Do Alvaro Falcão.
O FOTÓGRAFO
O fotógrafo é um ente especial, uma espécie de tabelião das imagens que registra, arquiva e preserva as instantâneos de pessoas, lugares e situações.
Não importa se são eventos públicos oficiais ou privados, casamentos, festividades, tragédias, fotos para fins publicitários, esportes, espetáculos de toda natureza
Como se fosse uma sombra, movimenta-se discretamente no cenário do acontecimento, praticamente sem ser notado, no afã de cristalizar as imagens. Os olhos de todos não estão focados no fotógrafo, mas na efeméride.
A eles , pode-se dizer, se deve a preservação da história do mundo moderno, a partir dos ensaios de Joseph Niepce, em 1817, embora a saga da fotografia registre tentativas mais remotas
Estas observações, que ora faço, resultam do recente passamento do Sr. Ilídio Benevenuto Costa, uma pessoa muito cara aos monlevadenses pois, pelas suas lentes, foram filtrados e registrados praticamente todos os acontecimentos importantes de João Monlevade e, inclusive, de comunidades vizinhas.
Que “Seu” Diló, como era carinhosamente chamado, foi um cidadão, profissional e pai exemplar, isto é público e notório.
Gostaria aqui de chamar a atenção para detalhe que ressalta a relevância da sua atuação na nossa sociedade interiorana. Relevância que a muitos escapa, e que transcendeu ao seu trabalho na loja/estúdio, da antiga praça Aires Quaresma, a popular praça do Cinema:
-graças a ele, sem medo de errar. todos da minha geração, e aos daquela à que me antecedeu, só puderam ter a sua primeira identidades estudantil, carteira de sócio de clubes, certificado militar( no caso dos rapazes) título eleitoral, carteira de trabalho, fotos para cadastro do primeiro emprego ou quaisquer outros documentos com fotos , graças ao Foto Diló!
Eu mesmo tive a minha primeira Carteira de Trabalho do Menor, assinada pelo “Seu” Diló. (nos bons tempos não era crime um menor trabalhar, aprender a ter responsabilidades, respeitar hierarquia e normas do empregador) Minha segunda carteira, já maior de idade, também foi por ele assinada, no dia 26 de maio de 1969: Ilidio B. Costa, era como ele chancelava os documentos.. Parece-me, corrijam-se estiver equivocado, o Sr, Diló era o único representante local do Ministério do Trabalho, na incumbência de expedir carteiras para os monlevadenses.
Ainda tenho, também, carteira do Ideal Clube com 3x4 do Foto Diló. e a minha matricula na UFMG foi efetivada com fotos de mesma origem... e outros tantos documentos vida afora, dos quais não me recordo.
Com seus filhos, Wagner, Wander, Weber e Lela tive ótimas relações de amizade, no tempo em que residíamos em Monlevade, agora, infelizmente, distantes, pelo espaço e pelo correr destemperado da vida.
A eles, desejo de coração - tarefa penosa - que tentem superar a perda irreparável, honrando-o sempre, ao pautar de suas vidas como ele a pautou.
Descanse em paz, “Seu” Diló! A vista lá de cima dispensa grande angular...!
Não importa se são eventos públicos oficiais ou privados, casamentos, festividades, tragédias, fotos para fins publicitários, esportes, espetáculos de toda natureza
Como se fosse uma sombra, movimenta-se discretamente no cenário do acontecimento, praticamente sem ser notado, no afã de cristalizar as imagens. Os olhos de todos não estão focados no fotógrafo, mas na efeméride.
A eles , pode-se dizer, se deve a preservação da história do mundo moderno, a partir dos ensaios de Joseph Niepce, em 1817, embora a saga da fotografia registre tentativas mais remotas
Estas observações, que ora faço, resultam do recente passamento do Sr. Ilídio Benevenuto Costa, uma pessoa muito cara aos monlevadenses pois, pelas suas lentes, foram filtrados e registrados praticamente todos os acontecimentos importantes de João Monlevade e, inclusive, de comunidades vizinhas.
Que “Seu” Diló, como era carinhosamente chamado, foi um cidadão, profissional e pai exemplar, isto é público e notório.
Gostaria aqui de chamar a atenção para detalhe que ressalta a relevância da sua atuação na nossa sociedade interiorana. Relevância que a muitos escapa, e que transcendeu ao seu trabalho na loja/estúdio, da antiga praça Aires Quaresma, a popular praça do Cinema:
-graças a ele, sem medo de errar. todos da minha geração, e aos daquela à que me antecedeu, só puderam ter a sua primeira identidades estudantil, carteira de sócio de clubes, certificado militar( no caso dos rapazes) título eleitoral, carteira de trabalho, fotos para cadastro do primeiro emprego ou quaisquer outros documentos com fotos , graças ao Foto Diló!
Eu mesmo tive a minha primeira Carteira de Trabalho do Menor, assinada pelo “Seu” Diló. (nos bons tempos não era crime um menor trabalhar, aprender a ter responsabilidades, respeitar hierarquia e normas do empregador) Minha segunda carteira, já maior de idade, também foi por ele assinada, no dia 26 de maio de 1969: Ilidio B. Costa, era como ele chancelava os documentos.. Parece-me, corrijam-se estiver equivocado, o Sr, Diló era o único representante local do Ministério do Trabalho, na incumbência de expedir carteiras para os monlevadenses.
Ainda tenho, também, carteira do Ideal Clube com 3x4 do Foto Diló. e a minha matricula na UFMG foi efetivada com fotos de mesma origem... e outros tantos documentos vida afora, dos quais não me recordo.
Com seus filhos, Wagner, Wander, Weber e Lela tive ótimas relações de amizade, no tempo em que residíamos em Monlevade, agora, infelizmente, distantes, pelo espaço e pelo correr destemperado da vida.
A eles, desejo de coração - tarefa penosa - que tentem superar a perda irreparável, honrando-o sempre, ao pautar de suas vidas como ele a pautou.
Descanse em paz, “Seu” Diló! A vista lá de cima dispensa grande angular...!
