JOVEM, talvez estejas cansado de pensar; teu corpo, fatigado pelo trabalho, requer repouso. Mas como compreender o seu coração idealista, que, como Goethe moribundo, suspira por mais luz, e a necessidade inelutável do descanso?
Na leitura dos bons livros encontrarás, sem contradição, o repouso para teu corpo e o pábulo para o teu espírito.
Miguel Ângelo como Stevenson; Schiller como Rayleson, assim compreenderam a vida.
“A boa leitura, como a semente, lançadas em nossos olhos floresce em nossos corações, indo, depois, em mãos, frutificar frutos opimos de vida eterna”, foi o que nos disse o Cônego Monte.
Quantas e quantas vezes foi uma boa leitura o começo de grandes ascensões espirituais! Em Agostinho de Tagaste como em Inácio de Loiola foi a leitura um sinal de ressurreição e de vida.
É preciso o tempo de seu descanso na recreação das boas leituras. Livros bons já não nos faltam. Já lá se foram os tempos em que os livros das bibliotecas eram presos nas estantes por sólidas correntes. A época de Hipassus já passou.
Não será mais um crime desvendar os mistérios das ciências.
Tens, pois, jovem, em tuas mãos o coração dos santos, ante teus olhos a inteligência dos sábios.
Sente o poderoso exemplo de Numa Pompílio que quis repousar, depois de morto, sobre os pergaminhos armafanhados de seus livros. Olha e contempla com alegria a doce figura de Petrarca, encontrado morto com a fronte reclinada sobre um manuscrito.
Você acredita que a leitura seja o caminho mais curto para o conhecimento?
