos a calvície genética.

Durante o período das obras,  a chave da casa ficava com o Ditinho, já que ele chegava cedo e ficava de papo no Bar do Raimundo, aguardando 7h da manhã para iniciarem o serviço.

Pois bem, o mano Vanderlei, que mora em Timóteo, chegou no Prata numa quinta-feira a noite, com sua esposa e como tem a chave da casa, alojou-se tranquilamente. Pela manhã estava Ele na cozinha, justamente às 7h da manhã, preparando o café quando o Ditinho (nosso amigo brincalhão e muito zombeteiro), chegou, abriu a porta que dá para a área do terreiro e viu o Vanderlei na cozinha. Em princípio achou que era o João Bosco (ou João Gato), mas depois reparou bem, viu que não era, desceu a escada e eu estava chegando no Bar do Raimundo e me chamou:

_ “Oh Petrônio, faz favor!”

E eu prontamente:

_”Pois não Ditinho”.

E ele:

_ ”Tem um camarada lá em cima na cozinha, que eu nunca vi. Pensei que era o João Gato, até que parece, mas fiquei na dúvida.”

E eu:

_ ”Deve ser o nosso irmão Vanderlei, que mora em Timóteo e chegou ontem a noite”.

_ “Ah bão, bem que eu reparei que o “penteado” dele é igual ao do João e o seu”. 

O Raimundo e eu não pudemos deixar de rir com a “sutileza” da observação do zoador Ditinho, na realidade somos carecas e os poucos cabelos que temos, já estão embranquecidos.

GENERALIDADES



Tuesday, December 11, 2018

ZÉ COELHO, O CUMADE

O amigo Evandro Morais, Bacharel em Direito, pratiano radicado em Porciúncula, norte fluminense, com uma população equivalente ao nosso Prata, conhecida como o paraíso do voo livre, município vizinho a Antônio Prado de Minas, Faria Lemos e Natividade.

Pois bem, o Evandro que é filho do nosso poeta mor Chiquito Morais, alertou-me para fazer referência ao "Zé Coelho", personagem da nossa história e do nosso folclore. Ocorre que eu, embora tenha conhecido o Zé Coelho, eu era bem menino e não tinha nenhum fato  dele,  ou "causo " para  relatar, mas como quem tem padrinho não morre pagão, obtive esta história.
Conta-nos o Evandro Morais e o Mauro :

"O Zé Coelho era empregado do Sô Felix de Castro, ex-Prefeito do Prata e Marliéria, trabalhava num prédio onde funcionava uma máquina de beneficiar café,  na rua que desce para o Lava-Pés (onde hoje é uma área de estoque do  Depósito Duleo), a direita, antes da ponte. 

 Ele falava tudo com rima e tratava a todos por "Comadre", ou melhor "Cumade". Era ele um negro forte, daqueles que o tórax tinha um metro e a cintura cinquenta cm (s), físico forte adquirido no longo período em que carregava saco (s) de café, que Ele, a título de demonstração, fazia com uma mão. Veio de Marliéria para o Prata pelas mãos do Sô Feliz de Castro. Andava com as "asas abertas" como os lutadores de MMA atuais.

Longe de ser valentão, era um cara sempre bem humorado e brincalhão.

Tinha de bíceps uns 50 cm(s) e era invencível na "queda de braço". Entretanto, teve seu dia de "Mané". Zé do Bar Semião, que era gerente do Bar Semião, de físico frágil, um metro e sessenta e poucos centímetros, corpo mais para jogador de porrinha do que de atleta, mas era um fenômeno na queda de braço. E o Zé  desafiou-o, e o assunto tomou conta da Cidade. As apostas eram dez a zero (10 x 0) para o Zé Coelho.

Bar Semião ( nossa rodoviária à época ) lotado e ao centro os dois assentados em uma mesa, frente um ao outro.

Iniciou-se "a batalha". Começaram os murmúrios, " o quá,quá,quá" tradicional com a música afinando até acabar. Foi o que aconteceu : o Zé do Bar, do famoso "picolé queimadinho pratiano" dobrou o braço do Zé Coelho para surpresa e aplauso geral.

Para terminar,  o Hermínio  Mendes ( o saudense mais pratiano que conheço ) conta-nos que o Zé Coelho tinha uma atenção especial com as menininhas da época. Chamava-as de "minha namorada", "minha querida", "minha flor de margarida";  foi morador do Bairro Cutucum por um tempo, sendo portanto nosso vizinho.

Isso é um pouco da história de vida do Zé Coelho, um gigante na força física, mas um coração puro e um caráter que deixou admiração em nossa Comunidade

Um suave abraço espiritual para o "Cumade".

Monday, December 10, 2018

" SÃO DOMINGOS DO PRATA : CENTRO IRRADIADOR DE MINEIRIDADE "

Por Dr. Edelberto Augusto Gomes Lima
Advogado

Este é o título do seu livro digital com mais de 1.500 páginas, cujo nome serve de introdução a este texto. O autor faz indagações e ao mesmo tempo fornece a informação.

O autor é pratiano, filho, neto e bisneto de ex-prefeitos do Município.

- São Domingos do Prata já fez divisa territorial com Ferros, Itabira, Ponte Nova e Caratinga.

- O Rio Doce estabelece a divisa entre Rio Casca e São Domingos do Prata.

- São Domingos do Prata já teve população superior à maioria das cidades mineiras, incluindo entre elas, Ouro Preto, Sabará, Mariana, Nova Lima e Itabira.

- Na década de 30 São Domingos do Prata tinha Guarda Municipal.

- Timóteo, Dionísio, Marliéria, São José do Goiabal, Jaguaraçú e o toda a região do Parque Florestal do Rio Doce.

- Um Presidente da República, em pleno mandato, visitou São Domingos do Prata.

- Era comum nas florestas que rodeavam o Município encontrar-se a onça pintada, a sussuarana, a onça vermelha e a jaguatirica, além de, diversas espécies 
de aves e da flora.

- O nosso Município faz divisa com os também Municípios de : Sem Peixe, Dom Silvério, Alvinópolis, Rio Piracicaba, Bela Vista de Minas, Nova Era, Antônio Dias, Jaguaraçu, Marliéria, Dionísio, São José do Goiabal e Rio Casca.

- No final do século 19, havia em São Domingos do Prata uma escola particular na qual se ensinava latim, francês, português, aritmética e história do Brasil.

- São Domingos do Prata foi Distrito de Santa Bárbara.

- No primeiro quarto do século 20 houve em São Domingos do Prata um crime de pistolagem que ficou famoso. Trata-se da contratação de um pistoleiro para matar um advogado muito atuante na época e que faz parte da história do Prata, inclusive da criação do Hospital Nossa Senhora das Dores. O processo judicial ficou conhecido como o crime do baiano (local : Volta do Baiano indo para o Gandra)

- Poderá descobrir a razão pela qual o Pe. Geraldo Barreto Trindade começou a exigir que os casamentos religiosos somente se realizassem após a comprovação do casamento civil. Em tom de brincadeira um poeta pratiano conhecido fez a seguinte quadra :

"Que os homens são uns diabos.

Não há mulher que tal negue

Mas todas elas procuram

Um diabo que as carregue."

- Poderá descobrir que a primeira Faculdade de Direito construída em Minas Gerais teve contribuição financeira de diversas pessoas do Prata e esta Faculdade, posteriormente, tornou-se, ao ser transferida para Belo Horizonte, a atual Faculdade Federal de Direito.

- Um dos inúmeros pratianos ilustre, o Dr. Gomes Lima, ocupou cargos de projeção, tais como Senador Estadual e Deputado Federal, além de, ter sido um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Diretor do Banco do Brasil, Presidente do Banco de Crédito Real, Secretário de Segurança Pública, Promotor de Justiça em São Domingos do Prata e Juiz de Direito em Alfenas. Ele ainda foi o responsável pela construção da "Escola Dr. Gomes Lima", em Dionísio e,um dos colaboradores na criação do "Grupo Escolar Cônego João Pio" em São Domingos do Prata.

Em 1894, o Dr. Antônio Serapião de Carvalho conclamava que fossem dados aos nossos pequenos concidadãos os fecundos exemplos da história da humanidade e a do Brasil, mas nunca se esquecer de fazê-lo em relação à da própria terra natal, como aconselhou o ilustre magistrado.

Bem, são centenas de outras perguntas que poderão ser formuladas e cujas respostas talvez se ache em alguns dos seis livros. Tanto o livro digital, como dois de meus livros impressos ("São Domingos do Prata : Berço e Origem" e "Notas Biográficas de Manoel Martins Gomes Lima (1910-1998"), Janua Coeli de Lellis Ferreira (1917-2007) e Dr. Edelberto Lellis Ferreira (Três pratianos da gema), fazem parte do acervo da Biblioteca "Maria Machado de Lima" da Faculdade de Sabará.

Todos os seis livros poderão ser baixados gratuitamente na internet através do LINK http://www.4shared.com/folder/pEdzNnt-/_online.html

Dr. Edelberto Augusto Gomes Lima é advogado e membro do Conselho Editorial da Editora Del Rey. Foi chefe Departamento Jurídico da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais.

Thursday, December 06, 2018

TEMA POLÊMICO

" A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação."

Timóteo (2:9-15). 

A mulher independente cria seu próprio destino. Esse "modus vivendi" parece intimidar os homens. A carcomida idéia de que sempre alguém tem que estar em posição de submissão, embora muitas mudanças venham ocorrendo.

Estudos mostram que nosso estado civil possa estar conectado com o nosso nível de inteligência e que as mulheres bem sucedidas e instruídas têm menos probabilidade de se casarem. A mulher integrada ao trabalho, ao convívio social tende a investir em sua educação e crescimento profissional, explorando suas habilidades intelectuais; mas isto não significa que ela não deseja se relacionar com outra pessoa, apenas prefere esperar por um parceiro que compartilhe valores semelhantes.

Outro estudo mostra os homens buscando uma escolha próxima do comportamento de suas mães.

A vida de hoje tem um dinamismo que não comporta a opressão e a posse; o que de certa vem influindo no comportamento social.

Ao ler estudos sobre o tema e fazer algumas pesquisas, observamos que não é incomum que o homem tenha dificuldades em relacionar-se com mulheres inteligentes e cultas, além de uma outra colocação feita em tom de brincadeira, mas que no fundo traz algum recado :

" ... fujo um pouco de mulher muito bonita" . Eu tinha um tio que dizia que mulher bonita dá muito trabalho. Não se pode negar que esta insegurança ainda persista no  pensamento do homem.

NUM É?

Algumas vezes é preciso silenciar, sair de cena e esperar que o tempo nos traga as respostas.

A AFINIDADE


AFINIDADE

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, 
delicado e penetrante dos sentimentos. 
E o mais independente. 
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, 
as distâncias, as impossibilidades. 
Quando há afinidade, qualquer reencontro 
retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto 
no exato ponto em que foi interrompido. 

Afinidade é não haver tempo mediando a vida. 
É uma vitória do adivinhado sobre o real. 
Do subjetivo para o objetivo. 
Do permanente sobre o passageiro. 
Do básico sobre o superficial. 

Ter afinidade é muito raro. 
Mas quando existe não precisa de códigos 
verbais para se manifestar. 
Existia antes do conhecimento, 
irradia durante e permanece depois que 
as pessoas deixaram de estar juntas. 
O que você tem dificuldade de expressar 
a um não afim, sai simples e claro diante 
de alguém com quem você tem afinidade. 

Afinidade é ficar longe pensando parecido a 
respeito dos mesmos fatos que impressionam comovem ou mobilizam. 
É ficar conversando sem trocar palavras. 
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento...

Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, 
nem sentir para, nem sentir por. 
Quanta gente ama loucamente, 
mas sente contra o ser amado. 
Quantos amam e sentem para o ser amado, 
não para eles próprios. 

Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. 
É olhar e perceber. 
É mais calar do que falar, ou, quando falar, 
jamais explicar: apenas afirmar. 

Afinidade é jamais sentir por. 
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. 
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. 
Compreende sem ocupar o lugar do outro. 
Aceita para poder questionar. 
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. 

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. 
É conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, 
quanto das impossibilidades vividas. 

Afinidade é retomar a relação no ponto em que 
parou sem lamentar o tempo de separação. 
Porque tempo e separação nunca existiram. 
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, 
para que a maturação comum pudesse se dar. 
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, 
cada vez mais a expressão do outro sob a 
forma ampliada do eu individual aprimorado.

Tuesday, December 04, 2018

VITAM IMPEDERE VERO

Consagrar a vida à verdade.

A TERAPIA DO ABRAÇO

Ah! a timidez !  
Essa característica pessoal quase imutável.

 Quando leio algo sobre o abraço, que pratico tão pouco, embora saiba ser demonstração de afeto, capaz de prevenir doenças e o próprio estresse. Sabe-se que o gesto do abraço funciona como apoio social, protegendo as pessoas da ansiedade e depressão. 

Estudiosos do tema afirmam que ser abraçado por uma pessoa de confiança pode atuar como meio eficaz de transmitir apoio, e que os abraços são protetores naturais.

Ouvir um "saúde e paz pra você" é bom para quem ouve e melhor para quem fala. E um retorno imediato.

Algumas vezes percebe-se que a pessoa que recebe o abraço também sente-se agraciada, então diga a ela: "você é muito importante para Deus, para sua família e para mim". Há ocasiões em que a carência está num nível tão alto que a pessoa emociona-se e até chora. Dizem que a prática do abraço e o encontro do olhar é como tomar água para todos.

Abraçar é pois explicar sentimentos que as palavras não conseguem e curar carências e tristezas.

Então,  SUAVE ABRAÇO.

AO DR. EDELBERTO AUGUSTO GOMES LIMA

Algumas ações produzidas pelo ser humano são inseridas eternamente na história pessoal de quem as pratica.

Costumo afirmar que quando algo me comove venho para o meu canto e ponho-me a escrever.

"Já chamei pessoas de amigo e descobri que não eram; a outros nunca precisei chamar de nada e sempre foram."

Na realidade a amizade não é sobre quem vem primeiro ou vem por último. É sobre quem vem e nunca vai embora.

Caro Beto, tá difícil a coisa aqui, contar um "causo" é bem mais fácil do que conseguir traduzir em palavras a admiração pelo ser humano que você é (para quem conheceu seus pais não é surpresa), bem como pelo trabalho na edição dos livros digitais, filmes resgatados sobre seus familiares e sobre o Prata, fruto de um trabalho incansável, patrocinado por você mesmo, que em tudo que toca, torna-o mais humano (não o Midas do ouro,e sim o de bom coração). Você tem algo a ver com esta frase : 

"A simplicidade é simplesmente simples", porque tem a facilidade de cativar o próximo e nele despertar a confiança.

Seu trabalho deu sequência aos de Luiz Prisco de Braga e Frei Thiago Santiago.

Finalmente, com estes seus trabalhos você nos tornou também sabarenses ... Vila real das áureas tradições ! tua imagem gloriosa aqui está viva e presente em nossos corações!

Você merece uma homenagem de gratidão desta Cidade, como já falei ao amigo comum Laércio Maciel.

Com afetuoso abraço e votos de saúde

Ailton Petrônio de Castro

Monday, December 03, 2018

DEFINIÇÃO DE GUERRA

É um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem, se odeiam mas não se matam.

Erich Hartmann (Piloto alemão 2ª Grande Guerra Mundial)

Friday, November 30, 2018

MEU TIO JAIR


Há alguns anos meus tios Jarbas e Jair tinham uma barbearia na velha casa que era do Sr. Argental Drummond e Da. Cininha, onde hoje funciona a Lumar Móveis.

Gosto de contar “causos”, mas evito palavrões para não ser deselegante, mas contar um caso do meu tio Jair (conhecido como Pinguela) sem ter um palavrão é impossível.

Era um dos irmãos de meu pai, barbeiro como o pai e os demais irmãos. Torcedor do América Mineiro, Botafogo e ex-jogador do Clube Atlético Pratiano (era o que o Vanderlei Luxemburgo chamava de Zagueiro Zagueiro). Pescador contumaz (levava  meu irmão Reinaldo, ainda menino, para pescaria, tanto que o Reinaldo logrou herdar dele o apelido de Pinguela também), gozador inveterado, tinha um espírito jocoso e levava tudo para o lado da brincadeira, na realidade era uma pessoa de gênio suave e calmo. Brincalhão, famoso tirador de sarro das pessoas, sempre bem humorado, piadista de primeira mão.

Certa vez, descia eu a Rua Padre Pedro Domingues pelo passeio, e após ter passado frente a barbearia, vi que Ele estava com um freguês na cadeira e falei cumprimentando-o:

_”Oh Tio Jair !”.

Ele respondeu:

_”Opa !”

Depois que eu já havia andado uns doze metros, Ele assomou à porta e gritou:

_”Oh Petrônio, faz favor !”

Ao ouvi-lo, retornei até a porta da barbearia e Ele perguntou-me:

_”Oh Petrônio, escuta aqui, cê já cagou hoje?”

E claro que apenas ri do espírito moleque e jocoso como Ele levava a vida, mesmo  porque como que eu iria  responder a  um tio meu  com palavrão ? Risos...

MEU TIO ALAMIRO GOMES

Meu tio Alamiro, irmão de minha mãe, um pouco mais velho do que ela, era um homem de costumes e hábitos diferentes. Conversava pouco, enérgico, um tanto inflexível no seu modo de viver, embora no fundo tivesse uma personalidade branda, não usava verniz para demonstrar uma delicadeza dissimulada; assumia sua verdadeira natureza.

Nascido em Gomes do Prata, durante alguns anos morou em "Vieiras". Era dado a leitura, com muita frequência, tanto que possuía conhecimento a respeito de vários assuntos, especialmente sobre as plantas verdes, arriscaria a dizer que se tivesse estudado seria um biólogo ou até um químico com certeza, pois conhecia sobre infusão de folhas, flores, raízes de planta; tanto que preparava muito bem remédios caseiros, inclusive xaropes para casos de gripe e resfriados.

Conheci-o quando veio ao nosso escritório cuidar de documentos relativos a uma propriedade que havia comprado na localidade denominada "Esperança", próxima à estrada para o Município de Dionísio.

Casou-se já mais idoso e não teve filhos. Gostava de andar em bons cavalos e tinha um zelo todo especial com eles.

Certa feita, precisando  ir a Dionísio, e havendo um documento dele no escritório para ser devolvido, ao passar frente a sua propriedade resolvi sair da estrada principal e ir até o sítio dele (que era bem próximo da rodovia). Lá chegando, cumprimentamo-nos, conversamos um pouco, como disse era uma pessoa bem informada pois lia muito. Lembro-me de ter visto sobre a mesa da sala livros da coleção "Readers Digest", que era uma espécie de revista que noticiava sobre "saúde, bem-estar, depoimentos da vida real, humor, inspiração e política".

Quando eu estava para sair, chegou um senhor que havia comprado um gado dele e vinha pagar. Quando o senhor começou a preencher um cheque, ele interrompeu-o dizendo :

__ "O que é isso?"

O comprador respondeu :

__ "É um cheque para pagar o gado."

E meu tio respondeu :

__"Não aceito dinheiro de papel, o senhor volte aqui com o dinheiro e aí nós acertamos."

Esse era o meu tio, que embora tivéssemos
convivido pouco, tinha por ele admiração devido as suas qualidades de franqueza  e sinceridade.

PROVÉRBIO

O cedo não deve  nada ao tarde.

LAR É ONDE ESTÁ O CORAÇÃO


Nosso lar é onde o nosso coração está. Teto com afeto é lar.
Adoro ler as crônicas de Fabíola Simões, Ela tem frases e colocações que simplesmente me emocionam. Fala da família de modo que me atinge fortemente. Quando define o lar como o local para onde a gente se dirige quando se sente cansado, perdido ou até exilado, fica claro que a nossa casa é a nossa trincheira de segurança.
Fonte de Pesquisa : A Soma de Todos os Afetos - Fabíola Simões

Thursday, November 29, 2018

MEU TIO NEZINHO GOMES

O meu Tio Nezinho, irmão de minha mãe, foi casado com a tia Nem. Quando morava no Prata era proprietário das fazendas do "Mata-Mata, João Antônio e Colônia Guidoval".

Como era meu padrinho de batismo, convivi com ele, mesmo porque passava com frequência na casa de meus pais, no mesmo lugar até hoje, frente ao hospital. Sempre deixando com a minha mãe alguma coisa que trazia em sua Charrete vermelha, da qual me lembro de um detalhe : na parte de trás tinha uma tampa como se fosse um  bagageiro.

Importante frisar que a minha mãe com doze anos perdeu os pais (Vô Neco e Vó Cota) num período de aproximadamente seis meses. Como o irmão mais velho dela, o tio Osório, havia ficado viúvo, minha mãe saiu dos "Gomes" e foi morar com Tio Osório na "Vargem Linda", até para fazer companhia às filhas dele, por um tempo. Posteriormente veio para a Fazenda do Mata-Mata para morar com com o tio Nezinho e a tia Nem, havendo se casado com meu pai, aos vinte e um anos; sendo tudo realizado pelo irmão Nezinho e a cunhada Nem, que na realidade assumiram a minha mãe como filha.

Quando vinha a cidade, minha mãe ganhava dele : feijão, fubá de moinho d'água, rapadura, laranja (mexerica), mandioca; enfim, um pouco de tudo que ele produzia na Fazenda do Mata-Mata.

Era um homem corretíssimo com suas coisas e negócios, religioso, Congregado Mariano, um dos fundadores da Cooperativa Agropecuária do Prata.  Tinha  grande atenção e zelo  com a sua família, inclusive com a nossa. Hoje, anos depois, quando lembro-me do seu modo de ser, fico pensando na sorte que tive em tê-lo como tio e padrinho de batismo, uma referência como ser humano. Eram onze filhos: Lia, Almira, Helena, Dade, Nezito, Zorico, Soninho, Geraldo, Humberto, Palmyos e Márcio.

O Geraldo, após formar-se como Técnico em Contabilidade no Prata, foi trabalhar em um banco em Curitiba.

Quando vinha ao Prata, de férias, comentava com o pai, como era a agricultura e a pecuária no Paraná, a qualidade das terras; o que fez com que o Tio Nezinho fosse ao Paraná, em 1965, conhecer o Estado. Ao viajar pela região norte do Estado, admirou-se com os terrenos planos e as terras do norte do Estado. Lembro-me dele na cozinha de nossa casa contando que da janela do ônibus viu uma grande placa escrito assim :
AQUI SE TRABALHA !
Governo do Paraná 

Isto deu-lhe um grande entusiasmo, mexeu com seu espírito empreendedor e idealista; tanto que aos 56 anos vendeu duas das três propriedades que tinha no Prata, comprou uma casa na progressista cidade de Campo Mourão-PR e uma fazenda em um  município próximo chamado Iretama-PR.

Assim, iniciou Ele uma nova vida em outro Estado, outra região, criando novas condições de vida para os filhos, netos e bisnetos.

Infelizmente em 1968, dois anos após, sofreu um acidente de carro,  perdemo-lo precocemente, o que causou uma grande consternação em toda nossa Família Gomes Martins (oriunda de Catas Altas e Santa Bárbara), mas que se fixara em Gomes do Prata- São Domingos Prata-MG

Até hoje a gente sente a falta dele, e muita. Suave abraço espiritual.

"BENÇA TIO."

Wednesday, November 28, 2018

NÔ BARBEIRO E SEUS AMIGOS

No ano 1972 houve um acordo político no Prata, o Dr. Antônio Guido Rolla foi escolhido como candidato único a Prefeito, o que aliás foi excelente. À época os vereadores em cidades com menos de 50 mil habitantes, eram voluntários, não havia salário.

A pedido do próprio Dr. Antônio Guido, Sô Geraldo Santiago e Nonô Juca Martins, concordei em candidatar-me a Vereador, à época. Custamos achar treze candidatos, que seriam onze titulares e dois suplentes.

Meu pai gostava de política, então começamos a pedir votos, eu tinha um fusquinha 1959, primeiro ano de fabricação no Brasil.

Numa das nossas saídas pela zona rural, estivemos na casa de um senhor, na divisa do Prata com Alvinópolis, o Sô Tolentino, que era seu velho conhecido de meu pai e até regulavam idade.

Chegamos, fomos muito bem recebidos, à época eu tinha vinte e dois anos emeu pai, quarenta e oito. Sentamo-nos num banco de madeira debaixo de uma árvore, e meu pai que era uma pessoa que tinha excelente comunicação, apresentou-me e começou a bater um papo com o velho amigo. A todo momento, crianças passavam, brincavam, outras chegavam da escola.

Meu pai falou com o Sô Tolentino que ele tinha oito filhos e que eu era o terceiro; e imediatamente emendou :

__ "E ocê Tolentino, quantos filhos?"

O Sô Tolentino tranquilamente:

__"Sô Nô, são doze"

Meu pai :

__"Uai, você não tá fácil não!"

E o Tolentino :

__"É Sô Nô, a lida é dura, de dia na "plantação " e de noite na "criação".

Meu pai deu aquele sorriso meio gaiato, olhou para mim, levantou-se despediu do amigo, sem antes reforçar o pedido de voto para mim a vereador.

Thursday, November 22, 2018

CACHORRO QUENTE

Há alguns anos, o saudoso amigo João Batista Miranda Rolla ( a quem chamávamos Batista e o Chico de Zinho atribuiu-lhe o apelido de Zulu) chamou-me para ir com ele a Manhuaçu, onde comprava produtos para a sua loja Rollagrícola no Prata, que vendia produtos para a agricultura, pecuária e veterinária.

Partimos pela BR - 262 na sua Brasília VW rumo à cidade do Leste Mineiro.

O Batista era uma pessoa espirituosa, gozador, daqueles que conseguia transformar um momento de tensão em piada, risos e relaxamento, além de ser um "grande coração" como ser humano.

Em Manhuaçu após passarmos a tarde indo a empresas com as quais mantinha relações comerciais, caiu a tarde e nós nos preparávamos para o retorno ao Prata, por volta de 18h quando, quase na saída da cidade eu lhe disse :

__ Oh Batista, precisamos tomar um café, um lanche antes de cair definitivamente na BR 262.

Ele respondeu-me :

__ "Pararemos numa lanchonete logo ali na frente."

Assim fizemos. Do lado de fora havia um pequeno quadro destes que usam para marcar pontos do jogo de sinuca, usando-se giz branco; onde estava escrito :"CACHORRO QUENTE" era a forma de propaganda encontrada pelo dono da lanchonete.

Ao sairmos, o Batista viu um pedaço de giz branco no chão; e, silenciosamente o apanhou e escreveu abaixo do aviso :

" E BRABO".

E aí a placa de propaganda ficou assim :

"CACHORRO QUENTE E BRABO"

Não tive outra alternativa senão rir da sua atitude, embora soubesse que ser gozador e criativo eram características marcantes dele, não perdia nenhuma oportunidade.


Monday, November 19, 2018

DEPRESSÃO

A depressão é um transtorno mental, causado por uma complexa interação entre fatores orgânicos, psicológicos, ambientais e espirituais, caracterizado por angústia, rebaixamento do humor e pela perda de interesse, prazer e energia diante da vida.

Friday, November 16, 2018

ROBERTO CAMPOS

. “Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é ‘haverá saída para o Brasil?’. A segunda é ‘o que fazer?’. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias”

ROBERTO CAMPOS

. “A primeira coisa a fazer no Brasil é abandonarmos a chupeta das utopias em favor da bigorna do realismo”

ROBERTO CAMPOS

“Nossa Constituição é uma mistura de dicionário de utopias e regulamentação minuciosa do efêmero”

ROBERTO CAMPOS

“Continuamos a ser a colônia, um país não de cidadãos, mas de súditos, passivamente submetidos às ‘autoridades’ – a grande diferença, no fundo, é que antigamente a ‘autoridade’ era Lisboa. Hoje, é Brasília”

O TEMPO

NÃO SE PREOCUPE, O TEMPO MOSTRARÁ A SEUS FILHOS QUE VOCÊ TINHA RAZÃO.
"A adolescência é o período da vida em que os jovens se recusam a acreditar que um dia virão a ser tão estúpidos como os pais."
(Alex Gabriel Madrigal)

O jeito peculiar da juventude, de acreditar que sabem de tudo e que os pais estão ultrapassados, que são caretas, etc é normal.
Também já passamos por isso. Nada como algumas décadas para entenderem a realidade da vida, para perceberem de qual lado estava a razão, na maioria das vezes.
Simples assim!

Friday, November 09, 2018

FOFOCA


Se você não pode falar bem de uma pessoa, então não diga nada. Cinzas espalhadas ao vento são irrecuperáveis.

DESACELERANDO

                    Nós mudamos sem perceber. O ver e o sentir só se tornam possíveis se desacelerarmos. 

                    Quero reduzir a pressa, parar, dar um tempo para meditar; não aprecio  esse modelo inclemente de vida, voltado para a competição. Nunca ansiei por riqueza como caminho para a felicidade; ao contrário, o que me encanta é o conhecimento. Desejo olhar com mais calma o mundo, desacelerando a rotina apressada de uma vida definida por acumular bens materiais, competição e cansaço. Busco a vida simples, desprovida de objetos e longe da exaustão. Desejo uma vida mais alegre, divertida, comprometida com pessoas e não com o acumulo de bens materiais.

                    O nosso ganho está na nossa escolha, quando sabemos que temos um tempo que é nosso.

                 NÃO BUSCO RECONHECIMENTO, DINHEIRO OU SUCESSO.

                  Quero tão pouco.... quero ser verdadeiro no que gosto de fazer, caminhar sem pressa.

                A COMPETIÇÃO É O OPOSTO DA FELICIDADE

                 Hoje sinto-me bem coletando histórias, resgatando o passado de meus ancestrais, escuto as pessoas, usufruo do silêncio, aprecio o tempo, enxergo as coisas e as pessoas de outro jeito.

                DESACELERAR É DESCARREGAR IDEIAS

                Por que tudo isto? Porque o fracasso é o grande temor do ser humano. Todos fracassamos, é impossível evitá-lo. Então pare. Viva apenas.

Pesquisa/Fonte:  VIDA SIMPLES

SÓ FALE SE FOR PARA MELHORAR O SILÊNCIO

Não se preocupe Exma.Carmem Lúcia.
A Sra. não será proibida de cantar com a Marrom.
A maioria dos brasileiros trabalhadores e produtivos conviveu quase 3 décadas com o maldito socialismo à contragosto e sobrevivemos a ele.
A Sra. também sobreviverá ao conservadorismo e a uma gestão de direita.
E trabalho não mata vagabundos.
Ao contrário, conferirá a eles mais dignidade.
A Sra. deveria se envergonhar de suas falas pois não és melhor do que ninguém e muito menos és mais sábia.
A Sra. é paga pelos cidadãos para servir aos cidadãos.
És funcionária do povo e ao povo deves se curvar.
Não cabe a sua função opinar a respeito da decisão democrática tomada pela maioria e sim fazer cumprir a lei e o exercício da justiça pura e simplesmente.

Wednesday, November 07, 2018

O AMOR EM ANÁLISE

               

"Buscar o amor é algo que boa parte de nós faz ao longo da vida. Quando ele não vem, quando não encontramos alguém que combine com a gente, vem a culpa, a tristeza e aquela sensação de que " nada dá certo para mim", "eu não nasci para amar", "não sou bom ou boa o bastante para isso".

                   Primeiro é necessário que cada um se encontre e pode até ser que você prefira simplesmente vivê-lo do jeito que for.

                   Não existe metade da laranja, par perfeito ou encontro de almas. Essa ideia, aliás, é bem recente.                                               

                Na verdade o amor deve  basear-se na nobreza do ponto de vista moral e social, algo superior. Algo  a analisar a sensação de que se vai encontrar um amor que vai nos completar para sempre.

                Importante é que podemos e devemos encontrar o amor em outras esferas da vida:  com nossos pais, filhos, amigos, até mesmo com estranhos. Você pode ter amado alguém por algum instantes porque a conversa que acabaram de ter, o emocionou. Pode viver e reviver o amor ao olhar os filhos, ao vê-los crescer.

               É PRECISO FOMENTAR AS VÁRIAS FORMAS DE AMOR, EM VEZ DE PERSEGUI-LO EM TERMOS ESTREITOS. ASSIM, SE VOCÊ ESTÁ INFELIZ COM A SUA VIDA AMOROSA, PODE CONCENTRAR A ATENÇÃO EM OUTRO TIPO DE AMOR.

               Talvez você viva se martirizando com   frase: "eu só me relaciono com a pessoa errada", "o amor nunca bate na minha porta", ou "nunca vou viver grande amor".
               Nossas escolhas estão ligadas com as experiências pelas quais passamos na infância; isto inclusive explica porque você termina com aquela pessoa carinhosa, que o enchia de mimos. Grudento demais, não é mesmo? Pior, você reatou em alguém que (olha só?) nunca lhe dará a menor atenção.

                Um pai alcoólatra pode ser muito carinhoso, uma mãe dominadora pode ser culta e inteligente.

                    É PRECISO DAR UM SALTO DE FÉ

                 Isso significa se abrir a novas possibilidades, dar um crédito para quem, aparentemente não seria o seu par perfeito, não lhe atrairia segundo seus critérios pré-estabelecidos. E, nessa busca, não tentar encontrar no outro ou na relação aquilo que você também é incapaz de dar perfeição.

                   ACREDITE QUE HÁ ESPAÇO PARA A IMPERFEIÇÃO NO AMOR

                  O amor não vai bater a sua porta sempre ele ameaça dentro da gente.

                  União não significa extinção. Significa ser em comunhão, mas sem perder a sua essência, a sua identidade.

                   COMO VIVER EM SOCIEDADE SEM ESTENDER AOS DEMAIS?

                   O amor é aquilo que nos une, e ainda assim nos escapa.

                   TODO AMOR E LIVRE

                    É muito difícil conhecer o mundo do outro quando mal conhecemos o nosso.

 Outro cuidado é culpa, pois ela nos faz perdermos a oportunidade de nos auto-namorarmos,  apreciando o momento externo.

                   O processo amoroso é uma tarefa pedagógica.

                   NÃO AMA DE VERDADE QUEM NÃO QUER APRENDER, NEM QUEM  DESEJA SE MANTER O MESMO. CADA RELAÇÃO É UM CONVITE A NASCER DE NOVO.
                  Estar a vontade é sentir-se aberto.

                  Nesta vida não existe roteiro pronto ou respostas fáceis.

                  Existe EU, ELE(A), NÓS.

                  E quer saber de uma coisa: pode não ser para sempre, mas é para sempre hoje ".

FONTE : REVISTA    SIMPLES     

   
                 

 

Tuesday, November 06, 2018

CRISTINA VASCONCELOS

A amizade sincera existe. Tive a honra de conviver com uma pessoa generosa, humilde e humana. Obrigado senhor. Este sorriso foi Deus que desenhou em seu rosto e o eternizou em nossos corações. Não há como esquecer.