Até para as
abelhas os tempos estão difíceis. Com a derrubada das matas, as flores
silvestres desapareceram. Elas tiveram que procurar outra matéria-prima para
substituir o néctar. E a encontraram nas feiras, nos lugares onde há vendedores
de cana, de melado, de doces. Recolhem os restos do açúcar industrializado pelo
homem e com ele conseguem continuar produzindo mel. Não tão puro, mas, de
qualquer maneira, é o mel que só elas sabem fazer.
Quantas
vezes para nós, também, todas as matas estão destruídas, todas as flores
perdidas.
Uma
decepção, um desgosto, um fracasso, um desgraça, podem nos tornar amargurados.
Perdemos nossa flor, nossa fonte de doçura, o que tornava nossa vida feliz,
útil, importante, ou apenas agradável.
Nesse
momento temos que imitar a disposição das abelhas e usar o que encontramos ao
nosso alcance: uma palavra, um livro, uma lembrança, um sorriso, uma prece.
Procurando
bem, sempre acharemos um resto de compreensão, uma sombra de carinho.
Uma coisa é
certa: sempre encontraremos quem precise de tudo isso ainda muito mais do que
nós.
O
importante é que continuemos produzindo o nosso “mel” que é mais doce do que as
abelhas e que somente nós podemos fabricar, com a ajuda de Deus: a Esperança.