O
DELEGADO E O PADRE
Maio
de 2006, exatamente no dia 30, a minha filha estava fazendo 18 anos. Ela estava
morando em Ipatinga, onde estudava Farmácia. Embora fosse uma quinta-feira, sai
do Prata e fui a Ipatinga para almoçar com Ela e comemorar a maioridade. Após o
almoço, lá pelas 13h, entrei no carro e rumei a para BR-381, a caminho do Prata. Pela minha
cabeça passava um filme, não gostava de ficar longe de meus familiares, muito
menos da minha filha, mas como “navegar é preciso”, ia administrando a vida sem
Ela.
Na Rodovia 381, exatamente na entrada para os Municípios
de Jaguaraçu e Marliéria, no ponto de ônibus uma pessoa pediu-me carona, instintivamente
parei e perguntei para onde Ela ia?
- Para João Monlevade,
respondeu-me o caroneiro.
-“Posso levá-lo até Nova
Era, pois vou para São Domingos do Prata.”
O caroneiro entrou e acomodou-se, foi então que percebi que tratava-se de um homem mais jovem do que pensara, e a preocupação com os assaltos e a violência cresceram dentro de mim, já um tanto arrependido do ato de ter parado.
O caroneiro entrou e acomodou-se, foi então que percebi que tratava-se de um homem mais jovem do que pensara, e a preocupação com os assaltos e a violência cresceram dentro de mim, já um tanto arrependido do ato de ter parado.
Durante a viagem transcorreu o papo normal de perguntas preliminares e eu demasiadamente preocupado, pois nunca tive arma e não havia
dado ou tomado um “tapa” em toda minha vida. O medo aumentava a cada minuto.
Foi então que o caroneiro perguntou-me :
- O que o Senhor faz?
E eu querendo impor um certo respeito, respondi:
- O que o Senhor faz?
E eu querendo impor um certo respeito, respondi:
-“ Sou Delegado de Policia
lá em São Domingos do Prata”.
E Ele, examinando-me calmamente, falou:
-“Mas o Senhor parece mais
com um Padre.”