Wednesday, August 29, 2012

UMA ANTIGA MANHÃ NO PRATA

O dia clareou. Nívio e Zé Rolla estão descendo de jeep para abrir o Posto Esso.


Nonô Juscelino põe o caminhão pra funcionar e deixa em "lenta" para esquentar o motor. 

Da. Alda já está cuidando da horta. 

Carlito e Sô Juquita estão abrindo as portas de suas vendas, e o Sô João Elias está varrendo o passeio de "sua porta".


Sô Orozimbo já está descendo para o Correio, seu trabalho diário.


Mais a frente, Sô Zé Aloísio e o filho Santos ajeitam as madeiras do estoque para iniciar o trabalho. 

Nozito, pai de Elias, pedreiro antigo de nossa Prefeitura, já está a caminho da luta diária, que faz de sua profissão uma arte de servir bem.

Sô Sócrates ( a virtude do saber), boné na cabeça, com seu andar cadenciado, uma pequena sacola na mão, imagino sejam ferramentas para a lida diária de encanador hidráulico.

Sô Juquinha Miranda, chamado pelo meu pai por "Chantelé" (seria uma variação de chanceler ?), coloca os bancos no passeio. Biica e Tupipa neles já se acomodaram.

Sô Juca de D. Quita na varandinha de sua casa curte a justa aposentadoria. 

João Tôco já foi trabalhar, mesmo de ressaca, "Tôco ferrô. Ferrô, ferraste " ou " tudo legal no Goiabal ? ", era a sua fala quando meio chamuscado.

O Sô Arcanjo Duarte já está descendo com a sacola na mão. Certamente irá saltar as águas do caudaloso Lava-Pés para ir em busca de um pedaço de carne muciça no Açougue de Sô Marinho Perdigão.

Sô Duval, com a calma de sempre, abre a loja, contrastando com a afobação de Sô Zé Isquerado.

Edgar e seus companheiros colocam alfinetes nos moldes dos paletós em confecção.

Alunos aglomeram-se na frente do "Marques Afonso", aguardando o sino tocar para a entrada triunfal em busca do saber.

A Farmácia Popular de Sô Nilo Barbosa abre as portas e Dr. Matheus adentra pelo hospital para visitar seus pacientes.

Nesta altura, "Violeta", uma das mulas que carrega terra (na carroça basculante) do desaterro onde era o casarão do Dr. Edelberto e joga do outro lado da rua, já dera vinte e duas viagens de travessia.

Sô Quito Horta e Sô Felipe Semião já estão a postos para um novo dia.

A venda de Nô Lima já aberta, tem café com Quitanda, doce e geleia de pé de porco.

Sô Geraldo Rosa se encaminha para cuidar do serviço de água da Prefeitura.

Félix de Castro acaba de passar de rural, sempre apressado.

Juca Rolla na varanda de sua casa espia a rua.

Os primeiros clientes chegam a loja "Viúva Mendes & Filhos"

e lá estão Sô Niquinho , Titino, Doca e Marinho, a postos.

Da. Ita e Sô Zé Pereira já serviam o café da manhã no Hotel.

Mais a frente, Manassés e Zé Braga conversam no passeio, e Zé Pintinho já está soldando na sua oficina.

Tatão e Joãozinho de Zé Teófilo passam trazendo "boi" e "porco" retalhado para o açougue.

E na Cooperativa a chegada das primeiras carroças, charretes e caminhões de leite garantem que o dia já começou.