Thursday, October 31, 2013

A VIDA É TEMPORÁRIA


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Vivemos num sociedade profundamente doente, como dizia Krishnamurti, não é definição de boa saúde estarmos bem ajustados a uma sociedade profundamente doente. Muitas vezes medito nestas palavras e pergunto a mim própria o que Krishnamurti pretendia dizer com isto, que ser um "outsider", viver fora desta sociedade é a postura correta no momento atual? Penso que não!

Este pensador nos pretendeu levar ainda mais longe, afirmar que não deveremos aceitar os padrões que nos são impostos reagindo contra estes e procurando uma reorganização destes dentro do nosso lado mais ignorado, o espiritual!

Por vezes desabafamos sobre os nossos erros, e raramente encontramos quem nos compreenda, e sobretudo perceba que não somos perfeitos. A sociedade nos condena sem qualquer veleidade sentimental, somos atirados para o lado, cuspidos literalmente do sistema onde vivemos.

Curiosamente é dentro deste mesmo sistema que aparecem aquelas vozes com palavras bonitas, ideias e conceitos cuja beleza nos faz abraçar a utopia como se esta fosse a própria realidade.

Puro engano, nós somos o próprio erro, estamos longe da perfeição, e o caminho mais humano para mudar a consciência da civilização humana é admitir que somos o erro sob a forma humana.

Observamos comportamentos, julgamos, pessoas baseados em falsos estereótipos, mas curiosamente nada fazemos por nos aceitarmos com todas as nossas deficiências e pecados. Estipulamos mandamentos como ideais que estruturam os nossos valores, mas em simultâneo construímos sociedades promíscuas e desligadas desses valores que aferimos como corretos.

Nunca gosto de ir longe, ser demasiado extensa nos meus artigos, a vida é temporária, deveríamos estar desajustados desse sistema, sobretudo no nosso dia a dia humanizar a vida e cuidar mais do nosso lado espiritual com humildade, nos aceitarmos enquanto erro, e dar mais um passo para que a civilização humana avance relegando para um segundo plano os bens materiais.

Estes são necessários, mas devemos ser felizes com o básico, não alimentar um sistema podre e promíscuo que está em colapso e apenas nos pode trazer duas coisas:

A escravidão e o fim da nossa civilização. O ser humano tem capacidade para ir mais longe, e subverter as regras ditadas por uma sociedade destinada a conceber o planeta à imagem de meia dúzia de pessoas que não são mais do que criminosos de delito comum.


by Alice Martins