A vida sempre acontece no momento presente, respirando, sentindo,
coração batendo.
Podemos
imaginar, trafegar para o passado e retornar ao presente. Sonhar, até viajar,
mas a vida é agora. Isto é definitivo.
Apegar-se
ao passado, sendo incapaz de despedir-se de fatos que já ocorreram, pessoas e
locais que não são presente, é motivo de sofrimento. Saber dizer adeus é um ato
de sanidade em favor da felicidade. Somos educados para obter segurança,
estabilidade buscando a permanência de tudo, das pessoas, dos fatos e das
coisas, mas a realidade é que esta tentativa de conservação é incompatível com
o caminhar da vida. A vida não é estática, muito menos segura. A água do rio
não permanece, ela é corrente.
Dedicamos
muito tempo de nossa vida apegando-nos ao passado, daí a saudade, a culpa e a
mágoa. A manutenção radical do passado é a personificação da incapacidade de
renovar-se, de crescer.
Portanto,
manter ódio, remover lembranças tristes, nos impede de abrir o coração para o
novo, para horizontes não conhecidos. É uma vingança que só prejudica a nós
mesmos.
Se alguém
nos machucou em determinado momento, não podemos reagir machucando-nos pelo
resto da vida. A opção é nossa, ou deixamos a ferida cicatrizar-se ou vamos
arranhá-la para que esteja sempre sangrando.
O passado
serve para nos ensinar. Devemos aprender com ele. Não se trata de esquecer,
trata-se de resolver, esgotar a sua influência sobre nosso comportamento.
Olhar
demasiada e insistentemente para trás não é bom, perde-se a vida que passa, o
prazer do momento e o frescor do existir. A eternização da vida é uma tentativa
infrutífera de viver feliz.