CÂNTICO DAS CRIATURAS

Este é um trabalho de desdobramento que fizemos sobre o poema “Cântico das Criaturas”, de São Francisco, bendito seja o onipotente e altíssimo pai. Sejam teus o louvor, a glória, a honra, a alegria e o carinho do indagar humano. Tua seja a reverência dos corações, os gestos de amor e os passos da humanidade, nos dias de tuas provas, nas horas de luz e nas noites de silêncio.

A ti somente são devidos cânticos e louvores, pois ninguém é digno de pronunciar teu nome – por isso é que te chamamos por tantos nomes e em tão variadas formas te buscamos, te adoramos e te contemplamos: Abba Pail.

Louvado seja o Senhor e todas as criaturas e criações, as pedras, os átomos, os universos e seres. Especialmente, louvado seja o irmão sol, pela luz, pela energia, pelo calor e pela eletricidade e por tanta beleza, tanta...

Radiante e majestoso sol das claridades possíveis e impossíveis, do calor ameno ou abrasante e dos coloridos nascentes e poentes. Sol dos homens e das flores, irmão universal.

Louvado seja tu senhor, também pela lua, nossa irmã, que nos olhos cresce e decresce, brilha e se esconde, prateia e some. Lua que na Terra lança seu magnetismo e força, e suas vibrações transformadoras, sua regência das águas e dos humores...

Louvado seja pelas luminosas estrelas enfeitando o céu. Estrelas que se movem e piscam, e vigiam e mandam seus raios ainda intraduzíveis para muitos. Estrelas que vigiam o caminhar humano, louvadas sejam pelos teus mistérios refletidos.

Louvado seja senhor pelos ventos que passam. O vento que acaricia, o que bate a chama e depois some; o vento que sopra sempre onde quer e ninguém sabe como, quando, onde e por quê. Louvado seja pelas nuvens que correm, permanecem ou fogem, fazendo e desfazendo castelos e formas movediças. Ou pelo sereno que vitaliza o campo verde e pelo tempo que passa, ou corre que ninguém pode reter.

Ah! Louvado seja!

Louvado seja o altíssimo pela água e por suas claridades, pelas fontes e chuva, pelo mar fecundo, pelos rios caprichosos ou pelas ondas da ilusão. Sobretudo, bendito sejas, pela água que mata a nossa sede e pela água viva que nos dás quando buscamos.

Louvado seja o senhor pelo vibrante e violento irmão fogo que flameja, crepita e dança, depois sobe em douradas labaredas. Fogo que purifica, aquece e transforma, ou desce como Espírito de Luz.

 
Louvado seja ainda o senhor pela mãe Terra, tão irmão que sustenta o homem, e a natureza nos acolhe na vida e nos recebe na morte. Benditas pelos seus minerais e frutos, pelas flores e matas, pelos vales e montanhas!

Louvado e bendita seja para sempre Senhor, Pai e Criador no esplendor de sua glória e seu amor, no seu alfa e ômega eternos. Mil vezes, bendito e louvado sejas.