O JEITO DRUMOND DE SER
Nonô Juca Martins (ex-Vereador no Prata) encostava a charrete ao lado do Hospital, onde hoje está o Depósito Arthuso e vinha à barbearia do meu pai. Chegava calmo, sereno, pausado, trazendo paz de sua fazenda nos Gomes (hoje do filho Eduardo) e assentava-se para cortar o cabelo.
Udenista roxo contava com o apoio do Zequinha da Caixa, em relembrar o Brigadeiro Eduardo Gomes.
Ele e meu pai se tratavam por "compadre", e de fato eram.
Na ocasião, era Presidente da República o pessedista Juscelino Kubstchek, e o pau quebrava de vez em quando na barbearia.
Como disse, o Nonô chegava calmo e daí a pouco ia subindo o tom de voz, quase discursando, ficava meio vermelho; e meu pai gostava de ouvir e ver as espinafradas dele nos políticos, e às vezes até provocava:
- "Ô compadre fala mais baixo!...
* Que nada... eu falo é alto mesmo, não tenho medo de nada e além do mais tô na minha terra!... Que isso compadre, cê me conhece!..."
E tudo acabava em risadas, com o jeito sério dele de brincar.