Friday, July 12, 2013

CAUSOS, CASOS & ACASOS


REZA BRAVA

Zé Batistinha era um sujeito meio desacorçoado, ensimesmado. Guardava raiva na geladeira pra não estragar. Pior, não combinava nem com o pai. Saiu da roça do Prata e foi morar "no Monlevade", como ele dizia.

Aposentado, saía às tardes e ficava em um buteco próximo à sua casa. Às vezes bebia, às vezes não!... Batia papo com os amigos. Porém, quando tomava uma pinga, jogava o "restinho" num canto e fazia uma oração pra as "almas".

Uma tarde bebeu, jogou o restinho e não fez a oração para as almas. O dono do bar, o Sô Pernambuco, achou aquilo estranho e no outro dia inquiriu o Batistinha:

__ " Por que você não fez a oração pra as almas ontem ao jogar o resto da pinga fora?"

E o Batistinha:

__ "Sô Pernambuco, o meu pai morreu faz três dias e nós dois não combinava de jeito nenhum, não vou fazer mais oração pra as almas, porque não quero que ele pegue carona em minha reza!..."

O Sô Pernambuco, pego de surpresa pela resposta, perguntou:

__ "Então como você vai fazer?"

E o Zé Batistinha retrucou:

__ "Agora quando jogar o resto da pinga fora, eu vou rezar citando : ' pra a alma de fulano, sicrano e beltrano !... ' "