“Não
há vento favorável para quem não sabe onde se dirigir”. Ainda tem o sabor das
coisas novas este sábio conselho romano. Infinitos são os caminhos do erro;
inumeráveis, as veredas do pecado. O caminho da virtude é único, a meta da
verdade não padece oscilações. É preciso escolher pra não errar.
Todo ato que finaliza
uma ação encabeça um caudal mais ou menos longo de atos subalternos. São como
elos de uma mesma corrente: o primeiro está agarrado à proa do navio; o último
segura-lhe a âncora. Todos estes atos têm, mais ou menos, uma afinidade entre
si. Uma reclama, naturalmente, o outro. A perfeição da obra está, justamente,
no encadeamento natural dos atos que devem perfazer uma ação.
Na ordem da
escolha há sempre um modo ótimo de os agrupar. Escolher os atos, para esse
agrupamento ótimo, é realizar a ordem. Neste sentido, a ordem é simplicidade da
ação, porque escolhendo os atos que se reclamam entre o início da ação e a
perfeição do ato, realiza-se o caminho mais curto entre dois pontos. A ordem é
como as linhas retas. Não oscilam. Atingem, em cheio, o objeto colimado. As
curvas quebradas são a desordem das linhas.
Ordenar
nossas ações é dar-lhe o caminho da reta, é simplificar os nosso atos. Aí está
porque, segundo a afirmação de Santo Tomás, só a ordem conduz a Deus, que é a
própria simplicidade.
“Aristóteles,
Santo Agostinho, São Tomás, três gênios sublimes, surpreenderam o ninho da
sabedoria nas mais alcantiladas alturas do pensamento, todos três creram
encontrar o fundo essencial da Beleza da essência da Ordem”.
É preciso,
pois, conhecer os caminhos para chegarmos à meta dos nossos desejos.
O labirinto
de Creta só é perigoso quando nele entramos sem levar o fio de Adridne. E não
foi difícil a Teseu encontrar o filho de Minos, nos tetros meandros do covil
cretense.
Assim
também na luta pela afirmação da vida!
Ordenar
todas as nossa ações, pondo toda sutileza de nossa inteligência, toda energia
de nossa vontade, todo ardor de nosso coração, para bem escolhermos os meios,
realizando o ideal de nossa mocidade.