Tuesday, July 21, 2015

CERTIDÃO DE ÓBITO DE FRANCISCO VIEIRA SERVAS E SEU VÍNCULO COM SÃO DOMINGOS DO PRATA



(O Prata sediará uma exposição sobre este grande artista, no período de 31 de julho a 14 de agosto de 2015, daí, a meu juízo, a oportunidade sobre a notícia a seguir)
“......Presume-se, contudo, que vivia com uma mulher de cor, de nome Juliana Maria d'Assumpção, com quem dividia, segundo seu testamento, "a roça situada no córrego de São Nicolau" em São Domingos do Prata. No ano de 1793, aos 73 anos, Servas e Juliana requerem à Coroa portuguesa pedido de Sesmaria(1) de meia-légua de terra no citado córrego de São Nicolau, freguesia de São Miguel de Piracicaba, cujas terras devolutas compreendiam vários matos virgens e capoeiras. Alegavam que não tinham área de cultura para seu sustento e de seus escravos e que a terra almejada não estava próxima a nenhum arraial nem capela ou rio navegável, como se fazia necessário para essa requisição.
O patrimônio de Francisco Vieira Servas ainda era composto de uma fazenda de roça com seu engenho de bois no Ribeirão do Ferreiro da Freguesia de São Miguel, hoje Rio Piracicaba, e de outros escravos além de José Angola, oficial entalhador, e Antônio Macuco, estes nomeados no testamento para receber carta de liberdade após o seu falecimento.
Sua morte ocorreu em 1811, como consta em seu atestado de óbito anexado ao testamento, registrado em Catas Altas do Mato Dentro:
Aos dezeSette de Julho de mil oito centos e onze faleceu com todos os Sacramentos Francisco Vieira Servas, homem branco, solteiro, natural de Portugal e com Solemne Testamento: foi encomendado, e Sepultado dentro da Capella de Sam Domingos da Prata do Arco cruzeiro para cima, e teve acompanhamento // O Coadjutor Manuel Roiz Souto
Servas era também irmão da Venerável Ordem Terceira do Monte do Carmo de Vila Rica ― onde tinha sepultura, da Irmandade das Almas de Vila Nova da Rainha, hoje Caeté, e ainda da Casa Santa de Jerusalém de Mariana.
A igreja na qual foi sepultado, na cidade de São Domingos do Prata, acabou literalmente tombada, na década de 60 deste século, pelo clero local. Ainda no seu testamento são citados o seu sócio, o entalhador José Fernandes Lobo, na condição de segundo herdeiro e testamenteiro, e um sobrinho, José Vieira Servas, seu herdeiro universal, que, no ano de 1829, trabalhava como Juiz de Paz na cidade de São Domingos do Prata.”
(Trecho extraído de um artigo sobre Francisco Vieira Servas, escrito por ADRIANO REIS RAMOS).