Existem momentos nos
quais o Espírito habita entre os homens e o respirar do senhor se faz sentir
sobre as águas do ser, existem outros nos quais ele se retira e os humanos são
deixados a agirem na força ou na fraqueza do seu próprio egoísmo.
Os primeiros são tempos
nos quais o menor esforço produz grandes resultados e mudanças; o segundo são
períodos nos quais muito trabalho é necessário para produzir pequenos
resultados. É verdade que esses são o prenuncio daqueles, como se uma pequena
fumaça dos sacrifícios subindo até o céu provocasse a chuva da misericórdia de
Deus.
Infeliz o
homem ou a nação que chegado o momento divino são encontrados dormindo ou
despreparados, pois sua luz não se manteve acesa e seus ouvidos estavam surdos
ao chamado. Mais infelizes ainda, os que, fortes e prontos, desperdiçam esse
momento, pois, para estes, a perda é irreparável e grande a destruição.
Na hora de Deus limpe a
saudade de todo auto-engano e hipocrisia e vãos auto-elogios para que seu
espírito se fortaleça e ouça e se abra para aquilo que o chama. Toda
insinceridade ainda que defensável aos olhos de Deus e à luz de um ideal, se
torna nesse momento um abismo de sua fortaleza e um convite ao desastre. Mesmo
que a vitória venha por um momento, será pior ainda, pois, o desastre virá mais
tarde e o destruirá no meio do triunfo. Mas, sendo puro, domine todo o medo;
pois a hora é sempre terrível; um fogo, um vendaval e uma tempestade de um
passar pela prensa do crivo de Deus; mas, aquele que pode ficar de pé na
verdade de seu propósito é o que se sustentará; pois, mesmo que caia,
levantará; e mesmo que se perca nas asas do vento, retornará. Não deixe a
prudência do mundo sussurrar muito perto de seus ouvidos; pois, a hora de Deus
é imprevisível.