Creio
que o Prata Tênis Clube teve o seu início na década de 60, pelas mãos do
empreendedor e idealizador José Godoy de Castro (o eclético Zé Godoy), nascido
em Marliéria ( à época “Babilônia” – como ele mesmo gosta de dizer), casado com
Djanira Rolla Perdigão ( a Da. Nini – irmã de tia Nilza ) e pai do amigo e xará
Petrônio Godoy.
O Zé Godoy, amigo de meu pai (Nô
Barbeiro), a quem o meu pai se referia como nosso Embaixador em BH, além de cliente vip da Barbearia do Nô Barbeiro é jornalista, com uma capacidade
incomparável de improvisar.
Pois bem, no princípio da década de
60, Zé Godoy na sua luta para construir o PTC, havia ido à BH para comprar
material de construção para a obra do clube (há que se observar que
praticamente não tínhamos um depósito de material de construção em nossa Terra).
Efetuadas as compras na Capital, defrontou-se ele com a necessidade de
contratar um caminhão para transportar a mercadoria para o Prata. Alugado o
veículo e devidamente carregado, juntamente com o motorista mandou-se para o
Prata. Já noite, quase madrugada, na altura do Trevo de Caeté, o motorista (pessoa
totalmente desconhecida para ele) observando o Zé Godoy, segurando a sua inseparável pasta,
assentado como passageiro na boleia do veículo, vira-se para ele e diz:
- O
Senhor é muito corajoso moço... Sai num caminhão com toda esta mercadoria...
com uma pessoa desconhecida como eu... possivelmente com algum dinheiro... o
Senhor não tem medo não?
O Zé
Godoy que é uma pessoa que tem o dom do improviso e uma presença de espírito invejável,
responde no ato:
- “Medo!
Eu? Que nada, não ando desarmado, já matei vários, inclusive um primo, um cunhado; matar mais um não faz diferença alguma!
O
dono do velho caminhão e também motorista assustou-se e entrou em silencioso
pânico, até que retomando o controle, suspirou fundo, e falou:
- ' Vou parar um pouco para urinar ! "
Desceu,
esvaziou a bexiga e quando voltou, o Zé Godoy pode reparar que a tremedeira foi
tanta que havia respingado urina na calça toda.
A coragem do Godoy foi de fazer inveja ao “John Wayne” dos filmes de bang-bang– Risos.