Thursday, October 16, 2014

“NÃO JULGUEIS – E NÃO SEREIS JULGADOS!” – “NÃO CONDENEIS – E NÃO SEREIS CONDENADOS!”



     Com estas duas frases lapidares enuncia o divino mestre a lei universal e infalível de causa e efeito, ou, como diz a filosofia oriental, a lei do “Karma”. Se os homens compreendessem praticamente essa lei, não haveria malfeitores sobre a face da Terra, porque o homem compreenderia que fazer mal a seus semelhantes é fazer mal a si mesmo.
     O universo é um “Kosmos”, isto é, um sistema de ordem e harmonia, regido por uma lei que não admite exceção, ou no dizer de Einstein, o universo é a própria Lei Universal. Dentro desse sistema código, a toda ação corresponde uma reação equivalente. Pode essa reação tardar, mas ela vem com absoluta infalibilidade.
     Objetivamente, ninguém pode perturbar o equilíbrio do universo, embora, subjetivamente, os seres conscientes e livres possam provocar perturbação. A ação do perturbar provoca infalivelmente a reação do perturbado, e esses dois fatores, ação e reação, atuando como causa e efeito, mantém o equilíbrio do todo. A ação do perturbador chama-se culpa ou pecado, a reação do perturbado chama-se pena ou sofrimento. Ser autor duma culpa é ser mau, ser objeto de uma pena é sofrer um mal. Por isto, é matematicamente impossível que alguém seja mau sem fazer mal a si mesmo. Se tal coisa fosse possível, o malfeitor teria prevalecido contra o universo e ab-rogado a Constituição Cósmica; teria, por assim dizer, derrubado o Himalaia com a Cabeça.
     Compreender praticamente essa lei inexorável é ser sábio, e ser sábio é deixar de ser mau ou pecador. Se todos os homens fossem sábios ou sapientes, não haveria maus sobre a face da Terra. Mas os homens são maus porque são insipientes, ignorantes. “Disse o insipiente no seu coração: não há Deus!” Todas as vezes que os livros sacros se referem ao pecador, usam o termo “insipiente”, isto é, “não sapiente” ou ignorante.
       O grande ignorante é o pecador.
       O grande sábio é o santo.
       Quem conhece experiencialmente a ordem cósmica não comete a loucura de querer destruí-la com seus atos maus, porque sabe que isto é tão impossível com o querer derrubar o Himalaia com a cabeça ou apagar o sol com um sopro.
      O verdadeiro homem santo é sapiente. E sua sapiente santidade consiste em manter perfeita harmonia com a lei do universo. A própria palavra “santo” quer dizer “universal” ou “total”. O homem santo é o homem univérsico, integral, cósmico, aquele que não procura uma vantagem parcial contrária à ordem total.