Friday, November 28, 2014

SER FELIZ OU INFELIZ?




Um velho estava fazendo cem anos e perguntaram-lhe no dia do aniversário porque ele estava sempre feliz. Ele respondeu: toda manhã, quando levanto, posso escolher se serei feliz ou infeliz e eu escolho ser feliz.

Porque continuamos escolhendo a infelicidade?

Porque nunca estamos conscientes de que somos nós que fazemos essa escolha? Este é um problema humano que tem que ser profundamente analisado. Não é uma questão teórica; este problema diz respeito a todos nós.

É assim que quase todo mundo está agindo, sempre escolhendo o errado. Sempre escolhendo a tristeza, a depressão, o mal estar, a miséria.

Deve haver razões profundas para isso – e há!

A primeira coisa a ser considerada é o modo como os seres humanos são criados.

Desde o nascimento, uma criança perceptiva começa a sentir que se ela está infeliz, ela provoca simpatia, ela provoca compaixão, todo mundo tenta ser amável, ela ganha amor. E até mais do que isso, se ela está mal, com algum tipo de sofrimento, ela ganha atenção de todo mundo.

E a atenção funciona como um alimento para o ego. A atenção nos dá energia e nós sentimos que somos alguém. Se todos nos olham, nós nos tornamos importantes. O ego existe no relacionamento.

Desde o nascimento a criança aprende: pareça miserável e assim obterá simpatia; pareça doente e você merecerá atenção, você se tornará importante.

Quando a criança está feliz, ninguém a ouve.

Quando está saudável, ninguém se importa com ela.

Quando está bem, ninguém lhe dá atenção.

Porque haveria de se importar com ela? Tudo vai bem.

Ao contrário, se ela estiver saudável, começará a se agitar, e se expressar e, é bem provável que logo receba uma repreensão.

Assim, desde o nascimento, aprenderá escolher errado, a escolher a tristeza, o pessimismo, o lado mais escuro da vida.

Outro fato relacionado a este é que sempre que nós estamos felizes, sempre que estamos alegres, todo mundo nos inveja.

Assim, nós aprendemos a não ficar felizes, a não demonstrar nossa felicidade, a não rir. Quando as pessoas riem, em geral, elas não dão gargalhadas, elas riem até um certo ponto, até o ponto em que não serão levadas a mal, até o ponto em que não provoquem inveja.

Nesta sociedade, se alguém estiver dançando, em êxtase, no meio da rua, no trabalho, todos jurarão que é um louco.

Se alguém se sentir mal, tímido, inseguro, bloqueado, então tudo está bem, ele está mais ou menos ajustado, mais ou menos igual a todo mundo, porque a sociedade é assim mesmo: mais ou menos miserável.

Mas o velho de cem anos tinha razão. Na verdade, pela manhã, todo mundo pode escolher. E não apenas ao amanhecer, a todo momento fazemos uma escolha entre ser feliz e ser infeliz. E estamos habituados a escolher a infelicidade.

A sociedade fez uma grande obra. A educação, a cultura e os agentes culturais – pais, professores, etc. – transformaram criadores alegres em criaturas infelizes. Toda criança nasce um leão, toda criança é um ser divino ao nascer e todo homem morre como um louco, morre como uma ovelha medrosa.

Esta é a chave: a escolha existe, mas você tornou-se inconsciente dela. Escolheu o errado tão continuamente que fez disso um hábito e passou a escolher automaticamente.

Abra os olhos: você está escolhendo a todo momento. Lembre-se: a escolha é sua. Essa conscientização o ajudará. E será mais fácil caminhar para a felicidade.

Lembre-se: a escolha é sua. Não reclame, este drama é seu, ninguém mais é responsável; só você.

(Extraído do livro “MEU CAMINHO, O CAMINHO DAS NUVENS BRANCAS”, autor Osho Rajneesh)