Alguns
autores e profissionais da Psicologia Moderna entendem que num relacionamento
em que duas pessoas se tornam uma, o resultado final pode ser duas meias pessoas.
É afirmação para ser objeto de reflexão uma vez que parece quase impossível que
alguém consiga ser feliz sem autonomia. O estado de felicidade pressupõe que
devemos estar conseguindo atender às nossas necessidades e expectativas.
A autonomia é a condição de estar
livre para não ter de agir de maneira diferente da que você agiria se não
houvesse aquele relacionamento.
Temos o direito e a obrigação
coerente de sermos a própria pessoa (não cópia ou reprodução), escolher nossos
caminhos, sentimentos, pensamentos e ações.
A dependência excessiva
caracteriza-se pela não permissão em escolher. A pessoa sente-se
na condição de fazer as coisas por obrigação, com medo de desagradar e de
sentir culpa. É um relacionamento alicerçado na destrutividade.
Num encontro de pessoas há espaço
para a troca de experiência, reciprocidade, entendimento e oferendas. TUDO
PORÉM, POR ESCOLHA.
Há uma grande diferença entre querer fazer e ter quer fazer.
Havendo escolha, há serenidade.
Quando há obrigação surge a culpa, a dependência e às vezes até o ressentimento.
Para que possa haver um bom
relacionamento é imprescindível que cada um cuide bem de suas necessidades e da
sua individualidade; enquanto ambos devem cuidar das necessidades
da relação entre eles, e entre eles e os filhos.
A nossa cultura social estimula a
dependência psicológica entre as pessoas, especialmente a partir das atitudes
dos pais; daí os choques da adolescência.
O ideal seria manter-se bem
transparente no seio da família, que a autonomia e a liberdade não significam
necessariamente desrespeito ou desobediência; e muito menos confronto.
Todos têm direito a espaço,
tolerância e privacidade.
A partir de determinada idade os
filhos vão criar um mundo social com amizades próprias, buscar seus interesses
e objetivos, sem a idéia de que isso signifique abandono.
Proteção exagerada, apego e ciúme
são posições familiares autoritárias.
“Vossos filhos não são vossos
filhos. São a ânsia da vida por ela mesma. Eles vêem de vós, mas não vos
pertencem”. (Kalil Gibran)
Concluindo: a
flecha que voa continua amando o arco que permanece.
Para refletir: “Um filho é nosso
coração que sai para outro corpo” (Afrânio Peixoto)