Se há uma coisa que você não pode
evitar em sua vida é a necessidade premente de fazer escolhas, de tomar
decisões. Seja qual for a área de sua vida, familiar, social, profissional ou
pessoal, não interessa. Você acumula ao longo de sua existência inúmeras
escolhas, certas ou erradas. Você pode querer evitá-las, empurrá-las com a
barriga, mas chegam um dia e uma hora que ou você faz suas escolhas ou alguém
faz por você. Aí é que mora o perigo. Quando outra pessoa, que não você, começa
a fazer as escolhas que dizem respeito à sua vida, à sua existência, ao seu
crescimento, você está perdendo controle sobre si mesmo, entregando a
responsabilidade de sua vida a outro.
Mas, por que é tão difícil fazer
escolhas? Vejo, basicamente, duas grandes razões para termos medo de escolher
algo: 1) o desejo, consciente ou não, de admitir que toda escolha implica numa
renúncia; e 2) a dúvida cruel se a escolha é certa ou errada, podendo depois,
ser motivo de frustração e arrependimento.
Vamos por partes.
1) Admita logo uma coisa óbvia,
mas que muitas vezes insistimos em não rejeitar: toda, eu disse toda e qualquer
escolha implica, necessariamente, numa renúncia. Quer um exemplo? Responda
agora: o que você está deixando de fazer neste instante que escolheu estar
lendo este artigo? Certamente alguma outra atividade você poderia estar
desenvolvendo. Mas você escolheu ler este texto.
Desculpe-me, mas você é o total
responsável por isso. Queira você ou não. Pois saiba que existem pessoas que
querem aprender a nadar, mas não querem abrir mão de tirar o pé do chão. Querem
navegar por novos mares, mas não querem abrir mão do conforto e segurança de
permanecerem no porto. Querem casar, mas desde que continuem levando uma vida
de solteiro.
Querem crescer profissionalmente,
fazer um curso, por exemplo, mas não querem abrir mão de suas noites livres,
nem do joguinho de fim-de-semana, mesmo sabendo que essa renúncia é temporária,
e que é par ao seu crescimento. Querem o bônus, mas não querem o ônus.
Resultado: Evitam, rejeitam, adiam as escolhas. Empacam. Estagnam-se. Por
favor, admita: toda escolha implica numa renúncia.
2) Será que essa decisão é mais
certa? Será que eu não vou arrepender depois? São perguntas como essas que
surgem naqueles momentos que temos que fazer escolhas em nossa vida. Pois penso
que não importa muito se você está fazendo a escolha certa. Você não deveria se
cobrar por isso.
É lógico que a decisão racional
requer um encadeamento de pensamentos maduros, claros e que precedem uma
decisão. A decisão é uma conclusão, um fechamento de um raciocínio. Pelo menos
deveria ser. E, para uma boa e consciente decisão (veja que não estou falando
de certa ou errada), você deve se valer de informações, conselhos, hipóteses,
projeções, etc...
Repare que não estou ignorando
este aspecto. Estou apenas afirmando que você não deveria dar espaço para a
angústia prematura de estar ou não fazendo a escolha certa. Você deve, sim, se
cobrar se está 100% comprometido em realizar a escolha que você fez. Se você
não fizer isso, nunca saberá se a escolha era certa ou errada.
Se não estiver 100% comprometido
com a realização da escolha, você não saberá se ela foi errada porque realmente
escolheu mal ou porque não tentou tudo que podia para realizá-la. Aí sim, pode
residir uma dúvida angustiante. Não fazer escolhas que podiam ser feitas por
medo de errar é pura tolice e perda de tempo. Conscientemente, faça escolhas em
sua vida e lembre-se que você somente saberá se elas estão certas ou erradas se
der o máximo de si para concretização das mesmas. É nisso que você deve estar
focado.
E então, que decisão você vem protelando por
medo ou por não querer aceitar a renúncia e agora, está pronto para fazê-la?
Lembre-se que não fazer uma escolha, por si só, é uma decisão. E fique certo, a
pior que você pode tomar, isso sim é que é frustrante. Agora é com você:
ESCOLHA!